segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Compras e Ofertas - Janeiro 2011

Um mês bem recheado, este Janeiro. Comecemos então pelos comprados.
Como tinha uns vales de desconto, comprei, por uma bagatela, os seguintes livros:
- "A Filha da Floresta", de Juliet Marillier;
- "Contos de Terror do Homem-Peixe", antologia
E ainda, aproveitando promoções e livros de bolso:
- "O Pacto", de Gemma Malley;
- "O Prazer mais Escuro", de Gena Showalter (podem ler opinião aqui);
- "Dois Corpos Tombados na Água / Às Dez a Porta Fecha", de Alice Vieira (colecção Visão);
- "Almaneque Sábado 2011 - Vol. 1" (colecção Sábado)

E agora os oferecidos.
Como o meu aniversário foi no fim de Dezembro, o meu irmão ofereceu-me estes três livros, que só chegaram depois do novo ano:
- "Let the Right One in", de John Ajvide Lindqvist;
- "The Name of the Wind", de Patrick Rothfuss;
- "Sunshine", de Robin McKinley [numa edição toda brilhante] (podem ler opinião aqui).
No meu local de trabalho ofereceram-me também um livro:
- "Decompondo o Arco-Íris", de Richard Dawkins;
Mas o melhor foi que, ganhei um dos Cabazes de Natal do Páginas Desfolhadas. Babem-se! (eu babei-me):
- "O Dardo de Kushiel", de Jacqueline Carey;
- "A Marca de Kushiel", de Jacqueline Carey;
- "A Eleita de Kushiel", de Jacqueline Carey.

Sinto-me sortuda. E, embora as adições este mês tenham sido muitas, a maioria foram prendas, o que permitiu que eu não gastasse muito dinheiro, que era exactamente o que eu pretendia. Mas, tenho a impressão que, como tive muita sorte em passatempos em 2010, 2011 vai ser fraquinho nesse campo (começou bem, mas tecnicamente foi um passatempo do ano passado). Quem me dera estar errada ... :D

Voodoo Girl

"Voodoo Girl", de Eva Dias Costa (Guerra & Paz Editores)

Sinopse:
É um livro confessional e autobiográfico, de um escritora que assume a sua identidade - é uma advogada do Porto que assina com o próprio nome - relatando a sua relação, que assume foros de violência doméstica, com o primeiro marido, o profundo amor ao filho e a dor do suicídio do pai. O valor do livro - que tem tudo a ver com questões que estão na ordem do dia no universo feminino - radica na sua profunda autenticidade e sinceridade.

Opinião:
Às vezes são os pequenos livros que mais nos 'falam' e tocam. É isso que se passa com esta autobiografia, e confesso-me não adepta do género, mas rendida pela obra em questão.

Eva, ou Evita, como lhe chamava o pai, desvenda-nos, sem nada nos dizer, aquilo que foi a sua vida e as pessoas que mais a marcaram. As pessoas!, não as situações. Pois é nos indivíduos que ela se foca.

Com uma voz bastante intimista e única, ela não poupa palavras ou culpabilizações. E se por um lado discordo de algumas das suas 'frustrações', por outro é-me impossível não sentir empatia com este relato cru e que não poupa julgamentos.

Em suma, é um pequeno grande livro, que se lê de um fôlego, mas que não fica esquecido e consegue, com uma voz muito própria, contar coisas que, por vezes preferimos não 'ver'.
Teria sido ainda melhor se este livro não parecesse ... incompleto. Muitas perguntas ficam no ar, e respostas poucas há, e esse foi a meu ver, o único ponto fraco do livro.

Capa (Ilídio J.B. Vasco), Design e Edição:
Estaria a mentir se não fizesse que a capa foi uma das razões porque comprei o livro (foi isso, o preço, mas mais que tudo, uma opinião bastante positiva que tinha lido do livro). Simplesmente adoro o jogo de cores berrantes, e tenho um 'fraquinho' por esta boneca de voodoo.
Já no interior, embora me sinta tentada a falar mal do facto de as margens superior e inferior serem um atentado À natureza, a verdade é que não incomoda nada. As pequenas ilustrações que acompanham a narrativa, são um mimo, e achei graça ao facto de serem 'coladas' (literalmente) às páginas.

The Alibi

"The Alibi", de Sandra Brown (ainda não editado em Portugal)

Sinopse:
Hammond Cross quer ser um promotor público, e há anos que tenta mostrar que é um homem de princípios e carácter irrepreensível. Quando as suas investigações trazem à superfície provas de corrupção da parte do magnata local, Lute Pettijohn, Hammond não tem dúvidas sobre a atitude certa a tomar --- mesmo quando o seu próprio pai é um dos suspeitos. Contudo, este simples consideração complica-se quando Pettijohn é assassinado e o alibi de Hammond é uma noite de paixão proibida com a suspeita assassina, Dra. Alex Ladd.

Opinião:
Já tinha tentado começar esta leitura em 2010, no entanto, depois das primeiras páginas, senti a falta do interesse capaz de me fazer ler um livro de mistério, e por isso deixei o livro de lado alguns meses, antes de voltar a pegar nele. Desta vez, foi a altura certa, pois logo no início interessei-me pela história.

O ponto forte deste livro é, sem dúvida alguma, o mistério. À partida, não parece muito difícil de descortinar, mas a autora soube plantar pistas em doses moderadas, de forma a "iludir" o leitor e deixá-lo sempre intrigado. Só mesmo nos últimos capítulos é que percebi quem era realmente o assassino, e confesso que não estava à espera. E como acontece tão poucas vezes de eu ser realmente surpreendida, isto fez com que o livro ganhasse pontos.

Já no que respeita à escrita, os diálogos estavam muito bons, parecendo sempre pertinentes e ajustados a cada personagem. Foi uma das partes que mais gostei na escrita da autora, excepto quando os diálogos estavam a "conduzir" cenas mais picantes. Ou seja, quando estavam  falar e começava a ser notória a atracção sexual, os diálogos tornavam-se ... incoerentes. Isto poderia ser devido à situação, mas não era, achei foi que a autora não conseguiu conduzir muito bem o diálogo para o sexo, e por isso ficou estranho (não numa de «nem sei o que estou para aqui a dizer porque estou super-embaraçada», mas mais numa de «consigo ter uma conversa interessante até à cama, mas na verdade o diálogo é chato».)

Quanto às personagens, infelizmente o Hammond foi uma personagem que me irritou imensamente, logo desde o primeiro capítulo em que apareceu.Lá mais para o fim comecei a 'simpatizar' com ele, mas no início e meio do livro, foi difícil entendê-lo, especialmente porque ele era suposto ser uma pessoa muito íntegra, mas na verdade fazia exactamente o oposto do que devia.
Felizmente outras personagens conseguiram ser bem mais interessantes que ele, como o Smillow e a Steffi. Até mesmo a esposa do Pettijohn, com o seu feitio irritante, conseguiu ser mais "suportável" que o protagonista. Infelizmente, nem a Alex Ladd foi muita salvação.

Uma outra coisa que não gostei muito ao longo da narrativa, foi a constante presença de innuendo sexual que paira em cada conversa do Hammond com uma mulher (isto aconteceu mais entre o início e o meio do livro). Além do mais, todas as mulheres que aparecem no livro, parecem já ter ido para a cama com ele, numa ou noutra altura das suas vidas, o que é extremamente irritante, especialmente quando a autora parece sentir a necessidade de nos descrever cada um desses encontros. Faz sentido quando é relevante para a história, mas na maioria dos casos, um simples "dar a entender" que eles já se tinham relacionado, serviria perfeitamente o propósito da história.

Em suma, como livro de mistério está muito bom, e apenas peca pelas personagens principais com as quais foi difícil simpatizar, e por, no início, falar de sexo a cada duas páginas. Sinceramente, achei que a história teria ganho sem tanto 'pormenor' nessas partes. No entanto, o restante do livro foi uma boa leitura, com uma escrita interessante e acessível, num enredo que nos mantém interessados, com um desfecho que não se vê a milhas de distância.

Capa, Design e Edição:
A capa é muito genérica, e não transmite nada do que é a história, mostrando apenas uma mulher com o rosto preocupado. Gosto das cores, mas, pessoalmente, acho a capa pouco apelativa. Já a edição, sendo mass-market paperback, tinha o texto compactado e folhas mais finas, mas sinceramente não senti nenhum entrave nisto, pois foi bem fácil de ler e de transportar.

