quinta-feira, 26 de julho de 2012

Self-Editing for Fiction Writers


"Self-Editing for Fiction Writers", de Renni Browne e Dave King (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse (inglês):
Hundreds of books have been written on the art of writing. Here at last is a book by two professional editors to teach writers the techniques of the editing trade that turn promising manuscripts into published novels and short stories. Renni Browne and Dave King are two of the country's best-known independent editors. In their years as president and senior editor of The Editorial Department, they have edited the work of many writers - including bestselling authors - before the manuscripts went out to agents or publishers. Over half the manuscripts worked on to completion eventually got published, and over half that number were first novels. In this book Browne and King teach you, the writer, how to apply the editing techniques they have developed to your own manuscript, in order to bring your manuscript to its fullest potential. Chapters on dialogue, exposition, interior monologue and other techniques take you through the same processes an expert fiction editor would go through to perfect your manuscript. Each point is illustrated with examples, many drawn from the hundreds of books Browne and King have edited. Every chapter contains hands-on exercises to help you apply these techniques to your own work. And illustrations by New Yorker cartoonist George Booth keep everything in perspective.

Opinião:
Livros sobre como fazer "algo" são sempre bastante subjectivos. cada pessoa tem os seus hábitos, as suas técnicas já pré-concebidas, por isso a menos que estejam mesmo no início da aprendizagem de "algo", um livro destes pode ser um risco.
Não posso dizer que li muitos livros sobre como escrever, porque acho que nem a meia-dúzia chegam, e embora todos me tenham ensinado algo, este "Self-Editing for Fiction Writers" foi, até agora, o que mais gostei e do qual retirei mais conselhos que pretendo aplicar na minha escrita.

Todos os conselhos dados no livro são excelentes, no entanto alguns dos exemplos não acompanham as palavras de aviso. Pelo menos foi o que senti. Certos excertos que eles diziam que estavam bem, para mim não estavam. Ou seja, para mim os conselhos são mais que válidos (embora claro, com moderação, pois cada estilo é um estilo), mas os exemplos não o são tanto assim. Daí que, a meu ver, grande parte dos exemplos possam ser ignorados, ou pelo menos não levados tão "a sério", deixando o foco nos conselhos em si e não nos exemplos "práticos"

Para quem, como eu, se vê um pouco «às aranhas» com as revisões de romances, este é sem dúvida um livro que recomendo. Só para terem uma ideia, tenho o livro cheio de post-its e quase todas as páginas tem algo sublinhado.

Assim sendo, mais uma vez, não posso deixar de recomendar o livro para quem queira melhorar as suas técnicas de revisão. Mas claro, como disse no início, um livro deste género que eu aprecio, não será necessariamente o melhor para outro escritor, mas é um bom começo.

Capa, Design e Edição:
Gostava que as folhas fossem um pouco mais espessas pois ao sublinhar algumas passagens (só faço isto em livros de pesquisa) a cor passava para o outro lado e deformava as páginas. Fora isso a edição está regular e não tenho nada mais a apontar. Quanto à capa, a principio não gostava de sobremaneira, mas agora gosto.

terça-feira, 24 de julho de 2012

O teu rosto será o último

"O teu rosto será o último", de João Ricardo Pedro (Edições Leya)


Sinopse:
Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu. Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial. Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?

Opinião:
Com tanta azáfama em torno deste livro, a curiosidade até estava aguçada. Afinal um livro que vai já na 4ª ou 5ª edição desde o seu lançamento (2-3 meses), em Portugal, é algo que não se vê todos os dias.
No entanto, para mim, este foi um livro que acaba por não ser mau e que no entanto também não é bom. Mas vamos por partes.

A história tem vários pontos de interesse, passando-se em várias épocas mais ou menos recentes da história do nosso pais. Apesar de não ser cronologicamente precisa na maior parte do tempo, ou seja, não especifica em que período uma determinada cena ocorre, alguns dos eventos verídicos que nos são relatados são facilmente identificáveis e o autor incorporou-os bem nas cenas e nas personagens.
Infelizmente, para aquele que pretendia ser, julgo eu, o relato da vida de uma família e dos que os rodeiam, acabou por se tornar mais uma história sobre os que os rodeiam e muito pouco sobre a família em si.
Enquanto que somos apresentados a uma panóplia de pormenores sobre a vida de personagens que desaparecem em três ou quatro páginas, de Duarte e seus pais pouco sabemos.
E apesar de ter gostado do facto de o autor não desvendar todo o mistério por inteiro no final, a verdade é que, infelizmente, tudo ficou por desvendar. Há mistérios em que o autor faz do leitor um 'burro' (perdoem-me a expressão) e lhe diz tudo, até o óbvio. Aqui passa-se um pouco o contrário. O autor não nos dá pistas quase nenhumas, e certamente não dá suficientes para desvendar o mistério, mas assume que o leitor o desvendará. Ou será que fui só eu que não percebi o porquê da loucura do pai de Duarte?

