segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Clube de Leitura de Braga - Março

Quase a completar 2 anos desde a criação do Clube de Leitura de Braga, no encontro de Março debruçar-nos-emos sobre "Cemitério de Pianos", de José Luís Peixito.
Apareçam e façam-nos companhia.
O Clube de Leitura de Braga reúne-se na Bertrand de Braga (centro da cidade) no dia 1 de Março de 2014, às 15 hora.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

The Atlantis Complex

"The Atlantis Complex (Artemis Fowl 7)", Eoin Colfer (ainda não publicado em Portugal

Sinopse (inglês):
Artemis has committed his entire fortune to a project he believes will save the planet and its inhabitants, both human and fairy. Can it be true? Has goodness taken hold of the world’s greatest teenage criminal mastermind?
Captain Holly Short is unconvinced, and discovers that Artemis is suffering from Atlantis Complex, a psychosis common among guilt-ridden fairies -- not humans -- and most likely triggered by Artemis’s dabbling with fairy magic. Symptoms include obsessive-compulsive behavior, paranoia, multiple personality disorder and, in extreme cases, embarrassing professions of love to a certain feisty LEPrecon fairy.
Unfortunately, Atlantis Complex has struck at the worst possible time. A deadly foe from Holly’s past is intent on destroying the actual city of Atlantis. Can Artemis escape the confines of his mind -- and the grips of a giant squid -- in time to save the underwater metropolis and its fairy inhabitants?


Opinião (audiolivro):
Um Artemis louco e com personalidade dupla é, logo à partida, fórmula de sucesso.

Este penúltimo livro da série foca-se nessa premissa e também numa história de amor bastante inesperada. A trama, na sua essência, é um pouco mais fraca que nos livros anteriores; não pela falta de uma boa base - pois têm-na - ou de um bom desenvolvimento - que também tem - mas por alguma inabilidade de o transmitir com a força necessária. Não sei se foi apenas pelo facto de ser a mais inconsequente de todas as aventuras até aqui, ou seja, de o que aconteceu neste livro (apesar de emocionante e divertido) não ter qualquer impacto significativo na história da série, como um todo.
Mas, esquecendo isso, gostei bastante da história. Tanto pelo que aconteceu ao Artemis, como pela aparição de um novo vilão (apesar de ele aparecer quase do nada). Foi uma boa divergência da habitual Opal.
O novo vilão é alguém que já havia sido referido em livros anteriores mas que não tinha tido grande impacto até este Atlantis Complex.
Por outro lado foi interessante conhecer melhor a cidade e o povo de Atlantis (Atlântida), embora me tenha sabido a muito pouco, se comparado com o que sabemos de Haven, ou mesmo da ilha de Hydra.

A nível de desenvolvimento de personagens, temos oportunidade de ver uma regressão progressiva do Artemis (que, aliás, já se notava nos livros anteriores). Orion, a segunda personalidade do Artemis fez-me rir vezes sem conta e gostava de o ter visto aparecer mais.
Mas, no meio de tantos, foram as novas personagens que se destacaram, apesar do final que lhes foi dado (ou terá sido mesmo como consequência disso?).
E falando de finais ... as mortes no início do livro foram muito mal conseguidas, acabando por não ter o impacto que deveriam e poderiam ter tido, muito por culpa da rapidez com que ali estavam e depois já não estavam, e também porque depois foram rapidamente esquecidos; como se a morte não fosse nada de especial.

A escrita do autor em nada se alterou e por isso não tenho nada assinalar.

Em suma, The Atlantis Complex foi um livro divertido, apesar da seriedade dos seus temas e de algumas das suas cenas, que pecou por ser inconsequente na trama geral (e isto sei-o porque, entretanto, li o último livro, e porque isto é perceptível no próprio The Atlantis Complex). Caso os acontecimentos deste livro tivessem efeito directo no último da série (The Last Guardian), este teria sido então bastante mais apreciado.
Ainda assim gostei muito do doce romance do vilão e, claro, do Orion, que foi a melhor parte do livro!