Nota: Este livro foi ganho através do First Reads no Goodreads, e agradeço à autora a oferta e os autógrafos, que adorei. :)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Beijo da Meia-Noite

"O Beijo da Meia-Noite (Midnight Breed 1)", de Lara Adrian (Quinta Essência)

Sinopse:
Parte humana, parte extraterrestre, a raça vive entre a humanidade há milhares de anos, mantendo uma paz provisória baseada no sigilo, no poder e na justiça feita pelos formidáveis guerreiros da Ordem. Mas agora está prestes a começar uma guerra de sangue dentro da Raça. Os vampiros estão a tornar-se Renegados em cada vez maior número, alimentando-se indiscriminadamente, matando humanos nas ruas. Cabe à Ordem parar a propagação da ameaça de dominação dos Renegados - e, ao fazê-lo, cada um dos guerreiros será forçado a enfrentar os seus demónios, os seus segredos mais obscuros, os seus medos mais profundos. Alguns conhecerão o triunfo, outros a perda, mas cada guerreiro pode contar com uma coisa: o amor, quando o encontra, vem muitas vezes no pior momento possível, com a mulher menos provável… e fará ajoelhar cada um desses poderosos machos.

Opinião:
Não foi difícil iniciar-me nesta leitura, especialmente porque a Gabrielle é um pouco parecida comigo, e por isso foi fácil simpatizar com ela. E também ajudou o facto de ela ser fotógrafa (uma arte que adoro). contudo, a partir de um momento tudo o que me vinha à cabeça era «já vi isto em qualquer lado», mas vamos por partes.

As especificidades sobre a raça vampira, foram bastante interessantes. Gostei das mudanças que a autora fez à "lenda". Não foi exagerado, mas mais como algo quase novo, que chega a ser um pouco refrescante.
No início gostei do facto de o Lucan, embora justo, ser também um vampiro que não se preocupa mais com os humanos do que com as baratas. Essa fria indiferença assentou-lhe bem, embora às vezes me tenha causado arrepios. No entanto, à medida que a história ia avançando, ele tornou-se um pouco abusivo e mandão, o que fez com que deixasse de gostar da personagem dele, e nem no fim, quando melhorou esse aspecto, consegui realmente simpatizar com ele.
Quanto à Gabrielle, já referi que gostei da personalidade dela, mas não achei que estivesse a reagir de acordo com o seu carácter quando deixou que o Lucan fizesse o que quis dos seus amigos, e muito menos quando ela, literalmente , *spoilers* desistiu de salvar uma amiga *fim de spoilers* . Foi mau! Ainda assim, a reacção dela quando descobriu que o Lucan era vampiro, foi bastante bem conseguida e realista (dentro dos possíveis).

As restantes personagens foram apenas ... amenas. à excepção do Jamie (amigo da Gabrielle, que eu achei uma doçura), todas as outras se perdiam por falta de profundidade, e, diria mesmo, interesse. Não fiquei com curiosidade por nenhum dos outros guerreiros, e também achei que a autora estava a tentar que acontecesse muita coisa no primeiro volume. Temos o arqui-inimigo, uma morte, uma traição, uma rivalidade ... etc. E ainda assim, posso dizer, que nenhum destes prenúncios me deixou realmente curiosa.

Já no que respeita à escrita da autora, achei-a acessível, mas não demasiado simplificada, mas também achei que onde mais pecava era nas lutas (que eram descritas de forma tão sucinta que se tornavam absolutamente desinteressantes) e, mais que isso, nas descrições das movimentações dos maus da fita. Eu fiquei, literalmente, de boca aberta quando entrou em cena o chefe dos Rogues, e a escritora o descreveu como, e passo a citar: "the leader of the Rogues". Durante todo o livro ela tratou-o assim, como se ao revelar o seu nome nos estivesse a dizer algo mais sobre ele, o que não é verdade, pois mesmo se ela referisse o nome,o leitor não sabia quem ele era até às últimas páginas (que foi quando o Lucan disse quem ele era). Sinceramente, pareceu teatral e absolutamente desnecessário, e não ajudou que tratasse todos os "minions" exactamente por esse termo. Não lhes deu individualidade nenhuma, mesmo quando estes tinham um papel de relevância a desempenha.
Isto criou uma barreira estranha entre mim (leitora) e a história.

Em suma, foi uma leitura banal, que não trouxe nada de novo ao género, excepto talvez a mitologia vampira. A protagonista era medianamente interessante, e o romance teve um desenvolvimento sustentável (olha o ambiente! :)), mas de resto nada se sobressaiu neste volume e fiquei sem grande curiosidade de seguir os restantes volumes da saga. Foi pena, porque tinha algumas expectativas em relação a esta saga, e no fim fiquei decepcionada.
Recomendo a quem não tenha ainda lido muitos livros do género, pois pode ser um bom ponto de partida, mas para os restantes, só aconselho se quiserem mais do mesmo.

Capa:
A capa original não me faz cair de amores, mas gosto do jogo de cores e da forma como o título está apresentado. Já na versão portuguesa, gosto bastante da capa, embora não seja novidade que não sou fã de cabeças cortadas. Gosto das cores e da expressão da mulher, mas acho que a representação nada tem a ver com a Gabrielle, que não é ruiva nem nunca usa nada verde (pelo menos que me lembre).

E aqui fica o booktrailer da saga (adoro a música):

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Booking Through Thursday - Calhamaços

A ideia original partiu do Booking Through Thursday, e o conceito é que, todas as semanas à 5ª-feira, é lançado um tema relacionado com os livros, para os bloggers falarem e discutirem.
O tema da semana é: Calhamaços [Ou Pesado, como os outros bloggers. Eu é que sou sempre do contra](Heavy).

btt button
What’s the largest, thickest, heaviest book you ever read? Was it because you had to? For pleasure? For school?
Bem .... questão interessante, mas para tal tenho de ir ali ver ... Aha! E para minha grande surpresa (ou não), foi o "Harry Potter e a Ordem da Fénix"com 750 páginas. Li o livro por prazer, como aliás se passou com toda esta saga.

O maior livro académico que já 'folheei' (não li as folhas religiosamente, como não podia deixar de ser), foi o "Desenho Técnico", com 866 páginas.

E, para terminar, o maior livro que tenho em casa para ler é o "Romance de Genji - volume 1", com 846 páginas. Grande calhamaço!

Não tenho 'medo' de livros grandes, mas a verdade é que são pouco cómodos de transportar, especialmente quando as páginas são pesadas, ou pior, quando a capa é dura. Claro que adoro vê-los na estante, mas quando se anda com os volumes para trás e para diante, as costas e os braços ressentem-se

domingo, 23 de janeiro de 2011

Banzai 0

"Banzai - número 0", revista lançada pela NCreatures

Esta revista é dedicada exclusivamente ao estilo manga, com histórias de portugueses no estilo da BD asiática.

Neste número experimental, temos duas histórias distintas: TMG - The Mighty Gang, de Joana Rosa Fernandes; e Kuroneko, de Cristina Dias, por isso vamos por partes:

TMG - The Mighty Gang, de Joana Rosa Fernandes
A BD que mais página ocupa neste volume, tem claramente um estilo shounen, com quais os fãs se identificaram rapidamente. Os traços são muito bons, e nota-se que já tem alguma experiência no desenho, não caindo nos "erros" comuns. São nos mostradas algumas cenas interessantes e a BD não é "parada", embora o início tenha quase se arrastado (não chegou a tal, mas quase).
No entanto, exactamente o mesmo que faz os fãs se corresponderem com o estilo, é o que torna o desenho ... vulgar. Não há nada de muito único, o que não é necessariamente mau (a mim não me incomoda, mas é um ponto a assinalar). Outra coisa a notar, é que as personagens femininas não são nada ... femininas. Aliás, demorei algum tempo a perceber que duas delas o eram, porque os rostos eram demasiado masculinos. Só nas últimas páginas é que ficaram bem mais notórios os traços femininos. Isto poderia ser propositado, mas como acontece em ambas personagens, tenho certas dúvidas.
Quanto à história, esta não é má, mas cai um pouco na "idiotice" das personagens. Para começar, nenhum deles é 'criança', por isso não me parece que alguém com juízo fosse entregar a carteira a uma estranha, mas mais que isso, quem perdoa um estranho que os ataca com uma katana, com a clara intenção de ferir? Eu sou a favor do perdão, mas esta forma de juntar os três pareceu-me algo forçada, para dar lugar à acção.
No entanto, é uma BD que se lê e vê com muito gosto. Parece-me ter potencial, por isso irei com certeza continuar a ler.

Kuroneko, de Cristina Dias
Este trabalho não é bem uma BD, é mais uma junção de frames, ou quanto muito 'tiras'. No entanto, o desenho encantou-me, especialmente porque está somente a grafite, e as personagens interessaram-me. Cada página é uma história distinta, e funciona muito bem dessa forma.

Senti a falta de uma nota introdutória, a explicar como surgiu o projecto (da revista) e se aceitam submissões, ou mesmo um email ou site de contacto. Também me pareceu uma falha redonda não haver qualquer informação sobre as autoras, para além dos seus nomes. É sempre interessante saber se já fizeram outros trabalhos, ou se têm um site (ou conta no Deviantart, ou afins).

A publicação está excelente e a qualidade muito boa. Certamente é uma publicação a seguir e que não hesitarei em tornar a comprar.

Visitem o site oficial da revista AQUI.

