terça-feira, 25 de março de 2014

The Maze Runner - Correr ou Morrer

"The Maze Runner - Correr ou Morrer", de James Dashner (Editorial Presença)

Sinopse:
Quando desperta, não sabe onde se encontra. Sons metálicos, a trepidação, um frio intenso. Sabe que o seu nome é Thomas, mas é tudo. Quando a caixa onde está para bruscamente e uma luz surge do teto que se abre, Thomas percebe que está num elevador e chegou a uma superfície desconhecida. Caras e vozes de rapazes, jovens adolescentes como ele, rodeiam-no, falando entre si. Puxam-no para fora e dão-lhe as boas vindas à Clareira. Mas no fim do seu primeiro dia naquele lugar, acontece algo inesperado - a chegada da primeira e única rapariga, Teresa. E ela traz uma mensagem que mudará todas as regras do jogo.

Opinião (audiolivro):
Há uns anos atrás fiquei curiosa com este livro, mas como o tempo foi passando, acabei por me esquecer dele, até que recentemente consegui a versão audioboook e a curiosidade voltou. E na verdade se for para ler YA (literatura juvenil, jovem-adultos) prefiro fazê-lo no campo das distopias, embora mais facilmente me vejam a ler romances paranormais (que muito raramente me satisfazem).
The Maze Runner parte de uma premissa muito interessante e algo claustrofóbica: Thomas, um jovem desperta sem memória e é transportado para uma pequena comunidade de jovens rapazes que tentam, todos os dias, resolver o labirinto que os aprisiona.

A nível de enredo, o que a princípio parece ser algo simples e sem grandes surpresas, revela-se bastante mais complexo. na parte final, especialmente, há grandes desenvolvimentos. E embora no início o desenrolar da história seja lento, a pouco e pouco o leitor passa a tomar conhecimento dos factos e tudo se complica. Quase como se o leitor estivesse no mesmo estado de desconhecimento total que o protagonista. Nessa medida o livro é uma escalada que culmina de forma a que o leitor fique com vontade de ler mais, mas sem ficar aquela sensação de que, no final de contos, não sabe ainda nada. Ou seja, o autor revelou informações suficientes, e deu respostas suficientes para me deixar satisfeita e com vontade de ler o segundo volume.
Confesso que no início temia que a história fosse aborrecida e previsível mas, felizmente, não foi tanto assim, pois apesar de uma boa dose de previsibilidade a história é suficientemente complexa para não ser, de todo, monótona.

A nível de personagens achei fácil apegar-me a elas. O Chuck, o Minho, o Newt, e em especial o Thomas que é um daqueles protagonistas por quem é impossível não torcer, apesar de todo o mistério que o rodeia. Mas não é só ele! Praticamente todas as personagens são bem usadas e isso torna-as mais ... ricas. Excepções feitas com o Galley, que pouco mais é que um bully genérico, e a Teresa que parece demasiado conveniente e unidimensional. Não tem personalidade, o que é triste, considerando que é a única rapariga. E a menos que se acabe por descobrir que está a ser controlada, espero bem que no segundo volume a usem de forma mais eficiente.

A escrita do autor, infelizmente, foi o ponto fraco do livro. A prosa é muito simples, pouco descritiva e pouco imaginativa. Para conseguir visualizar o labirinto tive de usar a minha imaginação, mais do que o normal, pois o autor deu-nos apenas indicadores muito vagos. Pouco material para o que tinha em mãos.
O autor preferia também dizer que a personagem sentia medo, em vez de me mostrar como esse medo se reflectia nele, no seu corpo. Contudo também confesso que numa coisa foi bastante descritivo: os Grievers.
Contudo, e embora neste tipo de livro esse tipo de estilo não seja muito incómodo, é algo que não gosto de ler/ouvir em livro algum. Daí que não tenha apreciado a escrita do autor e tenha ficado com a sensação que se a prosa fosse diferente eu teria gostado ainda mais do livro.

Em suma, The Maze Runner - Correr ou Morrer, foi um livro que me entreteve durante vários dias, com boas personagens e uma história mais complexa do que parecia à primeira vista. Vou, certamente, continuar a  ler a série.

P.S.: É impossível não comparar este livro com o Deus das Moscas, especialmente por causa de quem acaba por morrer no fim. Déjà-vu! Mas, apesar disso, The Maze Runner não chega aos calcanhares do Deus das Moscas.

