domingo, 20 de maio de 2012

O Diabo dos Anjos

"O Diabo dos Anjos", de L.C. Lavado (ainda não publicado)


Sinopse:
Numa viagem a Itália que tem tudo para ser perfeita, um Livro transforma-se num desastre que traz anjos à Terra, um gato com estranho senso de humor, novas dores de cabeça para Henrique, mais loucura a Amanda e uma missão celestial que é apenas o início dos problemas para os dois.
Henrique e Amanda nada têm em comum... excepto 17 anos das suas vidas selados com uma promessa de aventura..
Depois de oito anos de silêncio o acaso volta a juntar-lhes o caminho.
Henrique olha com receio os dias fora das paredes seguras da Universidade e Amanda esvanece-se no tumultuo de um grupo de amigos problemático.
É hora de viver a aventura e ambos encontram um no outro o pretexto que procuram para adiar decisões e contornar o futuro mas em troca recebem tudo o que não pediram e aprendem que o futuro é inevitável.

Opinião (ARC (Avanced Reading Copy)): 
Esta opinião baseia-se na versão não-final do livro, que ainda não está lançado no mercado, daí que possa não corresponder ao produto final quando este for lançado para o grande publico. Por favor tenham em conta este facto ao lerem esta opinião.

Este livro começa com bastante exposição, deixando que o leitor conheça as personagens antes de a verdadeira acção começar, no entanto este período do livro estende-se tanto que, quando finalmente chega a trama central do livro esta é atirada sem pára-quedas e sem qualquer base na nossa direcção. Na primeira parte do livro temos a descrição da vida normal (mais que normal) das personagens e nenhum indício de que possa haver algo mais. Depois temos a viagem para Itália (que surge tão depressa quanto desaparece, infelizmente) onde tudo se deslinda e um misterioso livro é encontrado. Até aí não há grandes problemas de credibilidade, mas assim que as personagens regressam a Portugal, tudo acontece. E quando digo tudo, é mesmo TUDO. Na parte final do livro mil e um mistérios são introduzidos, mil segredos são revelados e a história torna-se uma grande salsada.
Há potencial na história, e a 'mitologia' central está até muito interessante, mas a falta de balaço entre as diferentes partes do livro e a completa omissão de pistas no início do livro e até quase metade do mesmo, fazem com que seja difícil ao leitor aceitar o que acontece no final.

A nível de personagens, gostei especialmente da Haari, e apesar de não ter gostado especialmente dos protagonistas achei que tanto o Henrique como a Amanda estavam muito bem explorados e verossímeis. Outras personagens que se destacaram foram o Colopatrian e o Rui, apesar de no final este último ter perdido qualquer credibilidade que até aí tivera. Em contrapartida todas as outras personagens eram muito uni-dimensionais, em especial a Isabel (irmã de Amanda) que é possivelmente uma das personagens mais vazias que já li.

A escrita da autora é adequada a um público jovem. Não entra em grandes floreados, usa um pouco de nomes de marca (que eu, pessoalmente, detesto, mas que a muitos não incomoda) e não se perde em deambulações sem sentido. No entanto senti que lhe faltava algo mais que a distinguisse. Algo de pessoal.
Confesso que no início o li o livro com muita vontade, mas à medida que nada acontecia na primeira parte e depois tudo aconteceu na terceira parte, fui ficando com menos entusiasmo até chegar ao final com vontade de desistir (isto aconteceu a cerca de 20 páginas do fim, daí que tenha continuado até ao final). Isto aconteceu porque a autora deixou todos os problemas para solucionar nas últimas páginas, o que não me pareceu convincente.

Em suma, foi um livro que, no geral, não me desagradou até estar próxima do final. As personagens, apesar de não ter simpatizado com quase nenhuma, foram um dos pontos fortes da narrativa, assim como a 'mitologia'. No entanto há muito espaço para melhorar, depois de uns quantos ajustes.

Capa (Derek Murphy):
Adoro a capa! Assim que a vi pensei: "Wow! Parece profissional e com um capa destas vai vender livros como pãezinhos quentes." Além de extremamente apelativa a capa está adaptada à história (embora só o percebamos muito depois do meio do livro).
Já disse que adoro esta capa?

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