Nota: Um pequeno aparte, é que neste campo, eu sou bem mais tolerante e "aberta" do que algumas pessoas. Está certo que há um estilo oriental para os desenhos, mas mesmo nos mangas os desenhos são muito variados e há artistas para todos os gostos. Por isso, acho que dizer "estilo manga" é um pouco ... discriminatório em certos casos. Mas bem, isto é só um desabafo, que nada tem a ver com a revista, por isso perdoem-me o interlúdio.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Booking Through Thursday - Periódicos

Vi isto na Bibliófila, que por sua vez viu noutro sítio, e por aí fora. Mas a ideia original partiu do Booking Through Thursday, e o conceito é que, todas as semanas à 5ª-feira, é lançado um tema relacionado com os livros, para os bloggers falarem e discutirem.
O tema da semana é: Periódicos.

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Even I read things other than books from time to time … like, Magazines! What magazines/journals do you read?

Nunca fui muito adepta de periódicos. Os jornais, desde cedo me afastaram por uma razão que nunca entendi, embora entre os meus 20 e 23 anos, lhes tivesse dado alguma atenção e até gostado do que via, a verdade é que pouco depois os larguei novamente. Acho que aconteceu mais-ou-menos o mesmo que com os telejornais. Estava farta de notícias más e por isso deixei de ver (de vez).
As revistas "cor-de-rosa" apelaram-me na adolescência e num período em que via telenovelas, coisa que já não acontece à anos (não me lembro da última que vi). E o facto de todas dizerem a mesma coisa, não abona nada a seu favor (e detesto cochichos).

Entretanto sou leitora assídua da revista Os Meus Livros, já há mais de quatro anos. Normalmente leio-a na íntegra, mas ultimamente não tenho tido muito tempo e acabo por ir lendo o que ficou para trás.
Desde que a Ler foi relançada, que também a compro, mas nem sempre. Embora goste do conteúdo, por vezes acho que são um pouco ... unilaterais, tanto nas opiniões como nas crónicas. No entanto, não é isto que me impede de comprar todos os meses, pois leio-o de capa a contra-capa sem problemas e com gosto, mas o preço por vezes impede-me de comprar (5€ é um pouco puxado, mesmo com aquela qualidade fabulosa).
Outro que de quando em vez trago para casa, é o Jornal de Letras (JL), que em tempos segui religiosamente, mas que ultimamente só compro quando algo na capa me chama a atenção. Não é que não seja interessante, mas o JL é mais generalista, foca-se em todo o tipo de artes e nem sempre me consegue cativar, apesar de eu ser uma amante das artes.

Além destes gosto também muito de comprar a National Geographic, tanto pelos artigos como pelas belas imagens.
E outra revista que tenho comprado ultimamente é Mundo da Fotografia Digital (se não me engano no nome), porque sou uma apaixonada pela fotografia e gosto das dicas que eles dão.

E pronto, é isto. Raramente compro outros jornais ou revistas, a menos que algo na edição me capte a atenção.

Beauty

"Beauty - A retelling of the story of the beauty and the beast", de Robin McKinley (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Quando o negócio  da família entra em colapso, Beauty (Bela) e as suas duas irmãs  começam uma nova vida no campo. Contudo, quando o seu pai aceita a hospitalidade do esquivo e mágico Beast (Monstro/Besta), ele é forçado a fazer uma terrível promessa - enviar a sua filha para o castelo de Beast, sem promessa de que alguma vez a tornará a ver.
Beauty aceita o desafio, e aí começa uma extraordinária história de magia e amor, que ultrapassa todas as barreiras.

Opinião:
Quando se parte para uma leitura deste género, que é praticamente um recontar de uma história já vastamente conhecida pelo público em geral, não esperamos propriamente grandes novidades em termos de enredo, por isso devem ser as personagens e a voz narrativa a trazer algo de inovador e que torne a leitura algo "nova".
A história da "Bela e o Monstro" sempre foi das minha preferidas na infância, e continua a sê-lo até hoje. Talvez por isso mesmo tenha arriscado ler este recontar de algo que sempre me "enfeitiçou", e também por isso, tinha grandes expectativas, especialmente porque a Robin McKinley foi das autores que mais gostei de ler em 2010.
E só para esclarecimento, este livro é muito mais baseado na fábula dos irmãos Grimm, do que no filme da Disney.

Tal como aconteceu com Sunshine, no início tive alguma dificuldade em gostar da leitura, não porque a narração fosse chata (bem pelo contrário), mas porque estava com vontade que a história saltasse logo para a parte romântica. Depois dos primeiros capítulos, comecei a habituar-me à história, onde a autora levou o seu tempo a mostrar-nos como era a vida de Beauty e da sua família antes do Beast aparecer nas suas vidas.
Para começar, gostei muito das "liberdades" que a autora tomou em relação à família, à vida da Beauty e até ao próprio passado do Beast (afinal a culpa não é sempre das bruxas). O facto de ela ter irmãs, e das irmãs serem meigas, ao invés das habituais irmãs invejosas, e também o facto de pai ser dedicado, foram muito bem usados e deram uma lufada de ar fresco á história.
Achei também muita piada à fixação que a Beauty tinha com o deu nickname (Beauty) em prole do seu nome verdadeiro (Honour). Ela ponderava várias vezes sobre isso, sem que nunca parecesse irritante ou exagerado.
No entanto, também achei que a autora se estendeu um pouco demais na parte inicial da história, e embora tudo o que aconteceu tivesse relevância para o resto da história, pareceu-me que em certos momentos poderia ter sido mais sucinta. Felizmente, isto nunca se tornou monótono.

Apesar de tudo isto, e do interesse redobrado que a família dela provocou, a verdade é que quando o Beast entrou em cena é que a história ganhou realmente ânimo. E se até ali os diálogos tinham sido escassos (outro ponto que poderia ter sido melhor conseguido), quando os dois protagonistas começaram a interagir, as conversas mostraram-se muito naturais, mas ao mesmo tempo cuidados e de acordo com a época. Era notória a hesitação inicial e o medo da Beauty, que aos poucos foi desaparecendo.
Cada momento descrito pela autora entre os dois, foi de uma ternura extrema que me aqueceu o coração. Foi mesmo lindo!

Do que não gostei muito, foi do final. Não de como a história acabou (porque isso já sabia à partida, e adorei, claro!), mas de como a autora decidiu incluir alguns detalhes no final que fizeram a história parecer demasiado ... fantasiosa. Ou seja, até ali havia muita magia envolvida (o castelo, o Beast, o espelho, os jardins, etc) e tudo isto era-nos apresentado de forma equilibrada, chegando mesmo a parecer "natural", mas no final, com toda aquela fantasia e magia a "voar" pelos cantos, a coisa desabou um pouco.
Não foi o suficiente para arruinar a história, mas a meu ver, teria ficado a ganhar sem os últimos parágrafos. 

Adorei também a voz narrativa, que é quase o oposto da usada no Sunshine. Mais sucinta, mas fincada nas paisagens e nas pessoas. Adorei as descrições das "redondezas", que não sendo exaustivas, davam bem a entender os locais e a época, sem nunca mencionar um tempo determinado.

Em suma, Beauty é uma homenagem muito bem conseguida, a uma das fábulas mais belas que conheço. Não me arrependo nada de ter lido, e aconselho a quem goste da história e a quem não a conheça assim tão bem, pois com certeza ficará rendido.
Sem dúvida que Robin McKinley passou a fazer parte da lista dos meus autores favoritos e espero que me proporcione muitas mais boas leituras daqui para a frente.

Nota: Eu quero uma biblioteca daquelas, como o Beast tem no castelo! Com os livros que ainda nem foram escritos e tudo. E também quero o Greatheart (cavalo).

Capa:
Esta história tem muitas capas distintas, mas a minha favorita é a da imagem acima. Simples, mas eficaz. Adoro!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Contos de Grimm - Parte 2

"Beauty and the Beast (A Bela e o Monstro)", dos Irmãos Grimm
 Bastante diferente dos outros contos que li, este conseguiu não só ter uma lição interessante sobre a beleza (interna e externa), como manteve um tom bem mais positivo.

E acho que esta foi uma das fábula dos irmãos Grimm, que menos alterações sofreu ao longo dos séculos, tanto quanto consigo averiguar, talvez exactamente pelo facto de ser mais condescendente e não denegrir particularmente a imagem de nenhuma das personagens (nem homens, nem mulheres).

Foi muito bom rever a história, e embora sucinta, como as fábulas devem ser, conseguiu transmitir bem a mensagem.

Os interessados, podem ler a fábula, em inglês, aqui. Mas se alguém me puder sizer, com certeza absoluta, se esta é a versão verdadeira da fábulas dos Grimm, eu agradecia, pois não consigo ter a certeza, já que há várias espalhadas pela web.

50 Seguidores

Muito obrigada!
A todos que por cá passam desde o início, e aos que aparecem de vez em quando, mesmo àqueles que só agora cá vieram parar, um grande obrigada.
Não presto grandes atenções a números de visitas, ou estatísticas do blogger, mas não podia deixar passar em branco este número e por isso cá estou. 50 seguidores, é mais do que esperava, acreditem.