Narração (Mark Deakins):
Custou-me um pouco habituar à voz deste senhor, mas com o tempo deixou de me incomodar e tornou-se até agradável. Conseguiu fazer um trabalho competente na narração, e não tenho nada de mal a apontar a esta versão do livro.

Um ou dois dias depois de eu acabar a leitura, vi que tinha sido lançado o trailer para o filme (que eu nem sabia que estava em produção) e gostei!

terça-feira, 18 de março de 2014

Two Moons of Sera - Volume 2

"Two Moons of Sera - Volume 2", de Parvati K. Tyler (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Volume Two in the Two Moons of Sera series. Continue to follow the adventure of Tor and Sera!
In a world where water and earth teem with life, Serafay is an anomaly. The result of genetic experiments on her mother's water-borne line Serafay will have to face the very people responsible to discover who she really is. But is she the only one?
All the Fun of YA written for Adults


Opinião:
Estes livros foram feitos para serem lidos de seguida, pois não há qualquer elo de ligação, nenhuma introdução para situar o leitor no início deste segundo volume.

Esta segunda parte (de quatro) conseguiu ser mais consistente que a primeira, no entanto faltou-lhe alguma da magia do anterior. Este foi mais terra-a-terra, menos fantástico, mas também melhor para o desenvolvimento de personagens.

A história adensa-se, mas ainda existem demasiadas incógnitas em relação ao conflito entre povos. Também há demasiadas facilidades, como por exemplo: o facto de ninguém questionar a legitimidade da cidadania do Tor e da Sera; o quão facilmente a Sera consegue falar normalmente para os Erdlanders e usar expressões que lhes são familiares, tendo em conta que ela nunca conviveu com eles; entre outras coisas.

O misterioso terceiro povo, do qual só tomamos conhecimento no fim deste volume, parece prestes a complicar este mundo, o que me leva a duvidar que esta série possa terminar em apenas 4 volumes (já só faltam 2). Pelo menos custa-me a crer que o consigam fazer de forma convincente, mas espero estar errada.

Por isso a nível de enredo encontro-me dividida. por um lado estou interessada na trama, no mundo e nas suas potencialidades, mas por outro acho que a autora está a criar demasiadas equações e a providenciar poucas soluções. Se conseguir atar as pontas soltas, de forma satisfatória, nos próximos dois volumes, terei de lhe dar os meus parabéns.

As personagens foram as mais beneficiadas nesta segunda parte. Tanto a Sera como o Tor cresceram bastante e mostraram mais de si. Assim também o relacionamento dos dois amadurecei e acabei por torcer pelos dois. pena foi que a Sera, por vezes, era um bocado imbecil (sempre a lembrar o Tor do seu poder, nos momentos mais inoportunos), mas isso é desculpável como sendo parte da sua personalidade.
O restante elenco também se mostrou interessante, embora poucos se tenham destacado e, em certos momentos, cheguei mesmo a misturar as personagens.

A escrita da autora funciona bem neste tipo de história e só tenho mesmo a apontar o facto de achar que ela poderia e deveria ter sido mais descritiva no ambiente envolvente. A sua prosa é muito bonita em momentos românticos e sabe escrever bem diálogos, mas em termos de descrição envolvente é muito simplista. Outra coisa que me deixa um pouco zangada é a forma como a autora escolhe terminar os volumes. Sou a favor de cliffhangers, mas os desta série são demais. Fora isso, não tenho nada a apontar.

Em suma, Two Moons of Sera 2 é uma sequela muito competente, com bom desenvolvimento de personagens e da trama, deixando o leitor curioso por saber o que se segue. Gostei, mas reservo a minha opinião para quando terminar a série

segunda-feira, 17 de março de 2014

Um Outro Mundo

"Um Outro Mundo", de David Sobral (ebook)

Sinopse:
Antologia de contos premiados para amantes de ficção e ficção científica/fantástica, sobre o nosso e muitos outros mundos.
Inclui: O Homem que decidiu ser Deus, A mulher que não corria riscos, O sabor amargo das vitórias, O Diário de VX-4010-dh (I), Rumo a SD-GS2056: a Era dos Descobrimentos Espaciais e GR - Gerador de Realidades, entre muitos outros.


Opinião:
Desconhecia totalmente o trabalho deste escritor e cientista mas descobri o seu trabalho na Amazon e, tratando-se de ficção científica em formato conto, despertou-me a curiosidade.
Como vem sendo hábito nas opiniões de antologias, ficam primeiro algumas palavras sobre cada conto individual e no fim deixarei uma opinião geral.

