quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Venom

"Venom", de Joan Brady (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Recentemente saído da prisão, David Marion não esperava encontrar um caça-cabeças à porta de sua casa. Avisado de que uma poderosa organização anda atrás dele, David simula a própria morte, à espera do momento certo para contra-atacar.
Helen Freyl acabou de aceitar um trabalho numa companhia farmacêutica muito influente, que está prestes a descobrir a cura para o envenenamento radioactivo. Mas quando a morte misteriosa de um colega é seguida por outra morte ainda mais súbita, Helen começa a duvidar dos motivos dos seus empregadores e percebe que a sua vida também está em perigo.

Opinião:
Não tenho grande conhecimento de livros de mistério e suspense, e das poucas vezes que li algo do género, saí gorada porque a maioria das vezes adivinho tudo com demasiada antecedência (o meu cérebro trabalha de forma estranha. Não perguntem!)
Ainda assim, sempre que pego num livro destes, tenho expectativas e este "Venom" não foi excepção.

Algo que gostei nesta história é a "veracidade", ou seja, o que nele é contado e retratado poderia mesmo ser verdade. Não é uma daquelas histórias mirabolantes que muito dificilmente poderiam ser reais. Tudo o que é descrito parece real o suficiente (embora esperemos que nunca o seja), quer nas personagens retratadas, quer nas instituições e na forma como o mundo se move. Nesse ponto o livro foi bastante bom, mas também foi aqui que pecou mais. Não tanto pelo que conta, mas pela forma como o conta. Não há grande suspense ou mistérios realmente envolventes. Pela forma como a autora descreve as cenas e situações, conseguimos ver tudo antes mesmo de as coisas acontecerem, o que tira muita intensidade à história.

Quanto às personagens, confesso que adorei o David, pela sua crueza e ao mesmo tempo pela sua vivência dorida. Estava mesmo do lado dele, mas nos últimos capítulos ele fez algo que me deu as voltas ao estômago (e isto é dizer algo quando ele durante o livro matou várias pessoas sem pensar nisso duas vezes). Não gostei da cena, mas percebi porque a autora usou aquela criança para algo tão ignóbil.  O David, a partir daí, deixou de ser uma personagem que exigia alguma simpatia da minha parte.
Já a Helen é das protagonistas mais irritantes que eu alguma vez li (ou vi). Uma menina rica com a mania que sabe muito e que é dona do mundo, mas que na verdade é uma idiota que comete erros completamente imbecis. Odiei-a desde a primeira página! E acredito que até isto seja bom, pois ao menos fez-me sentir algo.
O relacionamento destes dois personagens não foi de todo escaldante ou sequer passional. Não havia faísca e muito menos amor. Da parte do David, talvez, mas da parte da Helen pareceu-se ser apenas uma maneira de a menina mimada se envolver com o "bad boy" só pelo perigo da experiência.
As restantes personagens foram, infelizmente, todas medíocres. O Charles era um insípido pau mandado, a avó da Helen era uma velha chata e casmurra, só a Lilian sobressaiu, com a sua personalidade forte.

Em suma, não foi uma leitura má, no sentido em que a prosa estava bem conseguida e as explicações não se estendiam em demasia, mas perdeu a momentaneamente e o mistério a partir dos primeiros capítulos, mas mais que isso perdeu pontos por ter personagens fracas.
Um livro que se lê muito bem, mas que não surpreende verdadeiramente.

Capa:
Gostei bastante da capa. Simples, mas visualmente cativante, e que tem tudo a ver com a história. Pessoalmente não em cansei de olhar para ela.

Nota: Este livro é uma ARC (Advanced Reading Copy), cortesia da Simon & Schuster.

Nota:  Este é o sétimo livro que vou submeter como sendo para o Desafio Thriller & Suspense, já que se insere no género.

You can read my review in English HERE.

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