terça-feira, 31 de maio de 2011

Top Ten Tuesday - Books That Should Be In A Beach Bag

O tema desta semana é "Books That Should Be In A Beach Bag" (Livros que deveriam seguir sempre num saco de praia), o que é um daqueles temas que a mim pouco me diz, porque sinceramente leio de tudo na praia (ou na montanha, que gosto bastante mais).
Mas aqui ficam as leituras que me parecer refrescantes o suficiente para ler ao som das ondas (sem qualquer ordem especial):

- "Nerd in Shining Armor", de Vicki Lewis Thompson - O que melhor que ler sobre um casal preso numa ilha deserta?
- "A Raposa Azul", de Sjón - Se são dos que acham que na praia está sempre demasiado calor, então levem este livrinho gelado convosco e vão sentir-se imediatamente mais frescos. Basta ler sobre toda aquela neve.
-"A Loja dos Suicídios", de Jean Teulé - Pois apesar do nome, até é um livrinho bem disposto e termina bem.
- "O Cão Vermelho", de Louis de Bernières - Austrália? A história de um cão e as vidas que ele afectou. Uma leitura perfeita para a praia.
- "One for the Money", Janet Evanovich - Se quiserem divertir-se enquanto apanham sol (não apanhem escaldões), então levem este livrinho bem-humorado e certeiro.
- "Na Sombra da Noite", de J.R. Ward - Sem saber bem porquê, acho que é uma boa leitura para os dias de praia.
- "Terra Sombria", de Meg Cabot - 'Saucy' e puro divertimento.
- "On Writing", de Stephen King - para quem gosta de escrever, e para quem quer saber  um pouco mais sobre Stephen King (enquanto escritor). Este é um livro mais leve e com uma dose alta de interesse, já que o autor emprega um tom acolhedor.
- "A Estrada", de Cormac McCarthy - Para quem gosta de melancolia e tragédia. Não é um livro feliz, mas é excelente.
- "O Leitor", de Bernhard Schlink - Não se deixem enganar pela brancura da capa, este é outro livro que não tem propriamente um desfecho feliz, mas vale bem a pena (e também não é propriamente triste).

E se estiverem com vontade de ler uns mangas, sugiro os seguintes:
- "Kimi ni Todoke", Karuho Shiina;
- "Antique Bakery", Fumi Yoshinaga;
- "One Piece", Eiichiro Oda;
- "Salad Days", Shinobu Inokuma.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

História de O

"História de O", de Pauline Réage (Colecção Obras-Primas a Literatura Erótica - Biblioteca Visão)

Sinopse:
Clássico do género erótico e uma das obras de referência para um certo imaginário do sadomasoquismo moderno. Publicado em França em 1954, História de O centra-se na personagem de uma fotógrafa de moda parisiense e dos seu quotidiano como escrava sexual, por opção. Além de provocar um grande escândalo na época, este livro - que seria um grande sucesso de vendas - marca uma nova abordagem sobre a sexualidade feminina, abrindo caminho aos movimentos feministas de libertação dos anos 60

Opinião:
Apesar de ter lido a sinopse antes de começar, e de já estar à espera de cenas menos fáceis de 'engolir', logo nas primeiras páginas senti-me extremamente desconfortável, não tanto pelas cenas em si (porque com isso eu já contava), mas com a complacência com que eram narradas.
Na verdade a autora escolheu não detalhar em demasia as cenas erótica, ou seja, estava lá tudo escrito e sabíamos tudo o que acontecia, mas esta não ia aos pormenores (que acabariam por ser exagerados, dado o tipo de romance que é). Em contrapartida decidiu  descrever com bastante detalhe os cenários envolventes e as roupas e acessórios que ao longo do livro iam cobrindo a narrativa. Foi uma escolha algo diferente, que não só não se mostrou cansativa, como acabou por enriquecer um pouco a trama.

Algo que notei pouco depois de começar o livro, foi que a autora, de forma bastante progressiva, foi mostrando as mudanças na forma de estar e de pensar de "O" (a forma como ao princípio fazia tudo pelo o amor a René, e no fim ele já nem figurava nas suas motivações). O que receava que acontecesse, acabou por não figurar nesta obra, pois "O" evoluiu estrondosamente, aos olhos do leitor, de forma tão gradual que quando terminamos o livro nada nos parece estranho.
No entanto tenho de apontar o que me pareceu ser a única falha do livro: o passado de "O". Não a sua infância nem grandes pormenores da sua vida, que em nada enalteceriam a narrativa, mas sim a razão porque ela aceitou ir para Roissy (sabe-se que foi para agradar a René, mas porque razão sentia que devia fazer tal coisa por amor?). Assim ficamos sem saber exactamente porque "O" se submeteu a tais tratamentos, embora a partir desse momento tudo nos pareça bastante natural.
(Também não cheguei a compreender porque a autora decidiu usar apenas uma sigla para nomear a protagonista.)

Em termos de personagens, temo-las bastante distintas. Embora os homens presentes sejam praticamente todos dominantes e as mulheres submissas, ainda assim se conseguiu uma panóplia interessante de personalidades. Sir Stephen, assim como Jacqueline, e claro "O", foram os que mais se destacaram (a meu ver).

Como seria de esperar, o tema retratado não é fácil (pelo menos para mim) e por várias vezes senti vontade de parar, mas ao mesmo tempo a história impele e fica a vontade de saber até que ponto "O" se submeterá e qual será  seu destino. A escrita fluída mas bastante bela da autora, ajuda a que seja mais tolerável a leitura, e a história central - que se foca não tanto no erotismo, mas sim na forma como "O" decide encarar a sua condição, e a crescente violência e degradação a que se submete - fazem com que o livro acabe por se ler bem.
Se o leitor conseguir ultrapassar as primeiras páginas, dificilmente deixará a leitura por terminar. Vê-se na prosa precisa, e na ousadia narrativa, o porquê de este livro ser considerado um clássico.
Há quem diga que na altura (anos 60) esta história foi um escândalo, mas parece-me que mesmo nos dias que correm, este "História de O" não seria menos ultrajante para a grande maioria da população.

Em suma, posso dizer que não foi uma leitura propriamente ... fácil de digerir, mas que pela sua prosa cuidada e visível progressão narrativa, me prendeu às páginas. Mesmo chocando-me uma e outra vez (ao longo de todo o livro, mas especialmente em relação à pequena Natalie), a história mostrou-se interessante e nada vulgar. Uma obra marcante (para o bem e para o mau), que não será certamente apreciado por todo o tipo de leitores, mas que tem alguns pontos bons, que aqueles que o conseguirem ler, saberão certamente apreciar.

Tradução (Regina Estêvão):
Relativamente à tradução, pareceu-me que está excelente e não tenho nenhuma lacuna a apontar.