No respeitante à personagens, confesso que gostei de algumas e gostaria de ter visto mais desenvolvimento da maioria. Mas o suposto protagonista, Duarte, foi tão pouco desenvolvido que cheguei ao fim da leitura sem o compreender ou simpatizar com ele, tal como aconteceu com o seu pai e com a sua mãe (e o que lhe aconteceu surgiu, literalmente, do nada). Assim fiquei com a sensação de que conheci mais as personagens que só apareceram num capítulo do que aquele que, supostamente, acompanhei o livro todo.

Voltando-me agora para o estilo de escrita, este livro é aquele tipo de literatura que gosta de ser muito bonita e limada mas que no fim está tão alisada que perde alguma consistência. Apesar de reconhecer o estilo do autor ao longo de toda a obra, a verdade é que ele tentou tantos artifícios narrativos diferentes que chegou a ser um exagero. Muitos momentos houve em que senti que estava a ser uma lista e não um romance (e não me refiro apenas ao 1º capítulo da 5ª parte, que apesar de me ter aborrecido, acabou por ser de certa forma compreendido, visto o estado emocional da personagem).
Outra coisa da qual não gostei especialmente foi o uso de palavrões que apareciam de repente no meio do texto sem qualquer lógica que não fosse só para dizer algo badalhoco. De repente, numa personagem que nunca antes mostrara sinais de dizer palavrões: Pumba! Lá vinha um, sem mais nem menos.
Apesar disso gostei de vários momentos do livro e tenho vários excertos assinalados.

No geral este foi um livro que, apesar de estar longe de ser o que gostaria que fosse tem alguns momentos bons  e outros mesmo muito bons, que no geral foi uma leitura agradável.
Gostei do final, mas achei-o demasiado aberto e para quem gosta de finais abertos, como é o meu caso, julgo que isso diz tudo.
Se o autor decidir publicar outro romance, talvez o leia, mas este não é um livro que eu possa dizer que recomendaria a qualquer um.
Capa (Rui Garrido), Design e Edição:
Evocando, a imagem da capa, um momento particularmente peculiar do livro, posso dizer que está bem conseguida, embora quase toda a capa seja engolida pelo título não deixa de ser apelativa.
O design interior é do mais simples que se pode esperar e, sinceramente, queria um pouco mais. Acho que tornaria a edição um pouco mais apelativa e única (mas isso em todos os livros, não só neste). E não tendo notado gralhas na edição, nesse aspecto nada tenho a apontar.

Links Relacionados: "O teu Rosto será o último na Wook - Wook Ebook - "O teu rosto será o último" no Facebook - "O teu rosto será o último" no Ler Mais, Ler Melhor 

Booktrailer:
O Teu Rosto Será o Último - www.wook.pt

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Habibi

"Habibi", de Craig Thompson (ainda não publicado em Portugal)


Sinopse:
From the internationally acclaimed author of Blankets (“A triumph for the genre.”Library Journal), a highly anticipated new graphic novel.
 
Sprawling across an epic landscape of deserts, harems, and modern industrial clutter, Habibi tells the tale of Dodola and Zam, refugee child slaves bound to each other by chance, by circumstance, and by the love that grows between them. We follow them as their lives unfold together and apart; as they struggle to make a place for themselves in a world (not unlike our own) fueled by fear, lust, and greed; and as they discover the extraordinary depth—and frailty—of their connection.
At once contemporary and timeless, Habibi gives us a love story of astounding resonance: a parable about our relationship to the natural world, the cultural divide between the first and third worlds, the common heritage of Christianity and Islam, and, most potently, the magic of storytelling.

Opinião:
Apesar de já ter ouvido maravilhas sobre este e outros trabalhos de Craig Thompson, confesso que iniciei a leitura deste volume de banda desenhada com expectativas medianas.
A história, a princípio, apesar de bela, não me cativou totalmente, mas à medida a que ia avançado na leitura, apreciando a beleza de cada vinheta e de cada prancha, a minha opinião foi mudando, até que não mais conseguia parar de ler.

Este livro contêm 672 páginas de pura arte visual. Fiquei parada a analisar cada página, cada desenho, cada pormenor do traço a preto-e-branco.
A história é também ela uma arte. Com personagens fascinantes e momentos em que eu, enquanto leitora, tive de conter as lágrimas (o que nem sempre funcionou). Mas mais que isso, esta não é somente a história de Dodola e Zam, é também a história das pessoas com quem se cruzam e das escolhas que eles fazem. Já para não falar que é a história de um povo (no seu pior), e que história esta ...

