quinta-feira, 17 de junho de 2010

Contos de Grimm - Parte 1

Eu tinha já aqui falado que durante as férias ia tentar ouvir audiobooks. Pois bem, eu tentei ... mas não gostei!
Experimentei vários títulos, em Inglês, mas o problema era que as vozes narrativas me irritavam muito, por isso acabei por desistir de vários.
No entanto a voz dos Contos de Grimm estava muito boa, melodiosa até, e com aquele sotaque britânico que me faz rir, o que me fez conseguir ouvir uns quantos contos, sobre os quais deixo agora a minha opinião:

O Rei Sapo (The Frog King)
Com muitos dos elementos que conhecemos da infância, mas com personagens cheias de defeitos (nada como as que vemos nas adaptações), um pouco mais realistas na sua completa irrealidade.
Gostei do conto mas não gostei do fim que não esteve em sintonia com o resto do conto e, a meu ver, não fez muito sentido, apenas para terminar de forma algo "embelezada".

Rapunzel
Começa por ser um conto sobre a gula e a irresponsabilidade dos pais, e logo depois, sem grande passagem narrativa, muda para se tornar num conto sobre uma "mãe" possessiva e um amor cruel.
Gostei do romance e, maioiritariamente de todo o conto, à excepção do início que pareceu desencaizado do resto da história.

Hansel & Grettel
Um conto cruel que praticamente não foi modificado do original nas adaptações mais modernas. sobre pais irresponsáveis e facilmente manipulados (mas que ainda assim acabam isentos de culpa, o que não faz sentido) e de duas crianças que ainda assim amam o pai e desejam mais que tudo voltar para junto dele.
Foi bonita a relação dos dois meninos, mas irritou-me que apenas a bruxa e a madrasta fossem castigadas, quando o pai pecou tanto como elas.

O Pescador e sua Mulher (The fisherman and his wife)
Um conto demasiado comprido, com repetições desnecessárias.
mostra bem a avareza (da mulher) e a submissão (do marido) mas o fim não faz sentido. Teria mais lógica se a própria mulher se tornasse no "flounder" (peixe-gato?) e ficasse presa eternamente, se bem que me parece que a ideia era que o desejo final dela já estava cumprido pois eles tinham brincado aos deuses com todos aqueles desejos.



E foram estes os contos que ouvi, pois depois do último não tive paciência para ouvir os restantes. É certo que é muito bom ouvir estes contos, crus e originais, sem os floreados que agora são dados pelas adaptações animadas e que, muitas vezes, pouco ou nada têm a ver com os originais, mas ao mesmo tempo os textos, mesmo sendo curtos, conseguem ser tão chatos e repetitivos que não apetece ouvir mais.
Vou ouvir os restantes, mas um de cada vez, para não me fartar da fórmula de fábula que usam.
Uma coisa que não gostei nada em todos os contos, foi a forma como a mulher é retratada: Mesquinha, avarenta, sedenta de poder, egoísta, enfim, sem um único ponto a favor. Enquanto o homem é sempre retratado como submisso (à excepçãao do rei que era justo) mas ainda assim mais mercedor (segundo a própria história) de desculpa que a mulher que é retratada sempre como um ser desprezível (à excepção da Rapunzel).
Pode ser que seja apenas algo característico dos contos que ouvi e que os restantes não o sejam, mas isto irou-me um pouco muito.
No entanto, não posso retirar o mérito devido as estes contadores de histórias que marcaram gerações. As suas fábulas ensinam lições de vida e esse é sempre o propósito de um bom conto de fadas.

Em breve deverei ouvir/ler  mais contos dos Irmãos Grimm para assim poder dar uma opinião mais fundamentada.

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