domingo, 30 de agosto de 2015

Drácula

"Drácula", de Bram Stoker (Europa-América)


Opinião:
Já não era a primeira vez que começava a ler Drácula mas a experiência foi totalmente diferente, o que, de certa forma, prova que o nosso estado de espírito e a experiência são determinantes para o quão desfrutamos de um livro, ou não.

Acredito que outra situação que beneficiou também esta segunda leitura foi o facto de ter lido o livro bastante devagar, entre outras leituras que ia fazendo. Creio que se o tivesse lido todo de uma vez o fosse achar mais maçador.

Provavelmente quase toda gente conhece a premissa base para este livro, mas para quem possa não saber Drácula começa quando Jonathan é enviado à Transilvânia para tratar de facilitar a mudança de um riquíssimo e temido conde para Londres. Dito conde esconde muitos mistérios e a vida de Jonathan e amigos nunca mais será a mesma. Ora, nem preciso mencionar que existem vampiros, pois não? :)

A história deste clássico é bastante fácil de adivinhar, embora certos momentos, como a perseguição do Conde de volta a casa, tenham sido diferentes do que esperava, assim como também o cativeiro de Jonathan e o jogo psicológico que o antecedeu. Esta parte, em especial, foi muito do meu agrado pois transmitiu verdadeiro terror e fascínio. Depois a história muda-se para Londres e é aí onde a repetitividade se começa a assentar e os erros de algumas das personagens chegam a irritar. Quando Lucy começa a ficar doente e Van Hellsing finalmente faz a sua entrada triunfal, os homens são tão imbecis que, uma e outra vez, deixam a rapariga sozinha de noite, ou nas mãos de gente incapaz de permitir que ela fique pior. Isto irritou-me sobejamente porque não foram duas mas três vezes que isto aconteceu e como é possível o leitor acreditar na inteligência de Van Hellsing quando ele comete erros tão básicos? Esta foi, sem dúvida, a parte que menos gostei do livro.
Fora isso gostei de quase tudo, especialmente da amizade da Lucy com a Mina, o amor entre Mina e Jonathan, a amizade dos cavalheiros e o desfecho da história.
E apesar do excessivo machismo presente na obra, sem dúvida fruto da sua época, a verdade é que adorei a obra e esse machismo apenas me fez rir, porque quando Van Hellsing se vira para a Mina e lhe diz que vai ter de lhe pedir para se manter afastada deles, mantendo-a fora dos seus segredos, porque ela é demasiado frágil para toda aquela aventura, só me apeteceu rir.
E compensação o elo de amizade que nasceu entre os quatro homens foi uma coisa bonita de se ver.
Já o Drácula foi uma personagem muito misteriosa ao longo de todo o livro. Frio e distante, manipulador e menos carismático do que esperava, mas cruel ao ponto certo. os seus poderes realmente apanharam-me de surpresa, mas foi uma boa surpresa. Realmente temos no livro um Drácula bem diferente do do filme Drácula de Bram Stoker o que é estranho, tendo em conta o título do filme (permissão para revirar olhos).

Quanto à prosa devo dizer que a abordagem tipo diário conseguiu cativar-me e funcionou bem para a história. o autor descreve as paisagens e locais, em especial, funciona muito bem e não chega a aborrecer. As diferentes abordagens nos diferentes diários também estavam bem conseguidos.

Em suma, para mim Drácula é um clássico inconstestável, que me trouxe algumas surpresas, apesar de alguns trechos serem demasiado descritivos e haver lugar a muitas repetições que poderia ter sido eliminadas sem que nada de importante se perdesse da história.
Com personagens muito interessantes e um grande foco nas relações entre elas, Drácula traz-nos uma personagem sobre quem já tanto se escreveu (nos séculos que seguiram a publicação deste mesmo), e que ainda assim tanto tem para nos mostrar. Recomendo!

Opinião em vídeo pode ser vista AQUI.

Sinopse:
Drácula é um dos melhores clássicos de terror de sempre. Bram Stoker maravilha com a sua descrição dos lugares e dos pontos de vista de cada uma das personagens. O livro está estruturado na forma de vários diários escritos pelos protagonistas (à excepção do próprio Drácula), oferecendo uma perspectiva única da experiência individual.

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