segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Shiver

"Shiver (The Wolves of Mercy Falls 1)", de Maggie Stiefvater (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Durante anos a Grace observou os lobos na floresta atrás de sua casa. Um lobo de olhos amarelos -o seu lobo- é uma presença gelada sem a qual ela parece não conseguir viver. Entretanto, o Sam tem vivido uma existência dupla. No Inverno, a floresta congelada , a protecção da matilha, e a companhia silenciosa da rapariga sem medo. No Verão, uns pequenos meses preciosos de vida enquanto humano ... até que o frio o força a transformar-se de volta.

Opinião:
Eu adoro livors que me fazem chorar, seja de felicidade ou de tristeza, pois no fim significa que senti algo com a leitura. Deste livro eu esperava algumas lágrimas, pois a premissa assim o prometia, e nesse aspecto não desapontou. Na parte final do livro estive várias vezes com as lágrimas nos olhos.

Adorei a premissa e a forma como a autora expôs a história e toda a lenda por trás dos lobos. Imaginativa e muito credível, de forma que não ficamos com a sensação de já termos visto algo assim. Está certo que não é totalmente original, mas a forma como é usada faz com que marque.

O romance foi muito bem exposto e é impossível não torcer pela Grace e pelo Sam, que se complementam muito bem e embora ajam como adolescentes que são, nunca agem como crianças e isso dá-lhes uma certa maturidade que não parece fora de sítio na história.
Os dois protagonistas forma muito bem explorados, e só tive pena que as restantes personagens não tivessem suficiente tempo de antena para podermos conhece-las bem. (talvez na sequela?)
Gostei da forma como a autora tratou do assunto dos pais negligentes, embora me apetecesse esmurrar os pais da Grace que são das pessoas mais irresponsáveis que já vi em ficção ou na realidade. Nem sequer se dão ao trabalho de, quando chegam a casa, ver se a filha está em casa ou não, se está viva ou morta. Que exemplos!
O que menos gostei foi a maneira como a Grace se esqueceu de tudo o resto assim que o Sam entrou na sua vida. Quando a Olivia precisou dela ela nem se lembrou da amiga. Imperdoável! Mas nem isto fez com que a Grace se tornasse detestável, porque mais tarde lá se conseguiu redimir e na verdade ela teve as suas razões para querer passar o maior tempo possível com o Sam.
E por falar em Sam, ele é sem dúvida a minha personagem favorita. Tão querido! E nada do que ele fazia parecia fora de contexto, forçado ou falso. A sua vida estava tão bem mostrada que era impossível não simpatizar com ele.

A escrita está muito boa. Simples, mas algo musical, com várias referência subliminais a cores, cheiros e sons, já que os protagonistas têm os sentidos muito apurados. Além disso tem até poesia (de autores que desconhecia) e letras de música (inventadas pela autora). Adorei a escrita, embora não seja nenhuma obra-prima.

O final foi escrito de forma a deixar o leitor na expectativa até à última linha e confesso que me surpreendeu. Estava a contar com um final muito triste, e tive-o, mas ao mesmo tempo a autora consegui apanhar-me um pouco de surpresa (se bem que confesso que estava a torcer para que fosse assim). Está simplesmente perfeito!

Em suma, este é um grande livro que me proporcionou algumas horas muito bem passadas, num romance que me encheu as medidas, que surpreendeu e que não posso deixar de recomendar. Lindo! (e eu nem gosto muito de romances) Só fica o aviso que, se forem tão sensíveis como eu, vão terminar o livro em lágrimas. (o que não é necessariamente mau)


Capa:
Adorei a capa desde a primeira vez que a vi (tanto a versão branca como preta, mas mais a branca), mas agora, depois de ler o livro, posso dizer com todas as letras que está perfeita! Consegue transmitir muito bem o sentimento com que se fica depois de ler o livro. Agradável mas ainda assim gelado.

Podem ver aqui um booktrailer feito pela própria autora:

3 comentários:

  1. Gostaste mesmo!:)

    Bem, nem digas nada, os pais da Grace são do pior, até dá medo imaginar que há mesmo pais assim :s claro que nenhum teen gosta de pais que sufocam, mas estes são o absoluto oposto e tornam-se ridículos.

    Sabes qual é o mal da minha cópia? -é a preta e branca-...não tem o lobito a espreitar por de trás dos ramos:(

    jen7waters

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  2. cuidadocomodalmata,
    Por isso é que ainda assim gosto mais da branca. O lobo tem de estar lá! XD
    E sim, gostei bastante. Tinha expectativas altas e não saí desapontada por isso confesso que adorei e li-o num instantinho, tendo em conta que nem no sábado nem no domingo li nada. Por isso devorei-o em menos de dois dias.
    Também chegaste a ler, não foi? (tenho de ir ver a tua opinião)

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  3. Pois...por acaso já não tenho ideia porque é que mandei vir a versão preta, talvez porque era a única edição paperback na altura, a azul parece-me que saiu há pouco tempo, devia haver só em hardback; vai ser a mesma história com o Linger, para já só há a versão preta e branca em paperback. Ouvi dizer que a azul do Shiver tem o texto impresso a azul, e o Linger versão verde tem o texto a verde, só não sei se isso só acontece nas hardbacks...mas devem ser mesmo lindas essas edições! :D

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