Gostava muito de fazer um passatempo nesta altura (por conta própria), mas neste momento é-me um pouco impossível, por isso prometo que da próxima vez que tiver algo a comemorar por causa dos seguidores, farei um passatempo. (ou quem sabe, assim que as coisas acalmarem por aqui). Entretanto, não posso fazer mais do que desejar-vos boas leituras e esperar as vossas sugestões.

Muito obrigada!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy

"As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy", de Filipe Melo e Juan Cavia (Tinta-da-China)

Sinopse:
Imagine que todas aquelas histórias que lhe contavam quando era pequeno... são verdade!
Durante a Segunda Guerra Mundial, todas as criaturas sobrenaturais procuraram refúgio em Portugal.
Vampiros, lobisomens, gárgulas e fantasmas vivem pacificamente, nas sombras, entre os humanos. Porém, no subsolo, o pior de todos os monstros ganha forças e prepara o seu regresso.
Um jovem distribuidor de pizzas, um investigador do oculto, um demónio de seis mil anos e a cabeça de uma gárgula serão os únicos capazes de fazer frente às forças do mal que ameaçam a Humanidade. Desta vez, o destino do Mundo será decidido... em Lisboa!



História/Guião/Adaptação (Filipe Melo e Pablo Parés e Martin Tejada):
Os verdadeiros "geeks" verão neste guião imensas referências, e os que não o são, vê-las-ão na mesma, pois muitas vezes as próprias personagens fazem o favor de as citar.
Juntar um monte de clichés e torná-los coerentes e interessantes, merece elogios. E se lermos isto de espírito aberto e com sentido de humor, acabaremos a adorar a ideia e a sua execução.

Arte (Juan Cavia):
Já não é novidade que gosto de estilos que me surpreendam. Não precisam ser todos bélicos, só têm que ser anatomicamente correctos e de ter originalidade. E o que não faltava ao estilo do Juan Cavia era originalidade. Conseguiu dar um toque pessoal às personagens, embora alguns fossem um pouco parecidas entre si ( o lobisomem e o vampiro, estavam demasiado semelhantes), mas além disso, estava tudo muito bem conseguido.
Ainda assim, o que mais gostei foram mesmo as paisagens. Quando a BD saía à rua ... era de ficar de olhos arregalados. Lindo! Uma Lisboa retratada com arte em cada traço. Até os esgotos estavam interessantes. :D
E embora não tenha sido realmente um problema, tenho de dizer que o que, a meu ver, merecia um pouco mais de trabalho, eram as dinâmicas das perspectivas. Não é que não estivessem boas (porque estavam), mas havia potencial para arriscar mais.

Cor (Santiago Villa):
 Fiquei fã! A sério, as cores davam uma vida aso desenhos, que se estes já eram óptimos por si só, em conjunto ficaram lindos. Neste campo, não vi nada que pudesse ser melhorado pois estava mesmo um trabalho excelente (e ainda estou para perceber como conseguia pintar 2 páginas por dia, conforme dizem no vídeo).

Veredicto final:
Confesso que quando comecei a ler esta BD a achei um acumular de clichés que nada de novo traziam ao género, no entanto, rapidamente percebi que tal era propositado e isso abriu-me os olhos ao que realmente interessava neste álbum.
Mais que tudo, este foi um trabalho de equipa, a cargo de pessoas dedicadas, e isso vê-se em cada página.
Adorei a arte, adorei as cores e desfrutei do guião cheio de referências culturais. Outra coisa que também gostei muito foram os extras (Prefácio, Making of) que foram como a sobremesa no fim do jantar e tornaram a experiência da BD ainda mais interessante.

Visitem o blog oficial AQUI.
Abaixo podem também ver o "Making of" da BD que demorou cerca de 5 anos a ser terminada:

sábado, 15 de janeiro de 2011

Alice

Alice é uma mini-série de 2 episódios de 1h30m cada, por isso é quase como se fossem 2 filmes.

Li o "Alice no País das Maravilhas" em 2008 ou 2009, (já não me lembro bem), e não fiquei fã. No entanto, sempre achei a ideia extremamente imaginativa e tive oportunidade, ao longo dos anos, de ver várias adaptações. Esta foi uma que vi por pura curiosidade, sendo que na altura saiu quase como "concorrente" da adaptação de Tim Burton (cujo filme ainda não vi) que viria a sair no ano seguinte. Afinal, houve ali um espaço de tempo em que não se falava em mais nada que não fosse nesta história e nas várias adaptações que se seguiram.

Se esta adaptação consegue ser original? Consegue!
Para começar, gosto da Alice (e também do facto de ela não ser loira :D). Não conhecia a actriz Caterina Scorsone, mas gostei da sua actuação. Tinha bastante carisma, embora as cenas de luta dela parecessem algo ... amadoras, adorei a ideia de ela se conseguir defender sozinha (e pelo que sei, esta não foi a única adaptação que fez isso à personagem)..
Também adorei o Sir Charles (White Knight), interpretado por Matt Frewer, sendo uma das poucas personagens que me conseguiu fazer rir.
Já o Hatter (Chapeleiro louco, na tradução do livro), achei que foi pouco louco, e, aliás, pareceu ser das personagens que mais sentido fazia, o que o fez parecer pouco ter a ver com a personagem originalmente criada. Acabei por gostar desta versão dele, mas não deixa de ser pouco fiel.

No geral, foi uma série divertida, que tomou MUITAS liberdades em relação ao produto original, mas que nem por isso deixou de surpreender. Gostei, especialmente porque atou as pontas soltas e conseguiu criar um mundo que eu não me importaria de visitar (desde que não me pusessem no casino).
Sem duvida que o elenco de actores (muito bom, mesmo) contribuiu para que esta mini-série fosse interessante e uma se tornasse uma boa aposta. Recomendo!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Warrior

"Warrior (The Blades of the Rose 1)", de Zoë Archer (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Para a maioria das pessoas, a magia é encontrada apenas nas livrarias poeirentas e nas lendas. Mas para o Capitão Gabriel Huntley, tornou-se bastante real e muito perigosa ...
Numa perseguição feroz ...
O furtivo ataque que o Capitão Gabriel Huntley presenciou num beco escuro, desencadeia uma série de eventos que o levará aos confins da Terra e além de tudo o que é real e mesmo do que ele alguma vez pode imaginar.Mas na realidade, Huntley não podia estar mais entusiasmado. Intriga, perigo, e uma linda mulher a precisar de ser salva - é tudo o que ele precisa.


Opinião:
Ao pegar nesta história, esperava romance, aventura, magia e alguma mitologia (se tal fosse possível). Pois bem, a verdade é que tive um pouco de tudo, mas no fim, não me pareceu que a balança estivesse equilibrada.


Comecemos pelo bom:
- Gostei da Thalia, e muito especialmente, gostei da forma como ela se mostrou dedicada à missão e como teve reacções muito realistas ao que se ia passando à sua volta. Forte, mas humana. Sem dúvida uma personagem com garra.
- Uma outra coisa que acabei por gostar de ver na história, foi o facto de embora ser bastante óbvia a forma como as mulheres eram vistas na época (frágeis donas de casa, fúteis e incapazes de combate), viu-se um esforço da parte do Gabriel, por aceitar que Thalia era uma mulher forte e corajosa. por vezes irritava-me o machismo dele (justificado pela mentalidade da época), mas felizmente ela acabava sempre por conseguir convencê-lo e por mostrar-se uma personagem feminina cheia de força e nada resignada ao "seu" papel de mulher (menina) submissa.
- As cenas de acção estavam muito bem escritas, especialmente a cena da tempestade, em que, se pudesse, me teria agarrado ao banco, tal a tensão. Muito bem conseguido!
- Também o desenvolvimento do relacionamento entre o Gabriel e a Thalia, me pareceu acontecer num compasso certo. Embora a atracção de ambos tenha começado desde cedo, eles ainda demoraram algum tempo a chegar a "vias de facto". Claro que poderia ter sido mais compassado, mas já não foi mau.

O mediano: 
- A Carla, do Cuidado com o Dálmata, referiu na sua review, que esta história era 50% desejo, 20% de desejo consumado e 30% de tudo o resto. E eu não poderia concordar mais. Aliás, até me atreveria a dizer que o desejo ocupa uns 60%, mas isso iria inevitavelmente retirar parte dos "outros" desenvolvimento, e não seria bem verdade, já que o livro até fala com frequência na missão e nas Blades of the Rose.