"A Cega Busca por Liberdade"
Um conceito interessante que não foi aproveitado ao seu máximo potencial. O autor utiliza algumas frases bonitas mas isso não é suficiente. Há aqui lugar a muito despejo de informação, o autor diz muito mas não mostra tanto quanto deveria. Para mais o desenvolvimento não faz grande sentido e cheguei ao fim com um sentimento de que nada batia certo. Afinal como foram construídas as bombas?

"Depois do Fim"
Há aqui um sentimento de solidãp e o autor tentou mostrar um certo patriotismo neste conto. No entanto não consegui deixar de notar como foi pelos caminhos fáceis, como decidiu não descrever os locais em qualquer nível de detalhe, escolhendo antes fiar-se na memória do leitor, dando-lhe nomes, tomando atalhos que tiraram intensidade ao texto.

"A Mulher que não corria riscos"
Este foi um texto que me tocou, pela sua mensagem, pela forma como o autor escolheu contá-la, crua e sem rodeios, sem grandes pormenores mas dando informação suficiente para ser interessante. Neste caso o estilo funciona.

"O homem que decidiu ser Deus"
Uma história que começou interessante, chegou a um crescendo que prometia grades coisas e que depois ... caiu. Houve ali um corte do fluxo narrativo que foi como um murro no estômago e aquele monólogo final foi a gota de água.

"O destruidor de Mundos"
Um conceito intrigante que ficou perdido num conto pequeno e sem grande profundidade.

"A guardadora do Mundo"
Um conto que não me disse nada. Foi esta a impressão final com que fiquei.

"O povo das Estrelas"
Mais uma história com muito potencial mas que mirrou pela falta de detalhes e porque o autor escolheu atalhos. No fim o leitor não sabe nada sobre o que o autor tão eloquentemente quis criar. Nada!

"O Oceano Europa"
Belíssimo local de partida, excelente ideia e muito potencial que, mais uma vez, foi completamente desperdiçado. Quando um autor descreve o que o personagem vê como: «... repleto de formas de vida de quase todos os tamanhos e feitos.» eu, enquanto leitora, fico completamente decepcionada!

"Modo de Optimização: On"
Um conto com uma boa ideia e que funciona, mas que não explica como o personagem supostamente chegou a esta sociedade utópica.

"Da janela vê-se o mundo"

Diálogos interessantes (que até aqui o autor havia explorado pouco) e um enredo interessante; mas este conto tem um final que não funcionada, de todo!



"Há vida para além de nós"
Muito suspense, muitas palavras culminaram num final insatisfatório que, mais uma vez, falha em trazer quaisquer respostas ao leitor. Afinal que experiência é essa que prova a existência de vida para além da nossa?


"A estranha magia do Litoral Alentejano"
Julgo que este seja o maior conto da antologia e, potencialmente o mais bem desenvolvido. Temos uma personagem bem exposta (que me parece ligeiramente auto-biográfica), um bom enredo e um conceito muito interessante. Pena foi a sequência final, que não foi tão bem conseguida. No entanto gostei da última frase. Compôs bem o conto.

"O riso da Morte"
Parece-me que o autor quis dissimular uma crítica às corporações e à sociedade capitalista neste texto, mas não foi bem sucedido. É demasiado óbvio e acaba por não funcionar como um conto, apesar de tocar num assunto sensível.

"O sabor amargo das Vitórias"
Uma boa história contada em boas palavras. Gostei!

"Especulação Nocturna"
Um ensaio interessante que pouco ou nada tem de ficção. Mas gostei do conceito porque me deu que pensar.

"Carta a quem quer que sejas"
Um conto escrito na forma de carta e que por isso se torna interessante, na medida em que dá a sensação de que poderia ter sido escrita por uma criança. No entanto perde alguma força por estar só e não ter seguimento; por não haver mais.

"O escritor pecador"
Apesar de apresentar um protagonista com profundidade, este é outro conto que não levou  a lado nenhum.

"O diário VX-4010-dh"
Nesta altura comecei a achar que o autor tinha por hábito cortar os contos exactamente no momento em que estes se tornavam interessantes. E isso deixou-me irritada com os textos. Fiquei sem respostas, mais uma vez.

"Rumo a SD-GS2056: A Era dos Descobrimentos Espaciais"
Ideia interessante e bem executada, excepto pelo número de diários de bordo que não fazem qualquer sentido. Oito diários em sabe-se lá quantos meses? Muito pouco provável. E, mais uma vez, o autor explicou muito pouco, o que tornou a história menos credível.
Mesmo assim gostei deste,

"GR - Gerador de Realidades"
Mais um conceito interessante que se perde numa espécie de ensaio, uma mera sinopse.