Narração (Nathaniel Parker):
Já o disse, e volto a repetir, o Nathaniel Parker faz um trabalho invejável na adaptação a audiolivro, e vale a pena escutar.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Last Sacrifice

"Last Sacrifice (Academia de Vampiros 6)", de Richelle Mead (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse (inglês):
Rose Hathaway has always played by her own rules. She broke the law when she ran away from St. Vladimir's Academy with her best friend and last surviving Dragomir princess, Lissa. She broke the law when she fell in love with her gorgeous, off-limits instructor, Dimitri. And she dared to defy Queen Tatiana, leader of the Moroi world, risking her life and reputation to protect generations of dhampir guardians to come.
Now the law has finally caught up with Rose - for a crime she didn't even commit. She's in prison for the highest offense imaginable: the assassination of a monarch. She'll need help from both Dimitri and Adrian to find the one living person who can stall her execution and force the Moroi elite to acknowledge a shocking new candidate for the royal throne: Vasilisa Dragomir.
But the clock on Rose's life is running out. Rose knows in her heart the world of the dead wants her back...and this time she is truly out of second chances. The big question is, when your whole life is about saving others, who will save you?
Join Rose, Dimitri, Adrian, and Lissa in Last Sacrifice, the epic, unforgettable finale to Richelle Mead's international #1 bestselling Vampire Academy series.


Opinião (audiolivro) *Antenção! Contém Spoilers*:
Se leram a minha opinião do quinto livro da série Academia de Vampiros, então sabem que foi com muita relutância que me aventurei a ler este sexto e último livro. E não escondo que só o li/ouvi por isso mesmo: por ser o último!
Mas custou! No início custou porque a Rose, essa protagonista infantil que a autora quer que acreditemos que é gente grande, havia de amadurecer neste último livro mas não o faz. E para mim, enquanto leitora, há poucas coisa mais irritantes que seguir uma personagem durante seis livros  chegar ao último e sentir que esta está mais imatura do que quando começou.

E porque comecei a falar de personagens, só mesmo a Lissa (até ser nomeada raínha) e o Adrian realmente me cativaram neste volume. O Dimitri, apesar de ter voltado a ser o que outrora foi, deixou de ser plausível desde o quarto livro, pois, para mim, não há como voltar atrás depois de ser um monstro. Pelo menos não em tão curto espaço de tempo. A autora quis fazer o leitor acreditar que, em menos de umas semanas, era como se tudo tivesse voltado ao dantes. Se muita coisa nestes livros não é credível, esta é sem dúvida uma das que menos o é. Há um limite para a credulidade de um mundo, de uma premissa, e para mim isso não passa pelo facto de uma personagem ter sido um assassino durante dois volumes e depois, do nada, voltar a ser um bonzinho, sem que nenhuma consequência séria resulte da destruição que ele causou. Ele levou À morte de um Moroi da realeza, ele matou vários Damphyrs e conduziu à morte de outros, já para não falar dos humanos, e depois a sociedade perdoa-o. Assim, sem mais nem menos? Há credibilidade nisto? Para mim, não!
O mesmo sucede com a Rose e amigos que, depois de ajudarem um prisioneiro a fugir da prisão, destruírem monumentos históricos, perturbarem uma cerimónia fúnebre e outras coisas que tal, ainda é perdoada como se nada tivesse acontecido.

Estão a perceber porque detestei este livro e o anterior?
A autora criou uma sociedade interessante com regras muito definidas, mas depois torceu as regras para conveniência das personagens. Se não, vejamos o exemplo do que aconteceu ao Eddie, que foi feito prisioneiro e interrogado quando matou um Moroi, que nem sequer era nobre, em defesa de  outro Moroi. Visto isto, qual seria então o castigo justo para um Damphyr transformado em Strigoi que arquitectou a morte um Moroi real e de vários Damphyrs? Prisão perpétua, no mínimo!
Mas claro que não poderíamos ter um desfecho desses, senão o que seria do final feliz da Rose? *revira os olhos*