Capa, Design e Edição:
As capas desta colecção (Obras-Primas a Literatura Erótica), são para mim bastante interessantes. São simples e discretas, ao mesmo tempo que têm um toque de sensualidade. Esta (História de O) não se distingue das outras, nem tem nenhum traço demarcador da história contida no interior do volume, mas também não peca por ser aborrecida ou desfasada do tema.
As ilustrações interiores (Jacob Taurà) dão um outro 'brilho' à obra, mas ao mesmo tempo perdem por serem pouco fieis aos textos. Nenhuma das gravuras conseguiu transmitir realmente as cenas que se estavam a passar, quando todos os detalhes estavam escritos no livro. Pareceu-me que o ilustrador leu apenas uma frase e fez as ilustrações baseado somente nessa frase (para cada cena), o que resultou em ilustrações bastante interessantes, mas que falhavam nos detalhes (importantes) das cenas.
O design interior do livro estava bastante apelativo e gostei especialmente dos cabeçalhos e rodapés, que davam um toque mais interessante às páginas brancas. Também a edição se mostrou robusta e bem conseguida, não tendo nada de mal a apontar.

Nota: Pelo que li no final do livro, existem dois finais alternativos. Pessoalmente parece-me que este que li (que fica mais em aberto) é o mais interessantes, embora gostasse de ler também os outros dois, por curiosidade e para perceber se funcionariam melhor que este.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Filha da Floresta

"A Filha da Floresta (Sevenwaters 1)", de Juliet Marillier (Bertrand Editora)

Sinopse:
Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era Lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, e dos seus seis irmãos.
O domínio Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e Criaturas Encantadas que deslizam pelos bosques vestidos de cinzento e mantêm as armas afiadas. O maior perigo para este idílio vem de dentro: Lady Oonagh, uma feiticeira, que casou com o pai de Sorcha, senhor de Sevenwaters. Frustrada por conseguir encantar todos menos a enteada, Oonagh lança um poderoso feitiço sobre os irmãos da rapariga, que só Sorcha poderá conseguir quebrar. Porém, a meio da pesada tarefa de libertar os irmãos, Sorcha é raptada por um grupo de salteadores, e ver-se-á dividida entre o dever de salvar a vida dos irmãos e um amor cada vez maior, proibido, pelo senhor da guerra que a capturou.


Opinião:
É-me um pouco difícil expressar correctamente o que senti com a leitura deste livro. Parece-me que comecei a lê-lo no momento errado da vida (com a minha mãe doente), mas ainda assim consegui admirá-lo e, a certa altura, adorá-lo. Li-o devagar ... muito devagar. Sem pressas de qualquer espécie, de tal forma que por vezes até me irritava com a minha vagareza, mas a verdade é que é um livro que me pareceu que merecia ser lentamente apreciado. E apesar dos imensos elogios que sempre ouvira relativamente a esta obra, tentei começar a leitura sem expectativas (embora na verdade nunca o consigamos, quando todos nos dizem que é bom). Por isso deixo aqui o agradecimento às muitas pessoas que me 'pressionaram' para ler o livro. Valeu a pena, e aqui ficam algumas das razões porquê:


O que mais gostei no livro, foi sem dúvida o foco na união familiar. Adorei a relação entre os irmãos, e como estes se apoiavam mesmo em situações que pareciam duvidosas, e nunca parecendo forçado. É lindo ver uma relação assim e só tive pena de não ter tido mais páginas para conhecer ainda melhor todos seis irmãos (espero que isto seja mais aprofundado nos próximos volumes). Em cada diálogo e em cada descrição que a Sorcha fazia dos momentos que tinha com os irmãos, notava-se o amor e o elo que os unia.
Também no caso do Simon e do Red isto se notou, embora de forma um pouco menos notória, mas não menos interessante. A forma como Red partiu, sozinho, em busca de Simon, mostrou definitivamente que os receios do Simon em relação ao amor da família não tinham fundamento.


A caracterização das personagens está fabulosa. Todas têm vida própria e têm bastante profundidade, distinguindo-se umas das outras e tornando a narrativa muito mais interessante. Sorcha destaca-se por razões óbvias, pois além de ser a protagonista, tem uma personalidade excelente e todas as suas acções ao longo do livro comprovam o que o leitor assume logo desde o início da narrativa: que a Sorcha pensa mais nos outros do que em si mesma e é capaz de dar a vida pelos irmãos 8além de ser bastante ingénua em certas situações).
Mesmo as personagens secundárias conseguiam destacar-se por serem bastante independentes.
Quanto aos vilões, achei que a maioria deles foram pouco caracterizados, também por culpa de a Sorcha ter pouca interacção ter com eles (sendo ela a narradora é natural que a sua visão seja limitada). Oonagh pareceu-me muito interessante e promete ainda muitos sarilhos, mas infelizmente o Richard, enquanto vilão, deixou muito a desejar, especialmente quando começou a divulgar os seus planos (está certo que ele só o fez porque pensou que a Sorcha nunca falaria, mas ainda assim ...).

Gostei muito do final, pelo que representou para Sorcha e Red, no entanto achei que todos em Sevenwatres aceitaram o novo 'estado das coisas' um pouco depressa demais (em relação à Sorcha). Claro que nós, enquanto leitores, sabíamos que era o mais acertado, mas a família da Sorcha, depois de tudo o que se passou, não deviam aceitar tão ... facilmente toda a situação.

Adorei também todas as Lendas e Fábulas que nos eram apresentadas ao longo da narrativa, e claro não me escapou (assim como também Sorcha se apercebeu) que a história deles dava também uma dessas narrativas heroícas, e que a autora conseguiu transmitir da melhor forma.

A autora é uma contadora de histórias nata, e isso percebe-se em cada linha. Adorei a narrativa e achei que a escrita estava extremamente cuidada, no entanto, parece-me que ela falhou em certos momentos cruciais, pecando pela falta de detalhes. Refiro-me concretamente a dois momentos: 1) quando Sorcha vê pela primeira vez Oonagh, em que a autora nos diz de imediato que ela é má, mas o problema é que a autora se esquece de descrever porque é que Sorcha achou isto desde o primeiro momento em que a viu. Tem de haver uma razão, certo? E ao não explicar, ficamos simplesmente com a ideia que a Sorcha não tem razões para a odiar (pelo menos não até mais tarde);  2) Quando os irmãos são amaldiçoados. A autora escolheu descrever a transformação apenas numa curta frase, e quando terminou eu nem tinha percebido o que se tinha passado, pois foi muito curta e pouco explicativa. Parece-me que um momento alto da trama como aquele, merecia mais atenção e descrição.
Em contrapartida, a autora tem descrições maravilhosas das florestas, das lendas e até do passado das personagens, mas em situações como as acima referidas, fica a dever muito à narrativa, fazendo com que estes momentos percam força.

No geral, esta foi uma história excelente, que me manteve colada às páginas quase desde o início, e que me apresentou personagens fabulosas que adorei (especialmente Sorcha, Finbar, Red e Simon), que me fez chorar várias vezes mas que também me aqueceu o coração em vários momentos. Adorei! E embora a história termine de uma forma semi-satisfatória, a verdade é que há ainda muito para contar e mal posso esperar para regressar a Sevenwaters.
Parece-me que a saga Sevenwatres tem sérias hipóteses de se vir a tornar uma das minhas favoritas, se os restantes livros forme tão bons ou melhores que este.

Tradução:
Apesar de a tradução estar bastante boa, ao longo da leitura reparei em alguns erros, por vezes de fraseamento, outros de tradução. Foram muito poucos, e não incomodaram a leitura, por isso não lhes prestei grande atenção, mas foi impossível não reparar.