"Um Futuro Temível"
Excelente tema e prosa bem executada. Gostei porque me fez lembrar uma história que tinha escrito algum tempo antes, e porque fala de algo que nos toca a todos.

"Mais alto é impossível"
Não compreendi este texto. Ou melhor, não compreendi o seu propósito pois pareceu-me apenas ser um ensaio amoroso sobre Newton. Será?

"O outro Mundo"
Bom conceito, boas reviravoltas e filosofias interessantes. Podia era parecer-se menos com um ensaio.


"Alquimia XXI"
Uma história curiosa que acaba por não ter grande impacto pelo facto de eu não ter criado qualquer ligação com as personagens e, daí, não ter sentido grande coisa com o seu desfecho. Contudo foi um final interessante para a a antologia.

Em suma, Um Outro Mundo é uma antologia coesa, mas cujo trabalho integrante é mais um ensaio do que uma reunião de contos. Como antologia de ficção o livro é fraco, a prosa é ineficiente, sem vida e pouco interactiva com o leitor. Não me cativou, de todo, para grande parte das histórias. As personagens não têm grande personalidade e são mais acessórias às ideias, do que outra coisa.
Como ensaio este livro/ebook tem os seus méritos e algumas das ideias são excelentes. Se o autor tivesse explorado mais estas ideias no ramo da ficção, se a prosa fosse mais madura, mais prosaica e menos sumariada, talvez tivesse gostado mais. Desta forma, a antologia não tem grande qualidade como trabalho de ficção.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Death Masks

"Death Masks (Dresden Files 5)", de Jim Butcher (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse (inglês):
Harry Dresden, Chicago's only practicing professional wizard, should be happy that business is pretty good for a change. But now he's getting more than he bargained for.
A duel with the Red Court of Vampires' champion, who must kill Harry to end the war between vampires and wizards...
Professional hit men using Harry for target practice...
The missing Shroud of Turin...
A handless and headless corpse the Chicago police need identified...
Not to mention the return of Harry's ex-girlfriend Susan, who's still struggling with her semivampiric nature. And who seems to have a new man in her life.
Some days, it just doesn't pay to get out of bed. No matter how much you're charging.


Opinião (audiolivro):

The Dresden Files foi a única série de fantasia urbana, até agora, que me interessou logo desde o primeiro volume. Muito disto é culpa do protagonista: Harry Dresden, que tem uma personalidade fácil de gostar e além disso não é um daqueles heróis que consegue fazer tudo sozinho, ou que é todo poderoso. Ele leva porrada e precisa quase sempre de ajuda para se safar das situações em que acaba metido.
Nada disto mudou nos livros subsequentes, no entanto, por alguma razão, eu já não acho que o Dresden seja tão interessante.

Mas vamos por partes: a história, como o autor já nos vem habituando, é complexa, com uma boa dose de imprevisibilidade e cheia de cenas emotivas e intensas. Adorei a ideia de usar as moedas usadas para pagar Judas como um veículo para, lentamente, transformar as pessoas em demónios. Ideia bem aproveitada e muito interessante!
Do que não gostei foram certas decisões narrativas, especialmente porque em certos momentos o autor abusa dos esterótipos, e até mesmo do estilo pulp-fiction que é bastante característico desta série e deste protagonista. Refiro-me especialmente ao facto de haver sempre pelo menos uma mulher em perigo, mesmo quando essa mulher, em circunstâncias normais, daria porrada a quem se metesse com ela. O que acontece é que acabam sempre por precisar da ajuda do Dresden e ele está sempre lá para elas. Porque não salvar um homem para variar?
Isto adicionado a um certo machismo do Dresden, irrita-me, enquanto leitora e enquanto mulher. Especialmente porque até nas situações mais grotescas o Dresden tira tempo para prestar atenção às formas curvilíneas das mulheres. Em momentos tudo menos apropriados! E sim, eu percebo que ele é homem, mas há dia e hora para tudo.

As personagens, como já vem sendo habitual, são muitas, mas não demasiadas  ao ponto de não haver tempo para as conhecer a todas. O autor consegue dar-lhe vida e personalidade. Isto, contudo, não se aplica tanto aos vilões, infelizmente. O que acaba por ser o 'tendão de Aquiles' deste livro. Queria saber mais sobre eles! Queria saber o que os motiva. E embora tenha quase a certeza que eles voltarão a aparecer em futuros livros, achei que neste ficaram demasiadas perguntas por responder.
As personagens que se destacaram foram a Susan (Wow! Adoro o que o autor fez com ela.) e o Shiiro, que foi das personagens mais credíveis do livro.