O pior:
- Infelizmente, as cenas mais intimas foram o ponto fraco do livro. Não tenho nenhum problema em ler erótica, mas foi notório que a autora não tem grande apetência para escrever este tipo de situações, já que estas se tornaram aborrecidas e repetitivas, logo da segunda vez que aconteceram. As palavras usadas eram as mesmas, e não havia a emoção desejada, além de que os parcos diálogos utilizados, deixavam muito a desejar. Este é um dos poucos casos em que digo, sem rodeios, que mais valia o sexo não estar lá.
Também não achei plausível que o "casalinho" se lembrasse de e ir fazer "o amor" quando estavam rodeados por bandidos (mesmo que supostamente fossem) aliados, e num acampamento só de homens. É mesmo dizer-lhes «Há aqui uma mulher disponível!», não?
- O desejo constante entre os dois. Ok! Eu entendo que estejam muito atraídos um pelo outro e que queiram enrolar-se um no outro todos os dias, mas precisam de pensar nisso de cinco em cinco minutos? A meio de uma reunião estratégica de batalha? A meio de um combate? A meio de uma cerimónia familiar? A meio de ... perceberam a minha ideia, não perceberam? 
- O capítulo final, ou melhor o epílogo. Foi muito ... banal, e embora tenha dado uma noção do que se passou depois da batalha final, ao mesmo tempo não nos deu "nada", por assim dizer. Apenas mais ... desejo (no meio de um tiroteio, como não podia deixar de ser).
- E por fim, não sei como é que autora conseguiu deixar uma das mais importantes revelações da história ficar sem resposta e sem "interesse". Deixem-me explicar melhor. A determinado momento na história, os dois protagonistas vivem algo de "mágico" que lhes revela algo que seria de extrema importância para a missão dos  Blades of the Rose mas pouco depois é como se nada tivesse acontecido e o assunto nunca mais volta a ser mencionado. É como se não tivesse acontecido, o que é extremamente irritante porque eles não ficaram amnésicos nem nada que se pareça. A autora quis colocar algo de "mágico" entre os protagonistas, mas depois pareceu esquecer-se totalmente dessa trama. Que raio se passou ali?

Em suma, fiquei desiludida, embora a parte histórica e mágica tenha sido interessante, houve demasiado foco no casalinho. Normalmente isso não me incomodaria, mas desta vez ... foi demais. E isto fez com que ficasse indecisa entre gostar e não gostar, mas acho que vou dar-lhe positiva, porque até não é um livro aborrecido e a história (central) tem potencial.
Não sei se irei pegar no segundo livro, vai depender da vontade, mas não deverá ser tão cedo.

Capa:
Esta capa está praticamente perfeita. Não sei muito bem porque gosto tanto da capa, mas a verdade é que o homem retratado é exactamente o que foi descrito pela autora  no livro, por isso ... perfeito!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Vida Secreta das Abelhas

"A Vida Secreta das Abelhas", de Sue Monk Kidd (Edições Asa)

Sinopse:
Lily cresceu na convicção de que, acidentalmente, matou a mãe quando tinha apenas quatro anos. Do que então aconteceu, ela tem não só as suas próprias recordações mas também o relato do pai. Agora, aos catorze anos, tem saudades da mãe, a quem mal conheceu mas de quem recorda a ternura, e sente uma desesperada necessidade de perdão. Vive com o pai, violento e autoritário, numa quinta da Carolina do Sul, e tem apenas uma amiga, Rosaleen, uma criada negra cujo semblante severo esconde um coração doce. Na década de 60, a Carolina do Sul é um sítio onde a segregação é ainda realidade. Quando, ao tentar fazer valer o seu recém- -conquistado direito de voto, Rosaleen é presa e espancada, Lily decide agir. Fugidas à justiça e ao pai de Lily, elas seguem o rasto deixado por uma mulher que morreu dez anos antes e encontram refúgio na casa de três excêntricas irmãs apicultoras. Para Lily esta vai ser uma viagem de descoberta, não só do mundo, mas também do mistério que envolve o passado de sua mãe. 

Opinião:
Tenho tido muita sorte com os livros que me são emprestados.
Este livro é uma doçura, não no sentido é que é "leve", mas no sentido em que realmente nos ensina algo, nos faz apreciar a vida, nos dá a conhecer personagens maravilhosas e profundas, e até nos seus "defeitos" conseguimos encontrar virtudes.

Lily, é uma excelente protagonista. Age como a adolescente que é, tem defeitos, mas as suas qualidades sobrepõem-se a tudo isso e tudo o que ela faz, tem tanto sentido, que mesmo quando nos queremos irritar, não podemos.
Rosaleen, a ama de Lily, fazia-me rir de cada vez que abria a boca (embora talvez não fosse essa a ideia). Única, decidida e forte. Por mais que o que ela fez tivesse sido idiota, ela nunca se deixou esmorecer.
August, June e May, cada uma à sua maneira, forma também personagens únicas e que ficam na memória. Mesmo T.Ray, o odioso pai da Lily, agia dentro da sua personalidade.

Este livro fala de muita coisa. De como não devemos desperdiçar a vida, fala do direito de igualdade, do racismo, da própria mentalidade limitada que muita gente acaba por ter, sem sequer de dar conta disso. Fala do amor, do perdão, do ódio, da revolta, mas acima de tudo, fala de crescimento, do aprender a lidar com os defeitos dos outros e aceitar os nossos.

O único "senão" deste livro, é a forte carga religiosa. Mas digo já, eu não sou religiosa, e não me incomodei absolutamente nada com o livro. Fala muito disso, é certo, mas não é um daqueles livros que tenta levar-nos a acreditar nisso, não impinge nada. A religião aqui, é usada como meio para mostrar algo profundo sobre a vida, sem pretesiosismo.

Em suma, não posso deixar de recomendar esta bela leitura, que me aqueceu o coração e me fez chorar várias vezes. Um livro doce como o mel e que tenho a certeza que ficará na memória muito depois de terminar de o ler.

Tradução (Teresa Curvelo):
Muito boa, acertada, e com as notas de rodapé exactamente onde eram precisas. Os meus parabéns à tradutora.

Capa, Design e Edição:
Perfeita! Tem tudo a ver com a história e cada objecto faz automaticamente ligação com uma parte da história. Adorei.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

1001 Arabian Nights - The Adventures of Sinbad - Volume 2



"1001 Arabian Nights . The Adventures of Sinbad (Volume 2)" de Joe Brusha e Ralph Tedesco e Dan Wickline (ainda não publicado em Portugal)

Embora no 2ª volume não tenha sido publicado o capítulo 7, por este fazer um crossover (cruzamento entre séries) com o nº33 de Grimm Fairy Tales, eu revi na mesma essa história.

Argumento (Joe Brusha e Ralph Tedesco e Dan Wickline):
A primeira história (crossover entre Grimm Fairy Tales e 1001 Arabian Nights) foi bem construída e exposta, embora, mais uma vez, as mulheres tenham sido as "víboras" da história (desta vez, literalmente). No entanto, já desde o volume anterior que reparei na atenção que é centrada no Wilhelm. Coisa que até não me incomoda, porque gosto da personagem, mas por vezes parece que ele é mais importante e interessante do que o Sinbad, que é suposto ser o principal da história.

O resto do volume foi interessante, mas não tanto como o primeiro, embora mais no final, tenham-nos sido dados novas pistas sobre o que aí vem (e que promete).

Desenho:
- Ron Adrian -Muito melhor que a sua contribuição (no volume) anterior. Mais emotiva e um pouco mais dinâmica. Sem dúvida funcionou bem com a história.
- John Gunderson (Grimm Fairy Tales 33) -  Um traço simples mas eficiente, do qual gostei bastante embora achas que podia ser mais interessante se fossem usados diferentes planos de visão nas vinhetas.
- Eduardo Ferigato -  Uma melhoria de 200% em relação ao volume anterior. Como tinha dito, as cores foram determinantes para que arte deste senhor ganhasse uma outra vida. E tanto é verdade que, no capítulo 8 se mostrou excelente, mas no seguinte, como o colorista era diferente, voltou a perder força.
- Anthony Spay - em parceria com o Eduardo Ferigato fez o capítulo 10, e se a arte dele é a das últimas páginas, então adorei. Traço único e vivo.
- Brent Peeples - Começa em força o 11ª capítulo, mas a arte não me conquistou. Pareceu-me sem algo de "único que realmente a distinguisse das restantes, o que não quer dizer que fosse má, apenas que não era excepcional.

Em suma, foi um volume bem conseguido, com um desenvolvimento de personagens num compasso interessante e coerente, mas que pecou um pouco pela "facilidade" com que o vilão foi vencido no final. Ainda assim, as surpreendentes revelações sobre algumas personagens, mais do que compensaram isso.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Trilogia Nocturnus - Divulgação

A trilogia Nocturnos, de Rafael Loureiro, irá ter em Maio deste ano o lançamento do seu último volume. Mas não será só o terceiro livro a ver "a luz do dia", pois também será lançada a banda sonora oficial, uma banda desenhada baseada na história e ainda um projecto multimédia (filme?) com autores bem conhecidos do público português. Vejam o teaser abaixo:



Ainda não li nada deste autor, mas a verdade é que este senhor é incansável! Faz de tudo para promover os seus trabalhos, e também o dos outros (com a exposição itinerante "Descobrir novos autores"). É de louvar a sua dedicação.

