terça-feira, 12 de abril de 2011

Bang Bang - Ultimate 1

"Bang Bang - Ultimate 1", de Hugo Teixeira (Pedranocharco)

Sinopse:
A primeira Manga nacional, o primeiro de uma mini-série de três volumes. Este livro é um western futurista pós apocalíptico, uma verdadeira BD de ficção científica portuguesa.

Opinião (argumento):
A história central está interessante e bem exposta. A acção desenrola-se num compasso bem acompanhado, embora por vezes certas coisas parecem desnecessárias. O autor conseguiu também introduzir uma boa dose de exposição das personagens, embora o Tora seja o que mais 'sofre' com falta de exposição.
No entanto senti falta de uma maior explicação sobre o sistema e especialmente sobre a relação entre os protagonistas. Nada nos foi dito ou mostrado, e fica no ar a dúvida de porquê eles estarem a agir em conjunto. Claro que conto que isto seja explicado nos próximos volumes.

Opinião (arte):
Se em momentos a arte espanta, noutras nem tanto. Não há dúvidas que os cenários são lindos de ver e os efeitos deixam-nos de boca aberta, mas em contrapartida, o desenho das personagens parece desfasado do restante. Isto é uma pena, pois com um pouco mais de brilhos nas personagens, o livro estava perto de ser perfeito. Infelizmente é quase impossível ignorar esta diferença. Não é que isso estrague o livro, pois uma BD não deve apenas ser julgada pela beleza dos desenhos, mas também pela história e pela composição (que aqui esta bastante boa), mas quando notamos a diferença entre os cenário e a mestria do artista com os efeitos, parece estranho que o desenho de personagens esteja tão desajustado.

Contudo, uma coisa que nunca apreciei, e que aqui por vezes me irritava um pouco, foi o uso abusivo de tones. Entendo que sendo a arte a perto e branco, lhe queiram dar mais vida com os tones, mas tudo o que é demais é erro. E se, felizmente, em grande parte das pranchas há um equilíbrio, noutras nota-se uma saturação que rasa o abusivo e com isto deve-se ter cuidado.

Pessoalmente não gostei na capa. É difícil distinguir os elementos nela retratos e o uso do vermelho denegriu um pouco a arte. Já para não falar que a cabeça não se assemelha muito com a personagem que pretende retratar. Mas são gostos ...


Por fim, tenho a dizer que este livro é uma leitura agradável e que deixa no ar curiosidade pelos seguintes volumes. No entanto, acho que o artista tem ainda muito que evoluir para chegar a um maior equilíbrio, já que se fascina nuns pontos, com prática certamente fascinará também nos restantes. Mas como não julgo uma BD somente pela arte, recomendo.
Uma nota no entanto para a edição. No geral está agradável, mas não se admite que na capa não exista uma só referência ao nome do autor, e também deveria ter havido um maior cuidado com algumas margens porque numa ou noutra página os diálogos estão cortados pela encadernação.

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