Nesta altura devem perguntar-se: Mas o livro teve alguma coisa boa?
Sim, teve!
Surpreendentemente a autora conseguiu 'passar-me a perna' ao revelar a identidade do assassino da raínha. E o mais incrível é que, apesar de ter sido uma jogada um pouco rasteira, na verdade fez todo o sentido. Nesse aspecto a autora está de parabéns pois conseguiu enganar-me, enquanto leitora, sem fazer de mim parva (nesse campo).
Mas foi só isso?
Pronto, admito que também torci pelo final feliz da Rose e do Dimitri, mas isso foi antes do livro 5 onde o Dimitri fez algumas coisas das quais não há retorno. Além de que eu já estava a torcer pelo pobre do Adrian e digamos que o final que lhe foi confiado foi muito pouco digno e feito, propositadamente para conduzir o leitor à série spin-off (Bloodlines). Pois bem, autora, missão não cumprida! Eu não vou ler mais seis livros disto!

A escrita da autora piorou de livro para livro. Faltou-lhe energia e carisma. Havia muitas repetições e isso era irritante. A prosa era desengonçada e tomava atalhos despropositados. Exemplo: O discurso da Lissa, que foi referido por alto em vez de transcrito na totalidade e que, a própria autora, quis fazer crer ser tão bom que agradou a gregos e troianos. Certo ...
E nem vou falar sobre o facto de a Lissa ter sido eleita raínha, porque senão este posts nunca mais acabava. *suspiro*

Em suma, The Last Sacrifice está longe de ser o final que imaginei para a série. Apesar da reviravolta na revelação do vilão, o livro não se salvou, e a série também não. Uma decepção!

Narração (Emily Shaffer): 
O meu desgosto pelo livro nada teve a ver com a narradora, que apesar de não ser a melhor que já ouvi, fez um bom trabalho neste livro.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Golias

"Golias (Leviathan 3)", de Scott Westerfeld (Vogais Editora)

Sinopse:
O Leviatã é forçado a desviar-se do seu percurso para resgatar Nicola Tesla, o inventor do Golias, uma máquina capaz de destruir cidades, e que ele usa como trunfo para impor a paz. Quando é descoberto um plano secreto alemão para sabotar a máquina, este ameaça disparála. Este é o espetacular final da trilogia!Batalhas aéreas emocionantes numa viagem à volta do mundo echeada de perigos e... beijos ousados!

Opinião (audiolivro):
A trilogia Leviathan chega a um bom desfecho com este Goliath.
Apesar de não ser tão bom como o anterior volume, consegue ser mais que satisfatório, com muita acção, bom desenvolvimento, e sem perder a força narrativa e a imaginação que marcaram os primeiros dois livros.

A trama volta a adensar-se com a introdução de Tesla (esse mesmo, o grande cientista) e com a passagem pro vários países (Europa, Ásia e América) e pessoas que marcaram a diferença. A facilidade com que o autor mescla a realidade da 1ªGuerra Mundial com a fantasia por si criada é de louvar! E consegue sempre surpreender.
Houve apenas uma coisa que não me convenceu por completo , que se prende com o tom romântico que certas cenas tomaram. Não que o romance em si não fosse credível ou bem alicerçado pela história, mas o autor não parecia estar tão à vontade nesses momentos.

Em termos de desenvolvimento de personagens, há que destacar o Alek, que cresceu bastante neste volume, tal como nos anteriores. Esperava o mesmo da Deryn mas ela não teve tanto sucesso, talvez prisioneira do tempo e da sociedade. Por um lado isso torna-a um pouco mais credível mas, comparada com o Alek, o desenvolvimento dela ficou aquém das expectativas.
Dito isto não tenho falhas a apontar ao autor neste campo e, mais uma vez, foi-nos entregue um leque muito variado de personagens que enriqueceram a história. Numa pequena nota à parte, pergunto-me porque o autor não conseguiu este feito na série Uglies. Se o tivesse feito, teria sido tão melhor.

A escrita do autor manteve-se acessível e menos claramente voltada para os adolescentes. Havia mais maturidade em muitas cenas, como por exemplo naquele onde o Goliath finalmente trabalhava.

Em suma, esta foi uma excelente conclusão para uma série que me surpreendeu bastante. Não é que seja perfeita, mas diverte e é muito rica. Recomendo!