Capa, Design e Edição:
Apesar de não ser o tipo de capa que me chama à primeira vista, confesso que me 'afeiçoei' a ela ao longo da leitura. Retrata bastante bem o ambiente do livro e um pouco da história central.
Tenho que fazer também um comentário à impressão, pois encontrei muitas páginas onde algumas letras estavam 'apagadas', não por ser uma edição antiga, mas possivelmente por um defeito de impressão. Era sempre no fundo das páginas, e embora se percebessem as palavras por conjugação, a verdade é que era chato estar a ler e faltarem letras.

Booking Through Thursday - Rotina


Do you ever feel like you’re in a reading rut? That you don’t read enough variety? That you need to branch out, spread your literary wings and explore other genres, flavors, styles?

Várias vezes. Acho que acaba por ser inevitável, ou porque gosto muito de um livro e decido depois experimentar o que mais se escreve no género, ou porque simplesmente me sinto confortável naqueles temas. E depois há momentos em que olho para o que li e pergunto a mim mesmas: "Mas porque é que não diversificas?". Já me aconteceu e ficar tão 'cheia' de um género literário que tive mesmo de fazer uma pausa, porque estava constantemente a irritar-me com os 'lugares comuns' da trama, que se tornam quase inevitáveis quando lemos muito do mesmo.
Ultimamente tenho tentado diversificar um pouco as minhas leituras, de tal forma que me comprometi (de certa forma) a tentar ler todos os meses um exemplar de cada uma destas categorias: 1) Livro que ganhei num concurso e/ou me deram; 2) Um autor português; 3) Um clássico; 4) Uma Banda Desenhada; 5) Uma sequela de um livro que já tenha lido.
Há meses em que é mais fácil cumprir isto, do que outros. Por exemplo, este mês acho que não vou conseguir ler o clássico (A Juliet Marillier não é ainda considerada clássica. :D) , mas em contrapartida já li o 1, 2, 4 e 5; e tinha toda a intenção de ler um clássico, mas a leitura da "Filha da Floresta" demorou um pouco mais do que estava a contar (e valeu a pena). mas, quem sabe, ainda consigo ler um pequeno clássico nos 5 dias que faltam.

Mas estou a fugir ao assunto (novamente). No fim de contas já tive momentos em que me fartei de fantasia, de romances paranormais, de romances de banca (que já não leio quase nenhuns, porque quando era mais nova só lia disso), etc.
Tento diversificar as minhas leituras o mais que posso, mas muitas vezes caio, também eu, nos lugares comuns, onde me sinto mais confortável, deixando de lado verdadeiras pérolas da literatura que me assustam um bocado porque não tenho tido muita sorte com os clássicos (é 50/50). Se calhar sou das poucas pessoas que se sentem um pouco intimidada por alguns livros (nem só clássicos, mas livros de todos os géneros).

Enfim, acho que qualquer leitor, uma ou outra vez, se sente preso num ciclo familiar de leituras, e ou continua porque está confortável, ou muda as 'regras do jogo'.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Top Ten Tuesday - Books You Lied About

O tema desta semana "Books You Lied About" (Livros sobre os quais mentiste), tanto porque dissemos que os lemos quando não lemos, como o oposto, ou porque mentimos sobre gostarmos ou não de uma determinada obra.
Vou ser sincera aqui. Não costumo nunca mentir sobre a minha opinião de um livro. Sou bastante frontal, e acho que isso se faz notar aqui no blog (ou eu tento que se note). De qualquer forma, como adolescente que já fui, cheguei a dizer que li um livro quando na verdade não o li, mas tive razões para isso.
E aqui fica o culpado:

"Os Maias", de Eça de Queirós
As razões que me levaram a mentir sobre este livro foram duas: 1) Porque me "spoilaram" sobre o fim, e assim que me contam o fim de uma história, em fico sem vontade nenhuma de ler; 2) Eu até já tinha começado a ler o livro, mas achei-o extremamente enfadonho na altura (e quem me conhece sabe que já tentei relê-lo e senti exactamente a mesma coisa). Ainda assim, fosse só a 2ª razão, eu teria lido o livro até ao fim, como fiz com outros que não gostei mas li. Agora, à custa da 1ª razão, perdi todas as forças para ler a obra e deixei-a de lado durante muito tempo, até tentar de novo e tornar a deixá-la inacabada.

Além disto, de vez em quando tenho um pouco de ... vergonha em admitir que em outros tempos li muitos romances de banca. Não porque os ache um género menor, mas porque as pessoas normalmente começam logo a gozar. No entanto nunca neguei que os li e que, de quando em vez, ainda leio.

E é só! Porque sinceramente não me lembro de mais nenhum sobre o qual tenha mentido (o que não quer dizer que até não tenha acontecido. Simplesmente não me recordo de mais nenhuma ocasião).

E à custa disto de dizer que  se leu ou não um livro, no outro dia aconteceu-me uma cena curiosa. Fui pedir o autógrafo a um escritor, cumprimentei-o e ele assinou-me o livro. Depois fui ter com umas conhecidas e elas perguntaram-me o que é que eu tinha achado do livro. Disso logo "Ainda não o li.", ao que elas ficaram todas muito surpreendidas. Estavam convencidas que eu tinha mentido ao autor, dizendo-lhe que tinha lido e gostado da obra, mas a verdade é que não tinha, nem dito que sim nem que não. Simplesmente nem havia mencionado isso quando lhe pedi o autógrafo. Pois acontece que, naquele momento, o autor estava atrás de nós e mais tarde veio falar comigo.
Pelos vistos, por alguma razão desconhecida (juro que nunca disse que tinha lido o livro), o autor também ficara com a ideia que eu o tinha lido, mas sorriu e disse-me para lhe mandar um email quando terminasse, a dizer-lhe o que tinha achado.
Foi uma situação um pouco caricata, porque ficou-me a parecer que as pessoas assumiam que só se pode pedir um autógrafo depois de já ler o livro. Eu não concordo! Então se for a um lançamento, ainda não li o livro, mas vou aproveitar para pedir o autógrafo porque gosto de ter os livrinhos personalizados, e o mesmo se passa mesmo fora das sessões de lançamento. Será que sou a única que não acha estranho pedir autógrafos de livros que ainda não tivemos oportunidade de ler?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Soberba Escuridão - Divulgação

Título: Soberba Escuridão
Autor: Andreia Ferreira
Editora: Editora Alfarroba
Edição: Maio 2011

Sinopse: “Quando o relógio pisca as doze horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.
Cega de paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. Ele esconde segredos que a levarão para perigos que parecem emergir das profundezas do inferno.”


Preço: 15,00€
Onde é que o livro pode ser adquirido?  Wook

Visitem também o blog da autora e o da editora.

Booktrailer:

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Booking Through Thursday - Imprópio para a Idade

In contrast to last week’s question–What do you think of censoring books BECAUSE of their intended age? Say, books too “old” for your kids to read?