Uma coisa é certa, cada vez mais os autores (especialmente os jovens) portugueses, se dedicam de corpo e alma à divulgação dos seus trabalhos. E isto, a meu ver, só lhes traz vantagens.

Podem também visitar o site oficial da trilogia.

sábado, 8 de janeiro de 2011

1001 Arabian Nights - The Adventures of Sinbad - Volume 1

"1001 Arabian Nights . The Adventures of Sinbad (Volume 1)" de Joe Brusha e Ralph Tedesco e Dan Wickline (ainda não publicado em Portugal)

Argumento (Joe Brusha e Ralph Tedesco e Dan Wickline):
A única história que conheço de Sinbad, foi a que me contaram quando era criança, e que acredito ter pouco a ver com o conto original.
Por isso não posso dizer se esta BD tem alguma coisa em comum com a verdade, e irei analisá-la como "original".

Embora a história seja mais carregada de "artefactos" do que estava à espera, achei que as personagens estavam muito bem expostas especialmente o Sinbad, a Witch Queen,e alguns dos tripulantes do navio de Sinbad, assim como a mais fiel das seguidoras da rainha. O vilão (do fogo), não teve tanta sorte a nível de desenvolvimento, o que foi uma pena, mas também senti que não necessitava de mais do que teve.

No geral gostei da história, e da forma como foi contada, não directamente (por palavras), mas através da acção.

Desenho:
- Gus Vasquez - Gostei da arte algo simplista e um pouco cubista deste senhor. Parece-me que funcionou muito, especialmente porque ele soube usar as perspectivas de forma interessante.
- Paolo Pantalena - Embora o estilo seja do meu agrado, a verdade é que a intensidade das sombras estava demasiado "abusiva". Ainda assim, é impossível não gostar da arte deste senhor - muito fluente. As cores usadas também lhe dão ainda mais vida, numa combinação praticamente perfeita entre arte e cor.
- Tone Rodriguez - A arte é boa, e no caso da caracterização masculina, é bastante semelhante à de Paulo Pantalena, mas por outro lado, as vinhetas eram pouco dinâmicas.
- Ron Adrian - Apesar de diferente dos anteriores, conseguiu captar bem as personagens e ter um traço interessante, mas as cenas, mais para o fim do capitulo 4, eram pouco dinâmicas, o que lhe retirou alguma originalidade. 
- Eduardo Ferigato - Que deu arte ao 5ª capítulo, infelizmente não teve cores que acompanhassem convenientemente (Zack Atkinson) a arte, e por isso perdeu a visualidade dos capítulos anteriores. Mas também o desenho não se mostrou tão "intenso" quanto poderia ser. E embora medianamente interessante, esta combinação dos dois não chega a ser tão espectacular como os capítulos anteriores.
- Rod Pereira e Alexandre Benhossi - Bem conseguida, e sinceramente não dá para diferenciar quando é um artista e quando é outro (ou seja, uma dupla bem feita).

Classificações - uma divagação

Presentemente dei por mim a ponderar sobre o sistema de classificação de livros que utilizo.
A razão porque uso a escala de 1 a 10, é porque me sinto limitada quando é menos. Por exemplo, no Goodreads às vezes sinto-me injusta ou demasiado benevolente nas estrelas que dou.
Sei que há blogs que usam um sistema de 1 a 7, mas eu sou mais a favor de número redondinhos. :)

Enfim, nem era muito bem sobre isso que queria falar, pois o que realmente senti necessidade de explicar, foi a forma como classifico as obras. Pois o que a mim me parece óbvio, pode não ser tão explicito aos que por aqui passam.
O que eu quero dizer é que, para mim, dar um 7 a um romance paranormal, não é o mesmo que dar um 7 a um livro de ficção histórica ou a um de ficção científica. Ou seja, o método pode estar errado aos olhos de certos leitores, mas para mim faz todo o sentido distinguir os géneros.
Por exemplo, quando pego num romance paranormal espero certas coisas da história e das personagens. Se o/a autor/a conseguir atingir esses mínimos, então leva nota positiva, se me surpreender um pouco, leva uma nota acima da média, mas só se o livro for altamente excepcional dentro do género, é que leva algo acima de um "7".
O mesmo se passa nos outros géneros, mas de forma diferente, pois o que eu espero de um livro de mistério, não é o mesmo que espero de um romance, e dessa forma ao dar a mesma nota a um e outro, não estou a querer dizer que ambos estão no mesmo patamar, apenas que conseguiram ambos alcançar um certo nível dentro do que deles esperava.

Estarei a ser injusta?
Talvez aos olhos de alguns, mas segundo a minha "lógica", não. Afinal, há razões para ler vários géneros, e a principal é porque consigo diferentes coisas de diferentes géneros e acho que embora não possa denegrir um título em detrimento de outro que não lhe chega aos calcanhares, também não posso injustiçar um título que, ainda que não sendo uma obra-prima me conseguiu entreter tanto ou mais que o outro.

Talvez por isto ache quase impossível dar um "10" a qualquer livro. Aliás, até hoje não li um que merecesse a nota máxima. Não me parece que seja por ser exigente demais (que nem sou), mas talvez porque ainda não li a obra certa. Na verdade, sempre que pego num livro, penso: "Será este que me merecerá um 10?". Seja de que género for, ou de que autor for. Claro que para eu dar nota máxima, o livro não só teria de estar sumariamente bem escrito, como teria de me absorver completamente, mas mais que isso, teria de transcender o seu género e todas as expectativas que tinha dele.
É claro que há obras que não podem ser "catalogadas", mas nessas uso o senso comum.

Não sei se concordam comigo ou não, mas esta é a minha forma de ver este assunto e sinto que funciona. Estejam à vontade para discordar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

The Warlord Wants Forever

"The Warlord Wants Forever (Immortals After Dark 1)", de Kresley Cole (ainda não publicado em Portugal)
[podem ler esta história, em inglês, de graça, AQUI]

Sinopse:
Nikolai Wroth, outrora um impiedoso senhor-da-guerra por volta de 1700, e agora um general no exército vampiro (da revolta), precisa encontrar a sua noiva, a única mulher que poderá fazê-lo sentir-se realmente vivo. Enquanto humano transformado, o seu coração não bate e ele não respira, e por isso é mais fraco que um verdadeiro vampiro. ele quer a sua noiva pelo poder que ela lhe trará, e mal pode acreditar quando o seu coração bate mais forte por Myst, uma louca criatura mitológica, parte dos fey.

Este pequeno livro é uma prequela ao Desejo Insaciável, livro publicado recentemente pela Gailivro.

Opinião:
Deixem-me começar por dizer que, acho que nunca li uma história tão envolta em "sexo" como esta (por isso quem não gosta, mais vale não ler). A sério! Estava em todas as páginas. Não necessariamente como sexo (até porque não era aborrecidamente explicito), mas mais pela tensão sexual. Se bem que, em toda a verdade ... era mesmo sexo. :D

O que eu gostei mesmo neste livro, foi a Myst, a heroína. Forte, destemida e ciente do que quer. Adorei esta valquíria. Já em relação ao Wroth, não posso dizer o mesmo. Quer dizer, se por um lado adorava o seu estilo cavalheiresco, por outro "odiava" o facto de ele ser um macho entre o autoritário e o submisso. O facto de ele achar que a Myst lhe pertencia, e de a tornar praticamente sua escrava, e depois ameaçar roubar-lhe as memórias, fez-me detestá-lo. Nunca foi abusivo, nisso dou-lhe pontos, mas era extremamente possessivo, e embora tenha mudado no fim e eu tenha ficado satisfeita com o inevitável desfecho desta relação, não posso deixar de imaginar o Wroth como possível manipulador da sua "noiva".
Ainda assim, achei que havia "química" entre os dois e eles se esforçavam para se entenderem, o que foi interessante, para variar.
O que se mostrou uma autêntica lufada de ar fresco nesta história, foi o facto de nenhum dos dois começar logo a dizer que estava apaixonado pelo outro. Normalmente, neste tipo de histórias, as personagens começam logo a apregoar o seu amor incondicional, algo que pode acontecer (não sou grande apologista de amor à primeira vista, mas não sou descrente) mas que no campo do romance paranormal, acontece mais vezes do que deveria. E nesse aspecto o relacionamento entre Wroth e Myst foi diferente. Eles sabiam que tinham uma enorme atracção um pelo outro, mas a palavra amor foi-lhes difícil de proferir, e demorou tempo até que se convenceram de que se amavam, mais ou menos o mesmo tempo que levou o leitor a acreditar que se podiam amar.

Em suma, foi uma leitura curta mas que entreteve. Os dois personagens principais chegaram para tornar esta uma história interessante, mas a autora conseguiu também deixar antever um mundo construído com cuidado e ao qual pretendo regressar pelo menos mais uma vez, para descobrir se gosto realmente ou não. Mas por favor, acabem com os alpha-males que passam a vida a dizer "Ela pertence-me!". É que já enerva!

