domingo, 14 de setembro de 2014

Delirium

"Delirium (Delirium 1)", Lauren Oliver (Alfaguara)

Sinopse:
Se o Amor fosse uma doença, aceitarias a cura?
Houve um tempo em que o amor era a coisa mais importante do mundo. As pessoas eram capazes de ir até ao fim do mundo para o encontrar. Faziam tudo por amor. Até matar. Finalmente, no século XXII, os cientistas descobrem a cura para o delírio do amor, uma perigosa pandemia que infecta milhões de pessoas todos os anos. E o governo passa a exigir que todos os cidadãos recebam o tratamento ao cumprirem 18 anos. Quando faltam apenas noventa e cinco dias para a tão aguardada cirurgia, Lena faz o impensável e sucumbe a uma irreprimível e incontrolável paixão…


Opinião (audiolivro):
Delirium chamou-me a atenção assim que foi lançado, por culpa do pressusposto original que me relembrava muito uma história que eu escrevi (Através do Vidro). Entretanto fui colocando-o de parte por variadas razões mas, recentemente, por culpa do recente lançamento do filme decidi pegar no audiolivro. Coincidentalemnte a edição portuguesa foi lançada mais ou menos na mesma altura.

A premissa, apesar de não ser completamente original, é suficientemente inusitada para dar 'pano para mangas'. Infelizmente Delirium não aproveita a fileira de ouro que promete explorar. É demasiado 'Romeu e Julieta' e pouco desenvolviemnto e exploração de uma sociedade cujos alicerces podiam dar muito que falar. Por outro lado o conceito do tratamento obrigatório nem sequer está bem feito. Quer dizer, o simples facto de o único factor para determinar se a cirurgia pode ou não ser aplicada ser o facto de eles terem de ter completado 18 anos, é ridículo! Nem toda a gente tem o mesmo desenvolvimento! Uma pessoa pode ter 20 anos e o corpo ainda não estar tão desenvolvido e estável como o de outra com 17.

O romance em si não é de todo fraco, até porque, pelo menos, não é o insta-romance que este tipo de livros tão costumam abusar. No entanto este romance consegue ser, por vezes, bastante insípido. É bastante inocente e nada contra isso mas ... eh pá, eles são adolescentes que toda a vida foram proibidos de fazer o que quer que fosse com seres do sexo oposto; duvido muito que assim que se começassem a tocar conseguissem parar. O romance é bonito, o sentimento é bonito, e a relação é fofinha, mas falta-lhe chama e conflito.
E aquele final ... ai ai ... o final irritou-me muito! Porque foi a única coisa verdadeiramente maluca que eles fizeram e teve de ter acabar assim de forma tão ... insatisfatória.
Mas estaria a mentir se dizesse que não gostei do casalinho (Lena e Alex), porque gostei e torci por eles, mas não com a emoção que seria de esperar num livro cujo tema é a proibição do amor.

Tanto a Lena como o Alex foram personagens que segui com curiosidade, apesar de o Alex me parecer bem menos explorado. Cheguei mesmo a achar a Hana mais interessante, assim como a Grace (prima pequena da Lena).

A escrita da autora é competente mas gostaria de ter lido mais detalhes sobre a sociedade, sobre os seus habitantes, sobre ... coisas. A prosa é bastante branda, quase inocente, e apesar de ter uma ou duas cenas mais acessas, não foram suficientes para levantar a apatia da maioria do texto.

Em suma, Delirium é um livro medíocre, que não é mau mas que não me marcou e nem deixou a vontade de ler a sequela. Em parte gostei da escrita leve mas faziam falta contrastes para manter acesso o interesse. Esperava muito mais e senti que as potencialidades da premissa não foram alcançadas.

Narração (Sarah Drew):
Gostei na narração audio, embora não se tenha destacado particularmente, a narradora fez bem o seu trabalho.

Podem ver o trailer para o filme aqui:

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