Na minha opinião, há livros que não devem ser lidos por qualquer um, em qualquer idade. Não quero com isso dizer que os mais novos só devem ler livros catalogados como sendo para criança/jovens, mas há certamente livros que só devem ser lidos quando as pessoas são mais adultas. Afinal há temas mais adultos, e há temas mais ... para todas as idades.
Por exemplo, há clássicos que podem ser lidos por jovens, e há outros que não o devem ser.
Esta matéria parece-me ainda mais restritiva quando falamos de crianças. Não vamos pôr uma criança de 6 anos a ler livros pesados, maçudos, e com violência extrema. Isso parece-me não só errado, como potencialmente marcante (da pior forma) na vida das crianças.
Não sou a favor da censura, ou de proibir alguém de ler um qualquer livro, mas por vezes basta dialogar e chegar a um consenso.
E no final de contas, se uma criança quiser muito ler um livro, mesmo que nos pareça que é demasiado para ela, será que se o livro não for (a nosso ver) muito impróprio, não lhes deveremos dar a hipótese de o ler? Afinal é sempre bom eles lerem, mesmo que não sejam o tipo de livros que nós, por regra, aconcelhassemos a ler (no entanto mantém-se o factor bom senso).

Já no meu caso específico, penso que nunca li nenhum livro 'fora da minha idade', quando era mais nova. Não me recordo se foi por falta de curiosidade, ou simplesmente porque não lhes tinha muito acesso, mas também sei que, como a minha mãe tentava comprar-me sempre os livros que eu lhe pedia, eu acabava por me sentir feliz em ler apenas aqueles.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Top Ten Tuesday - Minor Characters

O tema desta semana é "Minor Characters" (Personagens Secundárias), que eu penso ser um assunto bastante interessante. Afinal, sem personagens secundárias interessantes, um livro nunca poderá ser verdadeiramente bom.
A minha lista inclui os que me lembrei assim de repente, mas tenho a certeza que me faltam aqui alguns bastante óbvios, e que adorei, mas que agora de cabeça não me recordo.

Seguem, sem nenhuma ordem especial:
- Ron Weasley e a família Weasley, saga Harry Potter de J.K. Rowling - E não é batota! Vá lá ... toda a gente que leu os livros sabe que eles bem merecem estar no cimo da lista.

- Sirius Black, saga Harry Potter de J.K. Rowling - Esta foi a personagem que me impulsionou a ler todos os livros da saga, pois o primeiro livro que li foi o terceiro, que é onde Sirius aparece. Fiquei imediatamente rendida, especialmente porque ele se transforma em cão. :)

- Jenks, Dead Witch Walking de Kim Harrison - Já está mais que dito que não gostei particularmente do livro, mas a razão porque o li até ao fim, foi exactamente por causa do Jenks, que é absolutamente fenomenal e me fazia rir de cada vez que aparecia.

- Magnus Bane, saga Caçadores das Sombras de Cassandra Clare - Só de pensar que andei um livro inteiro convencida que ele era um velho cheio de rugas (tudo culpa da autora que só o descreveu fisicamente no segundo livro), até fico avariada das ideias. De qualquer forma adorei o Magnus desde o primeiro momento em que apareceu na história. Excêntrico, é certamente a palavra certa para o definir.

- Grandma Mazur, One for the Money de Janet Evanovich - Achei imensa graça a esta idosa senhora, com as suas conversas altamente impróprias e pensamentos juvenis. Era uma risota sempre que ela surgia nas páginas.

- Rosaleen, A Vida Secreta das Abelhas de Sue Monk Kidd -Na altura referi que esta mulher era fenomenal e que me tinha marcado pela sua personalidade. Isso mantém-se até hoje e ainda me lembro de várias cenas que ela protagonizou, cada uma mais caricata que a outra.

- O Príncipe, Goose Chase de Patrice Kindl -Esta foi a minha personagem preferida de todo o livro, especialmente porque acabava sempre por me surpreender, mas também porque no início era um completo idiota. Não é propriamente o Príncipe encantado dos contos de fada, mas serve ... :)

- Olga, Os Guardiães da Noite de Sergey Lukianenko -Não só esta personagem me fez rir (provavelmente de forma inconsciente pois ela era sempre muito séria), como adorei a sua personalidade e o relacionamento que ela tinha com o chefe (cujo nome me escapa neste momento)

- Theo e a Molly, O Anjo mais Estúpido de Chistopher Moore - Um casal muito estranho, no meio de acontecimento completamente bizarros.  Molly fazia soltar gargalhadas com as suas ideias paranóicas, e o Theo não lhe ficava nada atrás.

E com dito chego à conclusão que gosto das minhas personagens secundárias com uma pitada de humor, ou então quando são uns patetas de todo o tamanho. Quem diria?

domingo, 15 de maio de 2011

Dark Swan - Storm Born 1

"Dark Swan - Storm Born 1", de Richelle Mead / Grant Alter / David Hamann (ainda não publicado em Portugal)

Baseado na saga "Dark Swan" da autora Richelle Mead (mais conhecida em Portugal pela saga "Academia de Vampiros"), esta  adaptação a novela gráfica, começa agora a ser comercializada nos EUA (4 números que serão depois compilados num 1º volume).

Guião (Grant Alter):
Não tendo ainda lido o romance original, desconheço se esta adaptação é muito fiel, mas pelo que pude perceber parece sê-lo.
A nível de história, devo dizer que as primeiras páginas me fizeram sorrir pelo inusitado da situação (um demónio que é enfiado num sapato). Foi uma boa forma de introduzir a personagem e de criar alguma expectativa em relação ao enredo, ao mesmo tempo não tornando todo o assunto demasiado sério.
Ondine (ou Eugenie) é a protagonista, e até agora parece uma personagem curiosa. Houve um certo cuidado em mostrar vários lados da sua vida, tornando-a mais interessante. Das restantes personagens pouco ficamos a saber neste primeiro número, mas algumas mostram promessa.
No entanto confesso que estava à espera de um pouco mais de surpresa, especialmente no final.

Arte (David Hamann):
Gostei particularmente do desenho de personagens e das expressões faciais, mas em contrapartida os fundos estavam bastante básicos (funcionais, mas básicos).
Achei interessante o traço da arte, que não é a direito, mas mostra uma certa hesitação e o diferencia do que mais se vê por aí. As cores (Nelson Cosentino de Oliveira) também estão bastante apelativas.

Em suma, fiquei bastante interessada em seguir esta adaptação, não só porque achei que estava relativamente interessante a nível de história, como também porque gostei da arte e da promessa do que ainda está para vir (embora só depois de ler isto tenha percebido realmente sobre o que é a saga, e tenha ficado com algum 'receio' sobre o que está para vir. Pode correr bem, mas também pode correr muito mal em termos narrativos).
Irei continuar a seguir as aventuras de Ondine, especialmente porque a achei uma personagem intrigante e forte.

Nota: Tenho de agradecer à editora (Sea Lion Books) a oportunidade de ler este primeiro número tão cedo.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Booking Through Thursday - Apropriado à idade


Do you read books “meant” for other age groups? Adult books when you were a child; Young-Adult books now that you’re grown; Picture books just for kicks … You know … books not “meant” for you. Or do you pretty much stick to what’s written for people your age?

Basta olhar para a minha lista de livros lidos, ou mesmo para a minha lista de favoritos, para perceber que eu não ligo nenhum a esses 'rótulos' das idades.
Consigo tanto apreciar um livro infantil (onde as imagens tem mais ênfase que as letras) como um livro para adultos, cheio de temas densos e complicações de 'gente grande'. Já para não falar que há muito que ache que a BD e (cruzes!) o manga é para crianças e adolescentes. Pois não há nada mais errado. Assim como em tudo, há para crianças e há para adultos. Pessoalmente leio de tudo, e adoro de tudo.