A escrita do autor mantém-se coesa, muito acessível, bastante descritiva e rica em pormenores (demais até, pelo menos quando começa a descrever as mulheres). Felizmente o sexismo não transparece na maior parte do livro.

Em suma, Death Masks foi mais uma aventura intensa, embora uma ou duas cenas mais chauvinistas me tivessem feito revirar os olhos. O que acontece é que acho que li/ouvi este livro na altura errada. Há que estar na fase certa para desfrutar do livro certo, e este não foi o momento certo. Ainda assim o livro tem suficientes pontos bons para que não o tivesse detestado. Adorei as ideias e as personagens!

Narração (James Marsters):
Quem viu Buffy - A Caçadora de Vampiros, reconhecerá certamente a voz deste senhor, e esta funciona muito bem nestas aventuras do detective do sobrenatural, Harry Dresden.
A sua ginástica vocal foi suficiente para dar vida a homens e mulheres e, apesar de não ser a sua melhora narração, foi competente o suficiente para ser apreciada.

quarta-feira, 5 de março de 2014

The Last Guardian

"The Last Guardian (Artemis Fowl 8)", Eoin Colfer (ainda não publicado em Portugal

Sinopse (inglês):
Seemingly nothing in this world daunts the young criminal mastermind Artemis Fowl. In the fairy world, however, there is a small thing that has gotten under his skin on more than one occasion: Opal Koboi. In The Last Guardian, the evil pixie is wreaking havoc yet again. This time his arch rival has somehow reanimated dead fairy warriors who were buried in the grounds of Fowl Manor. Their spirits have possessed Artemis’s little brothers, making his siblings even more annoying than usual. The warriors don’t seem to realize that the battle they were fighting when they died—a battle against Artemis—is long over. Artemis has until sunrise to get the spirits to vacate his brothers and go back into the earth where they belong. Can he count on a certain LEPrecon fairy to join him in what could well be his last stand?
New York Times best-selling author and comic genius Eoin Colfer will leave Artemis Fowl fans gasping up to the very end of this thrilling finale to the blockbuster series.


Opinião (audiolivro):
Nota: Tratando-se este do último livro da série, toda a opinião poderá conter factos que  já ocorridos. Tento sempre não dar grandes detalhes sobre a história, mas há coisas que é impossível não referir, por isso, se gostam de surpresas, talvez seja melhor não lerem antes de chegarem ao fim da série.

No livro anterior Artemis havia sido afectado por uma condição/doença que, segundo o revelado, não seria facilmente ultrapassada. Mas, sendo Artemis quem é, a recuperação foi rápida. Demasiado rápida!
Esperava menos facilidades e, confesso, mais Orion (senti a falta desta persona), mas não tive nada disso.
O livro começa com o Artemis já completamente curado e nem sombra do Orion.

Como esperado, ou não fosse este o último livro da série, o caos é total; a  maior ameaça de sempre cai sobre os nossos heróis, algo que ameaça tanto as fadas como os humanos. É caso para dizer que a Opal partiu a louça toda. E não é surpresa nenhuma que seja a Opal a causar o fim do mundo.
Talvez por isso mesmo, pela previsibilidade do confronto, este livro não me tenha surpreendido tanto quanto gostaria. Os acontecimentos em si foram bastante inesperados, especialmente porque a loucura da vilã escalou de forma perturbante mas bem fundamentada.
O que acontece é que, depois de 3 livros em que ela era a vilã, este quarto já me pareceu demais; mesmo até porque a loucura dela a fez cometer erros básicos, erros que não deveriam ter acontecido já que ela sabia bem com quem estava a lidar (mas bem, isto eu desculpo com a loucura dela). O que não tem desculpa são os sempre presentes discursos expositórios da vilã, dando aos heróis a hipótese de a derrotarem, mais uma vez, e desta vez ... permanentemente.

Mas à parte disso a história foi bastante rica e trouxe um final que completou bem a série. Não foi necessariamente o desfecho que esperava ou desejava para a série, mas certamente não foi o pior final (mesmo sendo um pouco lamechas).