Capa:
No geral gosto da capa, mas, embora tenha algum simbolismo em relação às personagens (ambos guerreiros), tem pouco a ver com o conteúdo do livro (erotismo). Acreditam que só agora percebi que tem um casal atrás do escudo e das espadas? Pois é! Tenho de prestar mais atenção, e por isso retiro o que disse. A capa está perfeita para o género.

Orbias - O Demónio Branco

"Orbias - O Demónio Branco (Orbias 2)", de Fábio Ventura (Casa das Letras)

Sinopse:
As coisas mudaram desde a derradeira separação entre a Terra e Orbias há um ano atrás. Noemi é agora uma estagiária na redacção de uma revista em Grand City. Leva uma vida solitária e mantém pouco contacto com Adam e Lorelei. Mas enquanto se esforça para esquecer todos os trágicos acontecimentos do passado, o inesperado acontece: os seus poderes de Omnisciência regressam e volta a transformar-se em Guerreira. Para piorar a situação, está constantemente a ver o rosto de Sebastian e a sentir o seu perfume.
Será que afinal os mundos não foram definitivamente separados? Será possível o regresso a Orbias, para junto das outras Guerreiras? Na sua loucura obsessiva, Noemi convence-se a si própria de uma coisa: Sebastian está vivo!

Opinião:
Depois de ler o "As Guerreiras da Deusa", era inevitável que acabasse a ler a sequela.
A primeira parte do livro foi algo semelhante a uma decepção. não tanto em termos de escrita, nem sequer em termos de desenvolvimento das personagens (que neste livro cresceram bastante), mas pela forma como a personagem principal (Noemi) decidiu lidar com a perda do seu amado, Sebastian.
Diferentes pessoas reagem de forma distinta à perda de alguém amado, mas a obsessão dela era doentia, e embora tenha amainado a partir do meio do livro, não desapareceu completamente e estava sempre lá, como um fantasma a conduzir todas as suas decisões. Por isso, foi absolutamente impossível sentir simpatia por esta personagem, e consequentemente ameaçou em muito o meu gosto pela leitura.
Ainda na primeira metade, pecou porque o autor, desejoso de nos explicar o que ficou por dizer no primeiro livro, engendrou formas de nos dar lições sobre os mundos e sobre as personagens, mas por vezes eram tão forçadas que perdiam o impacto. Não é que fossem chatas, mas simplesmente poderiam ter sido mostradas de uma outra forma.

Já a segunda parte foi mais interessante, tanto porque a Noemi deixou de ser tão irritante (embora o que ela fez com o corpo da Mia, não tenha desculpa), como porque o autor conseguiu fazer o que na primeira metade falhou em alcançar. Explicou, expôs e ensinou, sobre o mundo, sobre as personagens e sobre as suas emoções, de forma muito mais interessante e fluída.

Quanto às personagens, estas foram muito mais bem exploradas neste livro. Principalmente a Noemi e o Sebastian, mas também a Belladona (que adorei), o Adam e a Riddel. Já as restantes também tiveram direito a mais algum desenvolvimento (menos a Rouge, que foi muito negligenciada.) mas, pelo menos no caso das outras guerreiras, esperava um pouco mais.

*Atenção, spoilers*
Aliás, a minha personagem favorita foi mesmo o Sebastian, pois manteve-se "fiél" a si mesmo durante todo o livro. Era um vilão e não o tentava esconder, mas ao mesmo tempo tinha uma veia bondosa. Não vou dizer que acho ou não que ele merecia redenção, mas gostei muito de como esta personagem foi apresentada neste livro. Bem mais do que no primeiro, porque me pareceu mais complexo.
Gostei muito de ver um pouco mais de interacção com os entes padroeiros, que continuo a achar muito interessantes, mas também achei que, nas instâncias em que a Noemi entrava nas mentes alheias, os "guias" falavam demais. Seria muito mais intuitivo e enriquecedor para o leitor, se as cenas apenas nos fossem descritas e não explicadas. Especialmente quando a "narração do guia" era absolutamente dispensável. Por exemplo, quando foi a vez da mente do Sebastian, o "guia" não falou e percebeu-se muito bem o que se passava lá dentro.
*Fim dos spoilers* 

Algo que o autor fez muito bem neste livro, foi a resolução do mistério. Durante todo o livro (e até no anterior) deixava-nos antever um pouco do que viria no final, mas conseguiu surpreender com o desfecho. Neste campo ele soube jogar com precisão e o desfecho da situação com a Riddel, não pareceu forçada ou "vinda do nada". Fez sentido e apanhou-me de surpresa, o que é sempre bom .

*Atenção, spoilers* 
Já o final propriamente dito, não posso dizer que tenha gostado. Mais uma vez, a obsessão da Noemi veio ao de cima, e logo quando ela tinha dado provas de já ter amadurecido. O sacrifício é muito bonito, mas não daquela forma. O que se nota é que ela, apesar de ter crescido com tudo o que se passou, foi mais uma vez incapaz de aceitar o fim destiiado ao Sebastian.
Pessoalmente, odeio extremismos, e a Noemi vive, não para ela ou por ela mesma, mas somente para o Sebastian. E, repito, isso é doentio, e seria uma lufada de ar fresco, se não estivessem a tentar fazer-nos crer que o amor é mesmo assim e que o sacrifício total e o abandono de tudo o resto (amigos, família e vida) é normal pelo amor de um homem (ou mulher). Talvez seja por estar a tentar lançar-nos moralismos, não de forma propositada, mas sempre presente.
*Fim dos spoilers*  

A escrita do autor está muito mais madura e séria, e a forma como ele descreve Orbias continuam muito bem conseguidas, transportando o leitor para esse outro mundo. Mas também senti a falta dessas descrições a Terra, onde claramente estas pecavam pela inexistência.
No entanto, acho que o ponto fraco do autor continua a ser nas cenas de acção. Previsíveis, bidimensionais e algo repetitivas. E, se em alguns casos conseguia inovar, na maior parte das vezes acabava por ser monótona a leitura dos combates, especialmente no último confronto com a Riddel, quando as guerreiras foram sendo raptadas uma a uma. Foi tão pouco dinâmico, que aborreceu, e apenas a cena com a Lorelei lhe deu alguma valência.

Em suma, foi uma sequela interessante, que pecou pela primeira parte mais fraca e pela personagem principal 'doentia', mas que conseguiu recuperar na segunda metade e terminou com alguma intensidade, embora a meu ver fosse mais interessante se ela simplesmente não fizesse aquele último 'sacrifício' (a minha opinião claro).
Quem leu o primeiro livro, não deve passar ao lado deste, porque se há algo que faz bem, é atar as pontas soltas, não deixando o leitor com uma sensação de 'vazio', mas antes preenchendo todos os buracos de forma interessante.

Capa, Design e e Edição:
Gosto bastante da capa, especialmente porque está em sintonia com o volume anterior, mas tenho de apontar que a senhora da capa não se parece nada coma  Riddel (e é suposto ser uma representação desta vilã). Por isso, acho que deviam ter apostado na estética, sim, mas bem que se poderiam ter esforçado um pouco mais para conseguir uma modelo parecida com a descrição da senhora do gelo.
Agora em termos de edição, não posso deixar de apontar o facto de ter encontrado alguns erros no meio da leitura. Um ou dois seria desculpável, mas foram um pouco mais que isso. Não o suficiente para irritar, mas chegaram para que questionasse a edição. Um pouco mais de atenção teria evitado isto.

Nota: Se quiserem ver o booktrailer, o vídeo-resumo do 1º Orbias e os links para os capítulos extra (cronologicamente passados entre o 1º e 2º volumes), vão ao outro post.
Visitem também o blog oficial da Saga Orbias.

Livros Lidos em 2011

Lista completa de leitoras de 2011, incluindo Banda Desenhada, Revistas e Contos, lado a lado com Romances e Antologias.