Por exemplo, um dos meus livros favoritos é "Dá-me um Abraço", de Jonh Rowe, e que é, nada mais nada menos, que um livro infantil. Tinha comprado o livro para oferecer, mas entretanto li-o antes de o embrulhar. Escusado será dizer que não o embrulhei e tive de ir comprar outro para oferecer. É uma história muito simples, mas que consegue transmitir muita coisa. Simplesmente adorei!
Mas ao mesmo tempo nos meus favoritos tenho também livros como "Harry Potter" (J.K. Rowling), "Onze Minutos" (Paulo Coelho), "A Loja dos Suicídios" (Jean Teulé), ou mesmo "Sunshine" (Robin McKinley). Já para não falar nos vários mangas de vários géneros e faixas etárias diversas que fazem parte dos meus favoritos.

As únicas alturas em que presto atenção à 'etiqueta' etária de um livro, é quando estou à procura de algo muito específico, como aconteceu recentemente, em que procurava um livro com Dragões, mas que não fosse nem para crianças, nem para jovens-adultos. Foi propositado, porque não queria a visão dos infantis (que muitas vezes sabe bem ler), nem os dramas adolescentes dos infanto-juvenis. Mas só faço isto muito raramente, e nunca digo que não a um livro só porque "Eh pá! Isso é para crianças!". Pois por vezes encontramos os maiores tesouros onde menos esperamos.

Ah! Já me esquecia. Em criança lia mesmo só livros de crianças, e em adolescente lia praticamente só livros para a minha idade, e depois muitos livros de história e pesquisa (sempre adorei história). mas só na idade adulta deixei esses 'limites' de lado e comecei a apreciar de tudo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Top Ten Tuesday - Jerks in Literature

O tema desta semana, no Top Ten Tuesday, é "Jerks in Literature", que e como quem diz: "Os parvalhões na Literatura (ou os literalmente parvalhões :D )" (personagens, não autores).

Apesar do tema ser extremamente interessante, parece-me que vou ter alguma dificuldade em nomear dez, mas vamos lá começar a lista e ver no que dá (sem ordem de 'jerkiness').

- Draco Malfoy, na saga Harry Potter (J.K. Rowling) - Embora ele se redimisse um pouco no último volume, isso não fez esquecer seis livros de parvoíce causada pela insegurança e pelo 'síndrome' filhinho-do-papá.
- Jace, na saga Caçadores de Sombras (Cassandra Clare) - Este rapaz irritou-me imenso, embora por vezes tivesse umas acções bem heróicas, na maioria do tepo ele era um parvalhão de todo o tamanho. (na minha opinião do primeiro livro eu até disse que se o encontrasse na rua lhe dava um estaladão - para verem como ele me irritou.
- Nils Bjurman, em Os Homens que Odeiam as Mulheres (Stieg Larsson) - Qualquer  pessoa que tenha lido o livro sabe perfeitamente que este tipo mereceu tudo o que lhe aconteceu, e merecia ainda muito mais.
- President Snow, saga Jogos da Fome (Suzanne Collins) - Este personagem enoja-me muito, por razões óbvias. Além de ter bafo a sangue, não tem escrúpulos.
- Edward Cullen, na saga Luz e Escuridão (Stephenie Meyer) - Só quem nunca lidou com um stalker (ou viu as acções de um) é que poderia alguma vez achar românticas as cenas do Edward. Controlar todos os passos da namorada? Proibi-la de ver os amigos? Espiá-la à noite (eu sei que é uma coisa de vampiros, mas ainda assim ...)? E coisas bem piores, que este senhor irritou-me imenso. Amor? Isto é doença!
- T-Ray, em A Vida Secreta das Abelhas (Sue Monk Kidd) - Este homem castigava a filha por tudo e por nada. Consigo perceber a revolta dele, mas despejar a sua frustração na filha, é atitude de covardes.
- Estéban, no livro A Casa dos Espíritos (Isabel Allende) - Apesar de ser muito amoroso com a esposa, com todas as outras mulheres ele era uma besta. tanto que saia pelos campos e violava todas as mulheres que lhe aparecessem pela frente. A autora tentou mostrá-lo como uma personagem piedosa, mas não conseguiu. Machista e nojento!
- O Juíz, no livro Meridiano de Sangue (Cormac McCarthy)- Acho que foram poucas as personagens que me arrepiaram e enojaram tanto como este Juíz (não se conhece o seu nome). Muito inteligente e com o dom da palavra, as acções dele eram absolutamente revoltantes e davam-me voltas ao estômago.
- Humbert Humbert, em Lolita (Vladimir Nabokov) - Parece-me que não há necessidade de explicar porque acho este personagem abominável.
- Sr. Bentley, no livro Sr. Bentley O Enraba-Passarinhos (Ágata Ramos Simões) - Este personagem é um parvalhão, mas no bom sentido. Ou não fosse o seu livro uma sátira.

Parece que sempre consegui nomear 10, sem recorrer uma única vez a mangas/BD. Acho que é a primeira vez. :)

A Verdadeira Invasão dos Marcianos

"A verdadeira Invasão dos Marcianos ", de João Barreiros (Editorial Presença)

Sinopse:
Estamos em 1902, cinco anos depois da Invasão Marciana, que quase destruiu por completo o nosso planeta. Para responder ao assalto, a Europa, Rússia e Estados Unidos esqueceram as divergências ideológicas, étnicas e económicas, e formaram o mais gigantesco complexo militar-industrial da história da humanidade. Missão: ocuparem Marte e mostrarem aos marcianos sobreviventes quanto custa atacar traiçoeiramente a espécie humana. Num dos assaltos, os jornalistas Jules Verne e H. G. Wells, pacifistas por natureza, sonhadores de uma utopia não sabem o que fazer. Ainda por cima naufragaram no hemisfério sul do planeta a milhares de quilómetros do local de poiso do exército terrestre. As perguntas parecem não ter resposta: Que criaturas são essas, os Priiiiik, espécie de avestruzes inteligentes que parecem ter sido escravizadas pelos polvos? Verne e Wells vão tentar em vão resolver o mistério. Infelizmente a resposta só virá cento e cinquenta anos mais tarde. Misto dos géneros ciberpunk e steampunk, este livro revela uma nova faceta de João Barreiros no seu humor mais negro.

Opinião:
Como iniciei a leitura sem imaginar sobre o que seria o livro (nem a sinopse li), fui apanhada um pouco de surpresa quando reconheci certas figuras na narrativa. Talvez por isso mesmo me tivesse custado um pouco a ler os primeiros capítulos, mas assim que me habituei à ideia, a escrita de João Barreiros tornou a surpreender-me. 

H.G. Wells, Jules Verne, Dr. Mureou (personagem de H.G. Wells). Edgar Rice Burroughs, John Carter (criação de Edgar Rice Burroughs), são algumas personagens que nos acompanham durante a primeira parte, embora haja menção de outros nomes igualmente familiares.
A forma como o autor usou destas personagens,e  conseguiu torná-las bastante reais, foi bastante interessante. Não sei até que ponto foi fiel à personalidade dos verdadeiros, mas acredito que sejam bastante fiéis, se é que as personagens imaginárias 'emprestadas' são algum indicativo
Também gostei bastante da personagem de Herbert Goodfellow, que me fascinou ao mesmo tempo que irritou.