Em suma, este é um livro maravilhoso que fará as delícias de quem gosta de banda desenhada, ou de quem procura uma boa história, ou ainda de quem gosta de conjugar ambos.
Não se assustem com o tamanho do livro. Acreditem que vale a pena e eu espero em breve poder ler o outro trabalho de Craig Thompson, "Blankets".
Este livro surpreendeu-me muito e não há palavras que descrevam a sua beleza e o cuidado com que cada página foi elaborada.

The Best of Basic Training Storytelling

"Wizard's How to Draw: The Best of Basic Training Storytelling", com participação de vário artistas e escritores de BDs americanos (ainda não publicado em Portugal)


Sinopse (inglês):
Learn from the greatest artists in Comics! · Kubert Wieringo Breyfogle Dodson Calafiore Raney Hanna Risso Horn Jimenez Bendis Perez Simonson Hester Hitch and many more. Over 25 art lessons on StoryTelling & Crafting you comics! · Fundamentals of Storytelling Storytelling Laying Out a Page Panel Layout Dramatic Tension Pacing Evolution of a Page Silhouettes Splash Page Negative Space Shadows Backgrounds Settings Script Pages Group Shots Sound Effects and much more! · Breathtaking design sketches Bryan Hitch Mike Wieringo Terry Dodson and more!
Designed for both the aspiring artists and interested fan! · This book will work with the greatest artists who have been creating your favorite comic books for Marvel DC and Image Comics. See how they illustrate the techniques used in comic artwork and be enlightened by hundreds of years of artistic expertise as we present all-new material created especially for this new volume. · Introduction by superstar artist Michael Turner. · Artist Terry Dodson (Spider-Man) created an all-new exclusive cover to this brilliant new collection.

Opinião:
Recentemente tenho tentado ler vários livros sobre como escrever para Banda Desenhada e como melhor passar das palavras para o papel (desenho) pois apesar de já fazer BD e escrever para BD há alguns anos, sei que tenho muito a melhorar e nunca é demais saber como os profissionais o fazem.
Com cada leitura tenho captado novas ideias, valores  e técnicas e este "The Best of Basic Training Storytelling" não é excepção.

Apesar de mais focado na parte gráfica (desenho) do que propriamente na parte de escrita, ou mesmo na simbiose de ambas, este livro mostrou-me algumas técnicas interessantes de desenho (nas quais pouco ou nada havia pensado). Neste ponto é um livro que vale a pena. No entanto algumas das técnicas não são muito aprofundadas, apenas tocadas superficialmente e julgo que nesse aspecto mereciam um pouco mais de atenção. Contudo várias 'lições' são muito completas e dão ao leitor pormenores muito interessantes.

Infelizmente este livro não me deu, por completo, aquilo que mais dele esperava, ou seja, como melhor passar das palavras ao desenho. Como melhor o autor poderia transmitir as suas ideias, ou mesmo se o deve fazer ou ao invés deixar isso ao critério do artista, etc.
Alguns artigos neste livro falam sobre isso e esses, para mim, foram os mais interessantes, mas infelizmente não foram todos e os poucos que o falaram foram por vezes vagos.

Em suma, este é um livro cheio de bons artigos por pessoas talentosas, que ensinarão vários truques a quem quer desenhar Banda Desenhada, mas que em termos de ajudar a ligação "escritor-artista" não chegou a ser fabuloso, apesar de ainda assim ter conteúdo interessante.
Gostei muito deste livro, apesar de não ser bem aquilo que esperava.

Nota: Agradeço ao Rui Alex que me emprestou este livro. Obrigada!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Compras e Ofertas - Junho 2012

Junho foi um mês relativamente calmo em termos de compras, mas recebi duas prendas fabulosas que me deixaram babada:
- Da Terra à Lua, Jules Verne (edição de 1886)
- Viagem ao Centro da Terra, Jules Verne (edição de 1886)

Apaixonei-me assim que vi os livros. 1886!
Um deles está muito bem conservado, o outro infelizmente nem tanto. Mas, digo-vos, a edição é belíssima. São em capa dura, de cores diferentes e com ilustrações (interiores) das primeiras edições. Lindos!

Fora isso adquiri também:
- O teu rosto será o último, João Ricardo Pedro (opinião em breve)
- enGramática Ejercicios de Español
- Death Note 02, Tsugumi Ohba e Takeshi Obata
- História da Vida Privada em Portugal - Os Nossos Dias, Ana Nunes de Almeida
- Keeping the Castle, Patrice Kindl (autora de Goose Chase)

Comprei para oferecer:
- Dinossauros
 

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