quinta-feira, 22 de maio de 2014

Scarlet

"Scarlet (The Lunar Chronicles 2)", de Marissa Meyer (Editorial Planeta)

Sinopse:
Cinder elabora um plano para fugir da prisão e, se for bem-sucedida, irá tornar-se a fugitiva mais procurada da Comunidade. Do outro lado do mundo, a avó de Scarlet Benoit desapareceu. Scarlet entra em pânico e, na sua busca, acaba por descobrir que existem muitas coisas sobre a avó que desconhece, assim como ignorava o grave perigo que correu toda a vida. Quando Scarlet encontra Wolf, um lutador de rua que poderá ter informações sobre o paradeiro da avó, sente-se relutante em confiar nele, mas ao mesmo tempo sente-se inexplicavelmente atraída. Scarlet e Wolf tentam desvendar o mistério do desaparecimento da avó, mas deparam-se com outro quando encontram Cinder. Além de todos os problemas em que estão mergulhados, ainda terão de antecipar os passos da maléfica rainha Levana, que fará qualquer coisa para que o belo príncipe Kai se torne seu marido, seu rei, seu prisioneiro.

Opinião (audiolivro):
Normalmente as sequelas são sempre mais fracas que os primeiros livros. Pois, Scarlet não foi! Confesso, como céptica que sou em relação a séries de livros, estava preparada para uma decepção. Felizmente enganei-me e Scarlet foi praticamente tão bom como Cinder. Em certos aspectos chegou até a ser melhor.

A história começa exactamente onde o anterior terminou, com Cinder a tentar escapar da prisão e, graças aos seus novos membros cibernéticos e aos seus poderes lunares, ela consegue fazê-lo com relativa facilidade. À perna leva Thorne, que é, deixem-me dizer, a melhor personagem masculina da série até agora. Vá, o Wolf também é fixe mas o Thorne bate tudo, porque tem sentido de humor. Os outros são sisudos. E o Kai não conta, porque até arranjar uma espinha dorsal eu vou ignorá-lo. (Espero mesmo que ele páre de ser uma marioneta. Kai faz alguma loucura, por favor!)
E bem, já me dispersei. Mas já que falo em personagens, e para não pensarem que são só os homens da série que dão tinta,  há que dizer que a Scarlet é badass! É que a Cinder é forte mas é porque também tem a ajuda da sua parte cyborg e do seu dom Lunar, mas a Scarlet é só humana e ela parte a louça toda. Literalmente, desde o primeiro capítulo em que aparece. Adorei-a!
A Cinder também esteve muito bem, especialmente o conflito interior que tinha por causa do seu dom Lunar. E, felizmente, no fim lá tomou uma decisão madura e decidiu levar a luta à Levana, em vez de andar sempre a fugir. Quem dera que o Kai aprendesse com ela!
Ainda no plano das personagens, tenho é de retirar algo que disse na minha opinião do Cinder: Não! A autora afinal não soube fazer da madrasta algo mais que uma vilã genérica. Caramba! A mulher apareceu numa cena e não podia ser mais ... madrasta (nada contra as madrastas, mas vocês sabem o que eu quero dizer; e por falar nisso, nunca entendi porque estas familiares eram sempre mostradas como más nestas histórias). E por falar em vilãs, ainda estou à espera de perceber as verdadeiras motivações da Levana. Ninguém nasce má! O que e que a pôs assim? E porque é que o Kai não lhe deu um tiro nos miolos quando ela ameaçou cortar-lhe a língua, invadiu o seu escritório e lhe paralisou os conselheiros. Kai, ganha espinha dorsal, por favor!
Ok, já devem ter percebido que esta série mexe comigo, mas isso é óptimo. Adoro quando estou a ler uma história e me apetece entrar nas páginas para fazer algo diferente. Isso significa que a leitura me está a afectar, que me sinto envolvida, para o bem e para o mal.

De volta à história, descobrimos finalmente o que aconteceu com Cinder quando veio parar à Terra e porque é que ela não se recorda de nada. O elo de ligação entre a Cinder e a avó da Scarlet está muito bem conseguido. Bem jogado!
Depois temos a sempre presente ameaça de guerra entre a Terra e a Lua, que está cada vez mais perto (e aquele vislumbre do exército Lunar, no final, é premonitório). O ataque que a Levana levou a cargo na Terra podia ter tido mais impacto, se as personagens não estivessem tão distantes. Mas nesse caso acabou por ser Kai quem nos deu uma melhor visão do terror, e a decisão dele, apesar de imbecil, não deixa de ser compreensível. Não que isso vá resolver grande coisa mas ao menos atrasou o massacre e, no final de contas, é isso o melhor que ele poda fazer, dadas as circunstâncias.
Depois temos a história da Scarlet (a capuchinho vermelho) à procura da avó que, na realidade, foi grande parte do livro, e muito bem. Como já disse, adorei a Scarlet e adorei o Wolf, por isso o que há para desgostar no tempo em que passaram juntos? O relacionamento dos dois foi muito bem explorado e, apesar da traição (que se viu à distância), não havia dúvidas do que ia suceder no fim. Neste ponto o livro foi muito mais bem conseguido que o Cinder, já que o leitor teve tempo para conhecer os dois e perceber as suas motivações e o que os unia.

A escrita da autora continua fascinantes, muito carregada de emoção e acção. Este livro foi bem mais cheio de adrenalina que o primeiro mas houve um excelente equilíbrio com os momentos de (suposto) relaxe, onde conhecemos melhor as personagens e os seus relacionamentos.

Em suma, Scarlet foi uma excelente leitura, uma sequela muito bem conseguida. Empolgante, envolvente e que me deixou com uma vontade enorme de ler Cress (o terceiro livro da série). E só não o fiz logo porque o quarto (Winter) só sai em 2015 e eu não quis ficar tanto tempo à espera. Assim espaço um pouco mais a leitura a ver se não custa tanto. Mas já sei que não vou conseguir esperar muito mais por Cress. Será que também vai ser uma boa surpresa? Espero bem que sim!

Nota: Sou eu a única a pensar: "Sailor Moon" quando estou a ler isto? A Cinder é a Usagi (Bunny), a Cress é a Ami e a Scarlet é a Rei (Rita). Tenho dito!
Nota 2: Porque é que as protagonistas têm os nomes em Inglês? A Cinder vivia na Ásia, a Scarlet é da França e ambas têm nomes em Inglês? Não faz sentido! É só mesmo para ficar bem nos títulos.


Narração (Rebecca Soler):
Nada a apontar. Mais um bom trabalho da naradora.


Booltrailer:

2 comentários:

  1. Um dos meus livros favoritos!! :D Eeeek tens de ler Cress!!

    (O Kai é um totó e um cobarde, eu cheguei a um ponto em que também já o ignoro ou ele estraga-me a leitura, mas gostava que a Cinder tivesse outro love interest, assim um gajo com tomates >_>)

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    Respostas
    1. Estou ansiosa por ler o Cress mas só de pensar que depois tenho de esperar tanto tempo pelo Winter ...
      Oh, o Kai realmente precisa de ir apanhar uns tomates à horta. Espero sinceramente que ele amadureça nos próximos livros.

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