A forma como João Barreiros misturou realidade com ficção, surpreendeu-me imenso, e fui apanhada um pouco de surpresa pelo desenvolvimento. Gostei particularmente da forma como escolheu contar a história, pois parece-me que teria perdido muita 'vitalidade' se o fizesse ao contrário.
Pareceu-me no entanto que, apesar de o autor detalhar muito certas 'tecnologias' e aparatos, noutras situações não o fazia, o que deixava um vazio na história. Refiro-me particularmente ao que Herbert Goodfellow fez na viagem para Marte. Sou a favor de deixar certas coisas à imaginação do leitor, mas quando em outras circunstâncias o autor nos descreveu tão pormenorizadamente como as coisas aconteceram, neste caso particular ficou-se muito pelas 'arestas'.

A história em si está muito bem explorada e a escrita do autor volta a surpreender, captando a atenção do leitor e mantendo-o agarrado à narrativa. Embora para mim o paradoxo das viagens temporais seja bastante limitativo, deixei esses meus 'pré-conceitos' de lado desta vez, pois a história não me deixou enveredar por essas dúvidas.

A única coisa que não gostei neste livro, foi o uso dos diálogos em francês. Já o disse muitas vezes, mas detesto quando os autores portugueses (ou não) colocam expressões em línguas estrangeiras nos seus textos, e depois não colocam uma tradução. Nem toda a gente sabe falar outras línguas, e continuo a achar uma falta de respeito pelo leitor. Percebo que as usem, mas depois coloquem a tradução em nota de rodapé. Acho que não é pedir muito, pois não?

Em suma, esta foi a minha primeira leitura de João Barreiros em algo mais longo de que um conto, e devo dizer que fiquei rendida. Certamente este já é um dos meus autores portugueses favoritos. 
Esta é uma excelente obra de ficção científica, que surpreende e que consegue ter personagens muito interessantes. Recomendo!


Capa, Design e Edição:
O João Barreiros, no blog Montag (By their covers) já se manifestou quanto ao que pensa desta capa, e eu concordo com ele, embora não ache a capa muito má (só que prefiro quando respeitam a opinião dos autores, afinal a obra é deles). Está bastante genérica, mas as cores chamam bastante a atenção.
A edição está dentro dos parâmetros normais, sem nada que a destaque, mas num estilo limpo e bem aprumado.
Já quanto ao prefácio, confesso que nunca fui muito fã destas 'introduções' porque, tal como diz o prefaciador, acabam por estragar um pouco a leitura, especialmente quando dizem um pouco de mais (que não é bem o caso deste, mas que ainda assim se aplica).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nerd in Shining Armor

"Nerd in Shining Armor (Nerds 1)", de Vicki Lewis Thompson (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
For Genevieve Terrence it seemed like a dream come true: a weekend alone on Maui with her sexy boss, Nick Brogan. But little did she know that Nick had dreams of his own—a nefarious scheme that nearly got her killed on the flight over the Pacific. Lucky for her, brilliant computer programmer Jack Farley was on board and quick-witted enough to crash-land the plane. Now Jack is her sole companion on a remote desert island with nothing but guava trees and sharks for company. Who’d expect the shy genius—and the least alpha male she knows—to turn out to be the uninhibited stud of her wildest dreams? 

Opinião:
Estava a precisar de uma leitura muito leve, que não exigisse muito do meu cérebro, por isso peguei neste romance, cuja premissa achei divertida (Secretária que está a tentar conquistar o patrão, acaba numa ilha deserta com o 'nerd' da empresa, depois do dito patrão os tentar matar aos dois).

Raramente pego em romances tão, claramente óbvios, mas achei graça a este livro. Por isso comecei com expectativas de me divertir na leitura, e posso dizer que saí satisfeita.

Genevieve, a secretária de serviço, no princípio é tão irritante e tão 'tapadinha' (perdoem-me a expressão), que me o irritou bastante. No entanto, à custa da mãe dele, do irmão, e do Jackson, deixei isso passar-me ao lado. Felizmente, à medida que o livro ia avançando, Genevieve tornava-se mais e mais interessante, até que deixei de a 'odiar' (que palavra tão forte). Para começar, ela era ridícula quando estava amedrontada. Senão vejamos o que ela se lembrou de dizer quando estava a ser ameaçada de morte (atenção à linguagem sexual):

"Geneverie fought down panic. She had to make him land this plane. "I give great blowjobs!"
Nick laughed. "Wish I had the time to check that out." He continued to aim the gun right between her eyes as he reached behind him to unlatch the cabin door.
(...)
Nich smiled. "But maybe you'de like to treat him to one of those blowjobs. You two will have a little time on your hands. Well, so long!" He jumped."

A partir deste momento, sempre que ela dizia alguma coisa eu ria-me (já para não falar do sotaque dela).
Mas foi a interacção entre ela e o Jack que mais me entreteve e manteve colada às páginas. Não posso dizer que desde o início que os achei perfeitos um para outro, porque não eram, nem nunca foram, mas aí é que está o divertimento. Os dois são tão diferentes (a única coisa que têm em comum é a dioptria dos óculos) que não parecem um 'casal' perfeito, e por isso mesmo têm de se esforçar para se entenderem e ficarem juntos. Gostei disso, porque no fim os dois decidiram aceitar-se como eram e ainda assim dar uma oportunidade aos dois enquanto casal.
Para variar, não foi amor à primeira vista (pelo menos da parte da Genevieve, e ela ainda demorou bastante tempo a admitir que gostava dele (bem, na verdade foi uns dias, mas muita coisa aconteceu)).
Outra coisa que gostei, foi o facto de estes dois não serem os únicos 'pombinhos' neste livro. À parte da história dos dois, foi florescendo um outro romance entre duas personagens bastante interessantes, e que fiquei satisfeita em ver crescer (não ficaram propriamente juntos no final, mas quase).

As personagens eram todas muito divertidas e algo distintas. Gostei muito de todas elas (menos do Nick, a quem tudo correu mal) e tive pena que a história acabasse neste livro, embora também saiba que não fazia grande sentido fazer uma continuação. A verdade é que gostei muito deste role diverso e capaz de me fazer sorrir.

A história em si é bastante simples, na sua premissa, mas o que vamos conhecendo da vida e passado das personagens, dá-lhe alguma profundidade (que muitas vezes falta neste tipo de romances).

A escrita da autora é acessível e simples, mas transmite bastante bem todo o ambiente.
Só uma notinha, é que há um momento em que a Genevieve se corta e depois vai limpar o corte na água do mar. Mau! Se ela fizesse isso a ferida nunca iria cicatrizar (o sal faz muito mal ás feridas). Foi um lapso pequeno, mas evitável.


Em suma, foi um livro que me entreteve durante várias horas, e que me deixou bem humorada. Recomendo a quem goste de uma boa comédia romântica, com personagens divertidas e uma premissa algo ridícula.
E acho que com este livro, percebi finalmente que gosto mais de Beta-Males do que Alpha-Males (estes últimos já me começam a irritar, de tão abundantes que são). Go nerds! (e todos os homens que não têm a mania do controlo)

Capa, Design e Edição:
A capa é mesmo ao estilo chick-lit, e sinceramente não desgosto. Diz tudo o que faz falta sobre o livro, e é engraçada.
Como a edição que tenho é mass-market-paperback, as margens são diminutas e a edição em si não é nada de especial, mas lê-se perfeitamente bem.