Narração (Alan Cumming):
A narração de Alan Cummings foi, como sempre, excelente. Escolheram muito bem o narrador para esta série. Vale a pena escutar.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Granta 1

"Granta 1", com contos de Saul Bellow, Fernando Pessoa, Hélia Correia, Ricardo Felner, Simon Gray , Ryszard Kapuściński, Rui Cardoso Martins, Orhan Pamuk, Valério Romão, António Costa Santos, Dulce Maria Cardoso, valter hugo mãe, Afonso Cruz e Rachel Cusk

Sinopse:
Sob a égide temática «Eu», o primeiro número da edição portuguesa, publicado pela tinta-da-china, inclui cinco sonetos inéditos de Fernando Pessoa, apresentados pelos investigadores Jerónimo Pizarro e Carlos Pitella-Leite; um inédito de Hélia Correia; um texto de Saul Bellow repescado da congénere britânica e um portefólio fotográfico de Daniel Blaufuks.

Opinião:
Não li todos os contos desta revista/antologia (que me parece que, em si mesmos, não sabe bem o que é em termos de formato, mas isso não é o mais importante). Acabei por desfrutar os primeiros textos, até meio do livro, não tendo lido os últimos e maiores. Do que li gostei muito e achei que eram textos com bastante qualidade. Já o portefólio do Daniel Blaufuks não me cativou por aí além, embora entenda porque é tão afamado. Por outro lado as ilustrações da Vera Tavares são muito boas!

Ficam agora as opiniões dos contos individuais:

"Em Busca d'Eus Desconhecidos", Dulce Maria Cardoso
Um texto agradável, com um certo nível de profundidade e que o leitor consegue sentir, mas que não fica na memória por muito tempo. É algo que se lê bem, mas que não marca.

"À Medida que Fomos Recuperando a Mãe", Valério Romão
Um conto que me perturbou imenso pelo que ele implica e sugere. Muito perturbador mas ao mesmo tempo muito credível. Conta a história de uma família abalada pela perda da figura materna/feminina e cujos filhos têm de encontrar forma de recuperar o pai que se perde na tristeza. Muito emotivo e com um final que me arrepiou.

"Memórias do Filho de um Contrabandista", Saul Bellow
Gostei muito da prosa do autor e das personagens (pessoais reais) a que ele deu vida no papel, contudo confesso que não gostei assim tato da forma como escolheu contar a história, ou encadear a sua lógica.
Não me parece que isto seja falha do texto, mas sim ao facto de este não ser o texto completo, ou pelo menos não o parecer. Falta ... algo!

"Intervencionados". Hélia Correia
Uma crítica, mais que outra coisa. De todos achei que foi um dos que menos "Eu" transmitia no texto. A autora manteve uma distância demasiado grande entre si, a história e as personagens, o que se notou no texto. Não que isso resulte num mau conto, mas não é tão marcante.

"Mar Negro", Ricardo Dias Felner
Um conto que mistura comida, uma busca pela "eu" e uma amálgama de pequenas coisas, como que ingredientes para o prato principal. Gostei do conceito e da execução mas confesso que não fiquei fã do final, pelo facto de vir completamente do nada, já que se relacionava com uma outra personagem que nunca apareceu na história em si e que apenas havia sido mencionada uma ou duas vezes, de forma muito supérflua. Daí que o final não tivesse um terço do impacto que poderia ter tido se a construção para a cena fosse outra.
Dito isto, eu gostei bastante deste texto.

"Como se eu fluísse …", Fernando Pessoa
Apesar de não conhecer bem a obra de Pessoa (eu sei, falha imperdoável!) a verdade é que gostei muito destes pequenos excertos dos seus textos. São bastante dispersos e falta-lhes unidade, mas são muito representativos do "eu" pessoa, por isso funcionam lindamente neste livro/revista. Os facsimiles também ajudaram a isso.

"Esboço para um Livro", Ryszard Kapuscinski
Um relato que tenta ser emotivo mas que falha: Especialmente porque me pareceu o texto menos "eu" de todos. Era mais sobre os outros e especialmente sobre uma personagem que não me suscitou nenhum interesse. Talvez por ser um esboço, um excerto, uma amostra, lhe faltasse algo que o distinguisse.
Não que não tivesse gostado do relato quase jornalístico mas esperava mais.

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