Gostei muito do que o autor fez com as personagens! O Artemis, o Buttler, a Holly, o Mulch, os gémeos e até mesmo a Juliet. Conseguiu que todos maturassem e tivessem um papel importante neste livro.
Também o chefe dos Beserkers teve alguma profundidade e, claro, a Opal foi das que mais evoluiu. Posso não ter gostado de muitas das suas escolhas mas não posso negar que o seu desenvolvimento foi muito bem conseguido.
Por outro lado senti a falta do Folly e, especialmente, do Number 1 (Oh, Number 1, certamente a personagem menos aproveitada de toda a série).

A escrita do autor manteve-se consistente com os livros anteriores, apesar de algumas escolhas narrativas de gosto questionável. Mais ajustado a um público juvenil, estas histórias não deixam de poder ser apreciadas pelos adultos, apesar da escrita ser menos complexa.

Em suma, The Last Guardian foi uma última aventura cheia de surpresas, com um bom desenvolvimento de personagens e muita acção. No entanto pecou por ter um final demasiado rocambulesco e por ter usado a sua vilã até à exaustão. Ainda assim a série Artemis Fowl foi das mais divertidas que li recentemente e recomendo-a sem quaisquer  restrições. Este foi um fim merecedor do intrépido génio do crime: Artemis Fowl!

Narração (Nathaniel Parker):
Tudo o que havia para dizer sobre o trabalho deste senhor já foi dito. Uma narração sem falhas, com muito sentimento e muita dedicação à interpretação de cada uma das personagens. Apesar de este não ser a sua melhor narração, não há nada a apontar do seu desempenho.

terça-feira, 4 de março de 2014

Ser dia e Noite Ser

"Ser Dia e Noite Ser", de Sílvia Mota Lopes e Sandra Fernandes (Librobraga)

Sinopse:
O universo feérico remete para um imaginário ancestral, cujas raízes se perdem do tempo, onde se espelham as vivências do Homem. Deste modo, o texto, Ser dia e Noite ser, revela uma dualidade da mesma natureza, pretendendo, pela sua ambivalência, corresponder tanto às expectativas do leitor criança, como do leitor adulto. - Jorge Passos (CIEC, Universidade do Minho)

Opinião:
Este é um pequeno livro infantil que fala, como diz o título, da noite e do dia. Mais propriamente da fada da noite que deseja conhecer as belezas do dia.
O texto é sentido, poético e tem várias nuances que podem ser apreciadas tanto pelos mais novos, como pelos os mais velhos. As ilustrações (da Sandra Fernandes) são muito belas e têm uma simbiose muito bem conseguida com o texto.
Vale a pena ler e oferecer!

Links úteis: Blog da autora - Blog da Editora 

Vejam também este vídeo:

Promoção 100%


Aproveitem a oportunidade!

::Teatro:: Gita All'Inferno

No passado dia 22 de Fevereiro fui ao Teatro Gil Vicente (em Barcelos) ver a peça de teatro Gita all'Inferno, baseado em parte da obra de Dante Alighieri (Divina Comédia).
Decidi ver a peça num impulso , confesso, não sabia bem ao que ia. Por exemplo, na minha ignorância esqueci-me do óbvio: que a peça estava toda falada em Italiano. Não foi difícil para mim seguir o que estava a ser dito (benditas aulas de Italiano), mas quem foi comigo não teve tanta sorte.
Poster da peça de teatro Gita all'Inferno na sua passagem pelo norte de Portugal

Não sendo muito versada em teatro, ou tendo sequer visto muitas peças (infelizmente), posso dizer que gostei muito da actuação do Nunzio Caponio e do Simeone Latini, que foram impecáveis nos seus papéis. Muito emotivos, muito expressivos, transmitindo com o corpo as cenas, quebrando assim a barreira da língua.
Os efeitos especiais e mistura de meios audiovisuais foi uma boa adição e é bom ver como o teatro consegue incorporar bem outros meios de comunicação e arte.


Gita all'Inferno termina de forma algo previsível, mas não menos bem sucedida. Foi um serão bem passado, na companhia de excelentes actores. Não sei se esta peça ainda estará em cena em mais alguns teatros do país, mas se tiverem oportunidade, acho que vale a pena ver!
Fiquem agora com um pequeno trailer:
Ficha Técnica: autor Nunzio Caponio com colaboração de Simeone Latini | encenação e interpretação Nunzio Caponio e Simeone Latini | criação vídeo Roberto Putzu | cenografia e figurinos Salvatore Aresu | intérprete do vídeo Annalisa Zedde e Toty Resta | narrador Luisanna Ciuti | supervisão técnica Lele Dentoni | assistete técnico Ivano Cugia | fotografia Federico Cabras | produção Stefanie Tost (informação retirada daqui)

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