Nota: Este livro foi-me oferecido pela Slayra.

Booking Through Thursday - Nunca nos Cinemas

 And–the reverse of last week’s question. Name one book that you hope never, ever, ever gets made into a movie (no matter how good that movie might be).

Apesar do que muita gente diz, na net, eu acho que os Romances Paranormais (tipo J.R. Ward, Sherrilyn Kenyon ou Nalini Singh) nunca dariam grandes filmes (acho que não iria ver, não por pudor, mas porque numa adaptação destas teria de ter muito sexo, e eu sinceramente acho que estariam a roçar a pornografia e a perder o fio narrativo). Apesar de, ter muita curiosidade em ver a acção que normalmente também abunda neste género, simplesmente acho que não funcionaria (em série talvez, mas olhem o que eles fizeram com True Blood (aquilo é demais)).
E já não sei quem foi que disse recentemente, mas este género acho que ganharia mais com adaptações a BD. Isso sim! (pois poderiam conciliar melhor a vertente mais ... sexy das histórias (acho eu) e ter toda a acção e desenvolvimento de personagens (desde que não tivesse restrições de volumes), para desenrolar bem a história.

Mas claro, esta é a minha opinião. E vocês?

terça-feira, 3 de maio de 2011

::Série:: Caçadores de Sombras


Bem sei que a autora (Cassandra Clare) começou agora a publicar a segunda trilogia desta saga, mas vou ser sincera e dizer que, num futuro próximo, não pretendo ler os restantes livros, pois parece-me que a "Cidade de Vidro" encerra muito bem a saga.

Assim sendo, aqui fica a minha opinião geral da saga "Caçadores de Sombras (Mortal Instruments)", ou, melhor dizendo, da sua primeira trilogia:

- Em "A Cidade dos Ossos (City of Bones)" fiquei imediatamente interessada na história, graças a personagens distintas, um mundo criado de forma bem integrada, e diálogos que me faziam sorrir. Apesar de o vilão se mostrar bidimensional não me pareceu que isso afectasse em demasia o divertimento do primeiro volume, que conseguiu ainda trazer algumas surpresas finais.
- Com "A Cidade das Cinzas (City of Ashes)", conhecemos mais personagens, descobrimos mais segredos, houve muita acção e novos desenvolvimento, e percebemos melhor qual o objectivo do vilão, mas por outro lado a autora recorreu a certas situações completamente despropositadas e desnecessárias, tentando desenvolver o romance, conseguindo apenas deixar o leitor perplexo com a estupidez narrativa, em certos momentos.
- E por fim, com "A Cidade de Vidro (City of Glass)", a autora conseguiu encerrar bem um ciclo da saga, deixando o leitor satisfeito com o desenlace. No entanto, os protagonistas, neste volume, mostraram-se mais imaturos e inconsequentes que nos anteriores, o que mostrou uma regressão no desenvolvimento das personagens. O que também não ajudou, foi a falta de verdadeiras surpresas e a clara falha da autora em transmitir emoções fortes neste último volume.

Num contexto geral, a história é interessante, o role de personagens é diverso e a prosa está bastante acessível. No entanto há muitas coisas que poderiam ser melhoradas, e também me pareceu que estes três volumes são suficientes, o que faz com que a trilogia seguinte não faça --a meu ver-- muito sentido, embora tenha sido evidente que a autora, nas últimas páginas de "A Cidade de Vidro", quis criar algo que permitisse a continuação.

À saga completa dou a seguinte classificação: 6/10 (Interessante)

A Cidade de Vidro

"A Cidade de Vidro (Caçadores de Sombras 3)", de Cassandra Clare (Planeta Manuscrito)

Sinopse:
Para salvar a vida da mãe, Clary tem de ir à Cidade de Vidro, o lar ancestral dos Caçadores de Sombras - não a incomoda que a entrada nesta cidade sem autorização seja contra a Lei e que violá-la possa significar a morte. Piorando mais a situação, ela vem a saber que Jace não a quer lá e que Simon foi encarcerado na prisão pelos Caçadores de Sombras que suspeitam de um vampiro que tolera a luz do Sol. Ao tentar descobrir mais pormenores sobre o passado da sua família, Clary encontra um aliado no misterioso Sebastian. Com Valentine a reunir toda a força do seu poder para destruir de uma vez por todas os Caçadores de Sombras, a única possibilidade de estes o derrotarem é combater ao lado dos seus eternos inimigos. Mas podem os Habitantes do Mundo-à-Parte e os Caçadores de Sombras pôr de lado o seu ódio mútuo e aliarem-se? Embora Jace compreenda que está pronto a arriscar tudo por Clary, poderá ela utilizar os seus poderes recentes para ajudar a socorrer a Cidade de Vidro - custe o que custar? O amor é um pecado mortal e os segredos do passado provam ser letais quando Clary e Jace enfrentam Valentine no último volume da trilogia

Opinião:
No início senti a falta de alguma informação (mais concretamente em relação à mãe da Clare), que já vinha de livros anteriores, mas que por ser tão mencionada no início do livro, deveria ter sido reavivada com algum detalhe. Sinceramente, senti-me perdida porque já li o segundo livro há seis meses e esses detalhes já não estavam presentes na minha memória.
Mas adiante.

A história continua exactamente onde terminou o volume anterior, e parece impressionante que os três livros, juntos, descrevem apenas 1 mês de acção (não gosto quando as coisas acontecem depressa demais, especialmente quando falamos que os vilões andam à procura de artefactos que ninguém conseguiu encontrar em séculos de busca, mas eles conseguem em 1 mês. Pouco credível).
O enredo está bem organizado, embora haja muitas cenas que me pareceram pouco aproveitadas e, talvez até mesmo escritas à pressa, sem sentimento. Por exemplo, houve uma morte muito importante neste livro (houve mais que uma, mas esta foi especial), só que graças à forma como a autora narrou a situação, eu não senti Nada. E isto é estranho, tendo em consideração a personagem que era (já agora, não gosto quando os autores,, talvez com medo de matar uma personagem principal, recorrem a matar alguém próximo deles, a personagem que terá mais impacto. parece-me sempre um decisão algo covarde. Teria bastante mais impacto se fosse um dos principais (eu sei que sou má!)). Já para não falar na morte final que, impressionantemente, soou muito distante e sem impacto. Muito mal conseguida, neste aspecto.
Quanto ao desenvolvimento da trama central, não fui surpreendida pois a autora, tal como no volume anterior, falhou nas suas tentativas de foreshadowing. Era tudo muito óbvio, especialmente em relação a quem eram os traidores e mesmo em relação ao terceiro artefacto.
Contudo, apesar de estar a dizer muito mal desta coisas, achei que a história central ficou bem conseguida, tendo uma resolução sólida e satisfatória, que não deixa o leitor desapontado. Também gostei especialmente da interacção e das alianças criadas entre os Caçadores de Sombras e os do Submundo (esqueci-me do nome). Estes acontecimentos deram alguma profundidade ao mundo criado pela autora.
No entanto tenho que apontar algo que me deixou um pouco irritada, quanto a esta aliança. É que não faz sentido que os representantes dos do Submundo fossem exactamente os que a Clary conheceu (quer dizer, com tantos no mundo inteiro, tinham de ser logo eles?). Simplesmente não faz sentido, especialmente no caso dos vampiros. É como se a autora não quisesse apresentar novas personagens, e então recorresse aos que já criara e apresentara anteriormente.