Janeiro:
"One for the Money", de Janet Evanovich
"O Demónio Branco", de Fábio Ventura 
"The Warlord Wants Forever", de Kresley Cole
(Banda Desenhada) "1001 Arabian Nights - volume 1", de Dan Wickline
(Banda Desenhada) "1001 Arabian Nights - volume 2", de Dan Wickline
"A Vida Secreta das Abelhas", de Sue Monk Kidd
"Warrior", de Zöe Archer
(Banda Desenhada) "As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy", de Filipe Melo
(conto) "Beauty and the Beast", irmãos Grimm
"Beauty", de Robin McKinley
(Banda Desenhada) "Banzai 0", revista
"O Beijo da Meia-Noite", de Lara Adrian
"The Alibi", de Sandra Brown
"Voodoo Girl", de Eva Dias Costa

Fevereiro:
"Goose Chase", de Patrice Kindl
"A Raposa Azul", de Sjón
"A Noite e o Sobressalto", de Pedro Medina Ribeiro
"Histórias Extraordinárias I", de Edgar Allan Poe
"Irresistible Forces", de Brenda Jackson
"A Nona Chave", de Meg Cabot
(opinião parcial) "Feed", de Mira Grant

Março:
(conto) "The Beggining", de Sherrilyn Kenyon
"Slave to Sensation", de Nalini Singh
(conto) "The Princess and the Penis", de R.J. Silver
"A Guerra dos Tronos", de George R.R. Martin
"Na Sombra do Desejo", de J.R. Ward
"Fool Moon", de Jim Butcher
"Ficções", de Jorge Luís Borges
"Crónicas do novo mundo", de José Ilídio Torres

Abril:  
(Banda Desenhada) "Bang Bang - Ultimate 1, de Hugo Teixeira
(revista) "Bang!, nº 9
"Pela Sombra Morrerão", de Carla Ribeiro
"Golfinho de Júpiter", de Mary Rosenblum
(fanzine) "Fénix, nº 0"
(Banda Desenhada) "Zona Fantástica"
"O Apelo da Lua", de Patricia Briggs
(Banda Desenhada) "Homecoming", de Patricia Briggs e David Lawrence
(Banda Desenhada) "Becoming", de Kelley Armstrong

Maio:
(Banda Desenhada) "Crepúsculo ~ a novela gráfica", de Stephenia Meyer e Young Kim
"A Cidade de Vidro", de Cassandra Clare
"Nerd in Shining Armor", de Vicki Lewis Thompson
"A Verdadeira Invasão dos Marcianos", de João Barreiros
(banda desenhada) "Dark Swan - Storm Born 1", de Richelle Mead
"A Filha da Floresta", de Juliet Marillier
"História de O", de Pauline Réage

Junho:
"O Highlander Negro", de Karen Marie Moning
(banda desenhada) "Dark Swan - Storm Born 2", de Richelle Mead
(banda desenhada) "Pariah 1", de Aron Warner
"Ubik - Entre 2 Mundos", de Philip K. Dick
"Fortune's Folly", de Deva Fagan
"Storm Born", de Richelle Mead

Julho:
"Lover Unbound (Na Sombra do Sonho)", de J.R. Ward
"Não me Contes o Fim", de Rita Ferro
"Império Terra - O Princípio", de Paulo Fonseca
(revista) "Bang!, nº 10"
"As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino
"O Futuro à Janela", de Luís Filipe Silva
"Palavras Escuras", de Gena Showalter
"Os Contos de Beedle, O Bardo", de J.K. Rowling
"Regresso de Sherlock Holmes I", de Sir Arthur Conan Doyle

Agosto:
(Banda Desenhada) "Voyager - volume 1", de Rui Ramos
"Avatar", de Frederico Duarte
"Guerra Mundial Z", de Max Brooks
(Banda Desenhada) "Fables - Animal Farm", de Bill Willingham
"Agnes and the Hitman", de Jennifer Crusie e Bob Mayer
"Visions of Heat", de Nalini Singh
(conto) "The Cannibal Princess", de Nalini Singh
"Entre os Assassinatos", de Aravind Adiga
(Banda Desenhada) "Zombie", de Mike Raicht
"Caressed by Ice", de Nalini Singh
"Eternidade", de Alyson Noël
(banda desenhada) "Pariah 2", de Aron Warner
(banda desenhada) "Dark Swan - Storm Born 3", de Richelle Mead
(banda desenhada) "Pariah 3", de Aron Warner

Setembro:
"Contos de Terror do Homem-Peixe", antologia
(revista) "NaNoZine 3"
"O Dardo de Kushiel", de Jacqueline Carey
"As minhas folhas não caíram dessa árvore que és tu", de Lúcia Vaz Pedro

Outubro:
"Histórias Extraordinárias II", de Edgar Allan Poe
"Início", de Diana Franco de Sousa
(Banda Desenhada) "The Walking Dead 7", de Robert Kirkman
(Banda Desenhada) "Pariah 4", de Aron Warner
"Changeling Dream", de Dani Harper
"Um Crime no Expresso do Oriente", de Agatha Christie
(Banda Desenhada) "Dark Swan - Storm Born 4", de Richelle Mead
(Banda Desenhada) "This Haunted World 1", de Mark Powers
"The Good Ghouls Guide to Getting Even", de Julie Kenner
"O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson

Novembro:
(Banda Desenhada) "I Love Him to Pieces", de Evonne Tsang
(Banda Desenhada) "The Walking Dead 8" de Robert Kirkman
"O Fantasma de Canterville", de Oscar Wilde

Dezembro:
(Banda Desenhada) "The Walking Dead 9", de Robert Kirkman
(Banda Desenhada) "iZombie 1", de Chris Roberson
(Conto) "Countdown", de Jonathan Maberry
(opinião parcial) "The Extraterrestrial Compendium", de Ray Cheng
(Banda Desenhada)  "This Haunted World 2", de Mark Powers
(conto) "The Ballerina, The Gymnast, And The Yoga Master", de R.J. Silver
(Banda Desenhada) "The Pendulum" de Anne Elizabeth
(Banda Desenhada) "As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy II- Apocalipse", de Filipe Melo
"Sputnik, Meu Amor", de Haruki Murakami
 "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", de Jorge Amado



Fica também aqui a lista de mangas (banda desenhada oriental) que li e comentei no meu outro blog, Nekko-Mimi:
- Dragon Ball 1, de Akira Toriyama
- Adurashan no Hanoyame, de Kei Amekawa
- Merupuri: Märchen Prince, de Matsuri Hino
- Venus ni Arizu, de Yuki Yoshihara
- Akaboshi - Ibun Suikoden, de Youichi Amano
- Kakko Warukute Kakkoii Kimi, de Arika Kuga
- Girlfriend, de  Masaya Hokazono
- Ai Kora, de  Kazurou Inoue
- Get Love, de  Go Ikeyamada

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

One for the Money

"One for the Money (Stephanie Plum 1)", de Janet Evanovich (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
A Stephenie Plum é tão esperta, tão honesta e tão engraçada, que, com o seu charme narrativo, podia tornar interessante um documentário sobre térmitas.

Opinião:
Esta escritora foi-me altamente recomendada por uma amiga, por isso não hesitei. Não sabia muito bem o que esperar daqui. Sabia que era comédia, sabia que era mistério, mas como raramente via os dois misturados com mestria, confesso que temia o resultado. Bem, fico contente por poder dizer que o meu receio foi infundado e este livro é bastante bom.

O que salta logo à vista, é a personagem principal. Stephenie Plum faz-me lembrar uma outra narradora que adorei, Sunshine, e embora não seja tão "sassy" como a anteriormente mencionada, não está longe do pódio. Stephenie tem garra, consegue ser patética, mas ao mesmo tempo corajosa. Tenta ser independente, mas depois acaba por depender de todos. Enfim ... é humana, e tem uma visão da vida embebida em sarcasmo (que eu adoro ver na literatura).
Depois temos o Joe Morelli, possivelmente o mais idiota mas totalmente adorável dos playboys que eu já li até hoje. Normalmente odeio o tipo de personagens como ele. Convencido, arrogante, humilhador. Mas, neste caso particular, a coisa funciona às mil maravilhas, e acabei por me deixar render pelo seu machismo.
as restantes personagens também estavam muito boas. Gostei especialmente da família da Stephanie, e do Ranger. Mas nem os vilões ficaram a perder no meio disto tudo, pois até as personagens secundárias foram desenvolvidas (sem exageros), dando um outro nível de proximidade à história.

Confesso que adivinhei a resolução do crime com alguma antecedência. Não muita, como já aconteceu noutros livros de mistério, mas ainda assim somei os pontos antes do que, possivelmente, a autora tinha em mente. Isto não foi mau, até porque isso não tornou a leitura menos interessante e até porque a autora fez um excelente trabalho ao dar as pistas, mas também ao manter o mistério até ao fim, de forma convincente e nada "apressada".

A única coisa que não gostei neste livro foi o facto de a narradora (Stephenie) fazer questão de estar sempre a dizer-nos quantos apartamentos cada edifício tinha e como esses apartamentos estavam divididos pelos andares. E também quando começava a nomear todas as ruas por onde passava. Juro! Adorei tudo o resto na peculiar voz desta personagem, mas estes pequenos pormenores irritaram-me imenso.
E acho que em termos do que não gostei, foi isso.

Em suma, foi uma leitura muito agradável, bem humorada, com personagens mais que interessantes, uma história não demasiado previsível, e deixando no ar a promessa de outros livros tão ou mais interessantes que este. Fica a vontade de ler mais.

Capa:
Não amo, mas também não desgosto da capa. Acho que se enquadra bem no ambiente da história (comédia/mistério), mas acho que o branco lhe tira algum dinamismo.


Nota: Esta autora já foi publicada em Portugal, no ano de 2002, pela Presença, contando com dois títulos: "Dinheiro Sujo" e "A vida por um fio", que correspondem ao 5º ("High Five") e 6º ("Hot Six") livro da saga. Alguém me explica, por favor, porque é que as editoras portuguesas fazem isto? Porque é que não começam pelo primeiro?

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