segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Náusea

"Náusea", de Jean-Paul Sartre (Edições Europa-América)

Sinopse:
A Náusea pode considerar-se com a estreia literária de Sartre e foi saudada aquando do seu aparecimento como a revelação de um escritor de grande talento. Através do diário íntimo do protagonista, Antoine Roquentin, Sartre retrata com um realismo digno de Maupassant a vida e os habitantes de uma cidade de província. Mas, mais do que isso, adentra-se também na análise dos problemas da existência humana e dá-nos em antevisão embrionária todos os temas da sua reflexão filosófica posterior.

Opinião:
Normalmente gosto muito de ler clássicos, quer acabe por os apreciar, quer não, porque são sempre livros intemporais.
Náusea é isso mesmo: um livro que não envelhece. essa foi uma das coisas que mais me agradou neste romance/ensaio, pois esta história e estas deambulações poderiam acontecer em qualquer lugar e em qualquer momento da história. São temas universais: os que têm a ver connosco, com a nossa existência, enquanto pessoas, enquanto seres.

A primeira parte do livro manteve-me agarrada às páginas e queria mesmo saber o que se ia passar a seguir, no entanto a partir do meio o livro começou a divagar demasiado e tornou-se maçudo, até mesmo aborrecido em certos momentos.
Acho que o principal problema acaba por ser que há demasiado filosofia, o que era de esperar, no final de contas, mas já que se trata de um suposto romance, eu gostaria que tivesse encontrado um melhor equilíbrio.
O autor também criou diálogos demasiado surreais, que tentavam passar-se por normais mas que dificilmente o poderiam ser.

Por estas razões foi-me um pouco difícil terminar esta leitura, apesar de ver na obra muitas qualidades e de ter vários trechos assinalados como brilhantes. por isso mesmo o balanço final acaba por ser positivo. Esta é uma leitura que me fez pensar e isso é sempre bom.

Em suma, Náusea trata-se de um livro que vale a pena ler, embora não em atreva a aconselhá-lo a toda a gente.

Tradução, Capa, Design e Edição:
O trabalho de tradução de António Coimbra Martins está muito bem executado. A edição de bolso é acessível (economicamente falando) e vale bem a pena pois não se perde qualidade.

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