Quanto às personagens, confesso que a Clary e o Jace me irritaram bastante neste volume. Agiam mais como crianças do que nos volumes anteriores, e sendo eles os protagonistas, não posso dizer que tenha ficado satisfeita. Felizmente desta vez a autora também deu bastante atenção às outras personagens, e isso fez com que o livro não fosse tão mau.

A prosa mantém-se mais ou menos dentro dos padrões dos volumes anteriores, mas como mencionei acima pareceu-me que nas partes mais emocionantes a voz narrativa da autora falhava em transmitir a intensidade necessária. Os diálogos, tal como nos volumes anteriores, continuaram naturais e interessantes, à excepção de um ou outro momento que nem por isso fez com que parecessem fora de contexto, mas antes estranhos.


Em suma, esta foi uma conclusão satisfatória (a nível de enredo) para a saga, mas desapontou, pois não conseguiu surpreender (chegando a ser, por vezes algo conveniente a forma como as coisas aconteciam), nem emocionar, e porque as personagens principais agiram de forma imatura a maior parte das vezes.
Aconselho a quem já leu os volumes anteriores, pois finaliza bem a trilogia.

Capa (Cliff Nielsen), Design e Edição:
Muito sinceramente não entendo esta terceira capa. Sei que é suposto retratar o Simon, mas não faz sentido porque ele não carrega uma espada, não tem runas no corpo (excepto uma na testa), e bem ... certamente não tem asas. A capa está consistente com as anteriores (as quais eu não gostei particularmente), mas em termos represantativos não está nada bem.
O design da minha edição (paperback, em inglês) está simples mas bem conseguido, com um tamanho de letra bastante acessível.

Top Ten Tuesday - Books that came recommended

Esta semana o tema do Top Ten Tuesday é Books that came recomended (Livros que nos foram recomendados), e aqui fica a minha lista:

1. "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban", J.K. Rowling - Eu tinha visto os primeiros dois filmes, e embora tivesse gostado, não tinha ficado fascinada, até que alguém (já não me lembro quem) me disse para tentar ler os livros. Eu não queria começar pelo primeiro, porque já tinha visto o filme, por isso comprei o terceiro e daí a ler todos os livros da saga já publicados, foi um saltinho.

2. "Onze Minutos", Paulo Coelho - Já tinha lido o "Alquimista" do mesmo autor, e não tinha gostado, por isso fiquei reticente em pegar noutros livros dele, até que uma amiga me desafiou a ler este. Não sei porque é que ela pensou que iria gostar (não faz nada o estilo de livro que eu costumo ler), mas a verdade é que adorei.

3. "Sunshine", Robin McKinley - Não foi só uma pessoa que me recomendou este livro, mas antes várias, por isso não consegui evitar as altas expectativas. Mas ao contrário do que normalmente me acontece quando espero algo mais de um livro, este foi realmente tudo o que eu esperava, e muito mais.

4. "A Estrada", Cormac McCarthy - Recomendado e emprestado por uma colega de trabalho, este livro deslumbrou-me.

5. "O Jogos da Fome", de Suzanne Collins - As recomendações para este livro foram todas virtuais, mas a euforia dos fãs era tanta, que decidi dar-lhe o benefício da dúvida, e ainda bem, pois adorei (só foi pena a trilogia, como um todo, ficar aquém deste primeiro livro).

6. "A Vida Secreta das Abelhas", Sue Monk Kidd - Mais um livro que me foi recomendado e emprestado pela mesma colega de trabalho. Este livro surpreendeu-me na positiva, e terminada a leitura, fiquei com a sensação que tinha aprendido várias coisas. Muito bom.

7. "O Cão Vermelho", Louis de Bernières - Também este veio das mãos da colega de trabalho (obrigada), e que belo livro. Adorei-o, da primeira à última página. Leve, mas profundo, e um mimo para quem gosta de cães.

8. "O Guardiães da Noite", Sergey Lukyanenko - Oferecido e recomendado por uma amiga, este livro deixou-me de boca aberta. Não esperava gostar tanto dele, e muito menos ser tão surpreendida. Fascinante!

9. "Antique Bakery", de Fumi Yoshinaga - Normalmente não leio mangas no estilo slice-of-life (realista, com um compasso mais calmo), porque raramente me impressionam, mas havia tanta gente a dizer-me que este era bom, que não resisti a lê-lo. E que pequena delícia me calhou. "Antique Bakery" é um daqueles mangas com um aspecto calmo e composto, mas que consegue ser bastante profundo. Adorei!


10. "A Cidade dos Ossos", Cassandra Clare - Já tinha ouvido falar bastante bem deste livro, mas só quando uma amiga me emprestou, é que tive oportunidade de ler por mim própria. Não fiquei encantada, mas foi um livro interessante, que infelizmente perdeu força nas sequelas, mas que sozinho conseguiu ser bom.

domingo, 1 de maio de 2011

Crepúsculo ~ a Novela Gráfica

"Crepúsculo", de Stephanie Meyer / Young Kim (Edições Gailivro)

Adaptação oficial da saga "Luz e Escuridão" (de Stephanie Meyer), esta novela gráfica tem um estilo mais oriental e está quase totalmente a preto-e-branco. Como fã de manga, e de qualquer BD a preto-e-branco, esta decisão artística não me chateou nada, antes pelo contrário

Young Kim foi quem adaptou o romance "Crepúsculo" para a BD, tanto a nível de guião como de desenho. E se até aqui não conhecia o seu trabalho, devo dizer que fiquei curiosa por ver mais.

O argumento, para quem já conhece os romances, não será surpreendente, mas pareceu-me que esta adaptação conseguiu tornar a Bella um pouco menos ... insossa, se me permitem dizê-lo. Mas em termos narrativos não tomou grandes liberdades, que é o que os fãs queriam (imagino eu) e que faz com que esta seja uma adaptação bastante fiel ao produto original.

A nível da arte, confesso que gostei do estilo, que misturava linhas seguras e bem delineadas, com outras mais esboçadas, que lhe davam um aspecto muito apelativo. As ocasionais cores também foram bem vindas, dando ênfase a certas cenas e aspectos das personagens, de uma maneira inteligente e muito interessante.
O que não gostei muito, foram os balões, que, a meu ver, teriam ficado melhores mais pequenos, para não ocuparem tanto espaço nas vinhetas e taparem os desenhos (também não gostei particularmente dos balões semi-transparentes).

Em suma, esta é uma novela gráfica bastante interessante, que irá certamente agradar aos fãs da saga "Luz e Escuridão", e que poderá agradar a quem gosta de BD. Não está uma obra-prima, mas é bastante agradável de ler (e especialmente de ver). Mas atenção que esta BD é romance (de romântico, mesmo) do princípio ao fim (talvez ainda mais que os próprios livros). Se não estiverem para aí virados, nem tentem lê-lo, pois irão fartar-se muito depressa.

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